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ealizavam as eleições no Brasil era um argumento muito forte na resistência ao
sufrágio feminino. Num ambiente político controlado pelas oligarquias rurais no qual o
voto era garantido por meio de políticas clientelistas, a disputa era intensa e as fraudes
constantes. As querelas partidárias e regionais muitas vezes eram resolvidas por meio
de agressões morais e físicas e por isso, a mulher, considerada frágil, intelectual e
fisicamente inferior, não teria na política clima favorável à sua condição.
A oposição ao sufrágio feminino esteve presente não só em Minas
Gerais, mas em todos os estados onde a discussão ocorreu. Em todos os cantos do
Brasil em que havia uma sufragista, havia também um opositor à sua causa utilizando
sempre desses mesmos argumentos que fundamentavam a mística feminina 192 . As
qualidades tidas como essencialmente femininas, os dotes naturais que faziam da
mulher segundo seus defensores, um ser especial, estavam sempre vinculados à idéia
da subserviência, da abnegação. Sair deste contexto não seria benéfico nem para a
mulher, nem para a sociedade que se desequilibraria. Para os contrários ao voto
feminino, as sufragistas não passavam de pessoas frustradas, ambiciosas que queriam
desestruturar as famílias e a sociedade.
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Em Minas Novas, neste estado, tres senhoras alistaram-se eleitoras. Essas
damas, feministas, jacobinas, consta, tratam de organizar a – malta flor da
gente, – que prestará relevantes serviços em épocas eleitoraes. 193
O alistamento destas três mulheres de Minas Novas rendeu diversos
artigos na imprensa mineira. O jornal Diário de Noticias publicou o editorial em
191 Itambé – Diamantina, 14/02/1904.
192 Para mais informações sobre o debate sobre o sufrágio feminino na imprensa brasileira e a mística
feminina cf. ALVES, Branca Moreira. Ideologia & Feminismo. A luta da Mulher pelo Voto no Brasil.
Petrópolis: Vozes, 1980.