UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - Biblioteca Digital ...
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eapropriação e um desvio dos instrumentos simbólicos que instituem a dominação<br />
masculina, contra seu próprio dominador. 21<br />
A utilização do gênero nas pesquisas sobre mulheres no meio<br />
acadêmico deu-se a partir da década de 70. A introdução deste conceito na Academia<br />
foi possível devido à crise dos paradigmas clássicos, que não conseguiam elaborar<br />
modelos mais flexíveis para analisar a situação específica da mulher enquanto sujeito<br />
social e histórico. Abriu-se, pois, um campo historiográfico favorável aos estudos<br />
feministas, que procuram enfatizar a experiência histórica e social das mulheres<br />
enquanto seres concretos, à margem de sujeitos abstratos, de sistemas teóricos, de<br />
conceitos intelectuais, que sempre se constituíram como um sistema de dominação e<br />
de exclusão da história racional e finalista que conceituavam 22 . Para SOIHET, “um<br />
objeto maior da história das mulheres consiste no estudo dos discursos e práticas,<br />
manifestos em registros múltiplos, que buscariam garantir o consentimento feminino às<br />
representações dominantes da diferença entre os sexos: a divisão das atribuições e<br />
espaços, a inferioridade jurídica, a inculcação escolar dos papéis sociais, a exclusão da<br />
esfera pública 23 ”.<br />
A chamada “crise dos paradigmas” promoveu o surgimento de uma nova<br />
corrente historiográfica chamada História Cultural ou Nova História Cultural. É<br />
considerada Nova porque traz uma nova forma da História trabalhar a cultura.<br />
Diferencia-se da antiga “história da cultura” que se preocupava apenas com as<br />
21<br />
CHARTIER, Roger. Diferenças entre os sexos e dominação simbólica (nota crítica). In: Cadernos Pagu,<br />
4. IFCH/Unicamp, 1995.<br />
22<br />
DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Teoria e método dos estudos feministas: perspectiva histórica e<br />
hermenêutica do cotidiano. In: COSTA, Albertina de Oliveira & BRUSCHINI, Cristina.(orgs.). Uma questão<br />
de gênero. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1992. p.45<br />
23<br />
SOIHET, Rachel. Formas de violência, relações de gênero e feminismo. Gênero Revista Transdiciplinar<br />
de Estudos de Gênero. Nuteg, Niterói – EDUFF,v.2, p. 7-25, 2002.<br />
23