UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...
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quando se referia a este assunto geralmente era para alertar e criticar a valorização das<br />
aparências em detrimento da inteligência feminina.<br />
Seu primeiro número surgiu no dia 07 de setembro de 1873 na cidade<br />
de Campanha no interior de Minas Gerais e deixava bem claro a que veio em sua<br />
primeira página. Já no título notamos o seu diferencial em relação aos outros periódicos<br />
femininos. A maioria dos jornais femininos tinha algo de infantil na maneira de exporem<br />
seus conteúdos e principalmente de se referirem às mulheres. O jornal de Francisca<br />
Senhorinha por sua vez tinha um título mais ousado e apresentava-se como um<br />
semanário não mais dedicado às damas e senhoras e sim, aos interesses da mulher.<br />
Interesses estes bem distantes dos assuntos considerados pela imprensa da época<br />
como femininos, tais como a beleza e a moda.<br />
Ao designarmos este periódico como uma publicação feminista,<br />
devemos ter sempre o cuidado de usar este termo inserido no contexto tratado. Neste<br />
momento, Francisca Senhorinha e suas colaboradoras, assim como outras que<br />
editavam e escreviam em jornais por todo o país, tinham o objetivo de despertar as<br />
mulheres para seu potencial de aperfeiçoamento e para aumentar seu nível de<br />
aspirações 86 . Consideramos O Sexo Feminino um jornal feminista, pois ele apresentava<br />
proposições que visavam transformar significativamente a vida da mulher. Defendia, por<br />
exemplo, a idéia essencial de que a dependência econômica determinava a subjugação<br />
feminina e de que uma educação melhor poderia ajudá-la a elevar o status. O que<br />
Francisca Senhorinha desejava era alertar as mulheres quanto às suas condições,<br />
86 Mais informações sobre periódicos feministas: BUITONI, Dulcília Schroeder. Mulher de papel: a<br />
representação da mulher na imprensa feminina brasileira. Edições Loyola: São Paulo, 1981; HAHNER,<br />
June E. A MULHER BRASILEIRA - e suas lutas sociais e políticas: 1850 –1937. São Paulo: Brasiliense,<br />
1980.<br />
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