Março de 2011 - Vol 18 numero 1 - Sociedade Portuguesa de ...
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Sumário das recomendações<br />
17<br />
gem. O objectivo é assegurar que os formandos adquirem e<br />
mantêm as competências e os conhecimentos que lhes permitam<br />
actuar correctamente em caso <strong>de</strong> paragem cardíaca<br />
e melhorar o prognóstico dos doentes.<br />
• Há alternativas eficazes aos cursos <strong>de</strong> suporte básico <strong>de</strong><br />
vida (SBV e DAE) orientados por Instrutores, que incluem<br />
cursos em pequenos ví<strong>de</strong>os / auto-aprendizagem apoiada<br />
por computador, com apoio mínimo ou mesmo sem Instrutor,<br />
associados a sessões práticas.<br />
• O i<strong>de</strong>al é que todo o cidadão tenha treino em SBV incluindo<br />
compressões torácicas e ventilação. Contudo, há circunstâncias<br />
em que se justifica treinar apenas compressões (ex.<br />
treino <strong>de</strong> improviso em situações com muito pouco tempo).<br />
Os formandos que só foram treinados a fazer apenas compressões<br />
<strong>de</strong>vem ser encorajados a fazer a formação clássica<br />
em SBV.<br />
• Os conhecimentos em SBV e SAV <strong>de</strong>terioram-se em três a<br />
seis meses. A avaliação frequente permite i<strong>de</strong>ntificar os que<br />
necessitam <strong>de</strong> treino <strong>de</strong> re-certificação para manter conhecimentos<br />
e competências.<br />
• Devem ser consi<strong>de</strong>rados na formação <strong>de</strong> leigos e profissionais<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> equipamentos com capacida<strong>de</strong> para fazer<br />
registos e mostrar, <strong>de</strong> imediato, ao reanimador a qualida<strong>de</strong><br />
da reanimaçãa.<br />
• A ênfase adicional nas competências não técnicas como li<strong>de</strong>rança,<br />
trabalho em equipa, resolução <strong>de</strong> problemas e comunicação<br />
estruturada, melhoram o <strong>de</strong>sempenho na RCP e<br />
os cuidados com o doente.<br />
• As reuniões <strong>de</strong> equipa para planificação das tentativas <strong>de</strong><br />
reanimação e as reuniões para avaliação do <strong>de</strong>sempenho<br />
quer das simulações <strong>de</strong> treino quer das reanimações reais<br />
ajudam a melhorar o <strong>de</strong>sempenho das equipas e as competências<br />
individuais.<br />
• A investigação disponível sobre o impacto do treino em reanimação<br />
e o resultado com doentes é escassa. Contudo, os<br />
estudos com manequins são úteis e os investigadores <strong>de</strong>vem<br />
ser incentivados a estudar e relatar o impacto das intervenções<br />
formativas nos resultados verificados com doentes.<br />
Epi<strong>de</strong>miologia e resultados da paragem<br />
cardíaca<br />
A doença cardíaca isquémica é a principal causa <strong>de</strong> morte no<br />
mundo. 20 Na Europa, a doença cardiovascular representa cerca<br />
<strong>de</strong> 40% <strong>de</strong> todas as mortes antes dos 75 anos. 21 A morte súbita<br />
é responsável por mais <strong>de</strong> 60% das mortes do adulto por doença<br />
coronária. 22 Dados provenientes <strong>de</strong> 37 comunida<strong>de</strong>s na<br />
Europa indicam que a incidência anual <strong>de</strong> paragens cardíacas<br />
no pré hospitalar (PCR-PH), em todos os ritmos tratadas pelos<br />
SEM é <strong>de</strong> 38 por 100 000 habitantes (Atwood, 2005, 75 ). Com<br />
base nestes dados estima-se que a incidência anual <strong>de</strong> fibrilhações<br />
ventriculares (FV) tratadas pelos SEM é <strong>de</strong> 17 por 100 000<br />
habitantes e que a sobrevida à alta hospitalar é <strong>de</strong> 10,7% para<br />
todos os ritmos e 21,2% para as PCR por FV. Dados recentes<br />
<strong>de</strong> 10 locais na América do Norte são notavelmente consistentes<br />
com estes números: sobrevida média <strong>de</strong> 8,4% à alta hospitalar<br />
nas paragens cardíacas em todos os ritmos, tratadas por SEM<br />
e 22% para as FV. 23 Há alguma evidência <strong>de</strong> que a sobrevida<br />
pós-paragem cardíaca a longo prazo vem aumentando. 24, 25 Na<br />
análise do ritmo inicial, cerca <strong>de</strong> 25-30% das vítimas <strong>de</strong> PCR-<br />
-PH têm FV, percentagem que baixou nos últimos 20 anos. 26-<br />
30<br />
É provável que o número <strong>de</strong> vítimas com FV ou taquicardia<br />
ventricular (TV) no momento do colapso seja muito maior e que<br />
quando os operacionais do SEM registam o primeiro electrocardiograma<br />
(ECG) o ritmo tenha <strong>de</strong>teriorado (evoluído?) para assistolia.<br />
31, 32 Quando o ritmo é registado imediatamente a seguir<br />
ao colapso, em particular pelos DAE locais, a percentagem <strong>de</strong><br />
doentes em FV po<strong>de</strong> ser da or<strong>de</strong>m dos 59% 33 to 65%. 34 .<br />
A incidência <strong>de</strong> PCR intra-hospitalar relatada é mais variável,<br />
anda na or<strong>de</strong>m das 1-5 por 1000 internamentos. 35 Dados recentes<br />
do American Heart Association‘s National Registry of<br />
CPR indicam que a sobrevida à data da alta hospitalar <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> PCR intra-hospitalar é <strong>de</strong> 17.6% (todos os ritmos). 36 O ritmo<br />
inicial, em 25% dos casos, é FV ou TV sem pulso dos quais 37%<br />
sobrevive à data da alta hospitalar; Quando o ritmo inicial é activida<strong>de</strong><br />
eléctrica sem pulso ou assistolia só 11.5% sobrevivem<br />
à data da alta hospitalar<br />
Consenso Internacional em ciência<br />
cardio-pulmonar<br />
O International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR)<br />
inclui representantes da American Heart Association (AHA), do<br />
European Resuscitation Council (ERC), do Heart and Stroke<br />
Foundation do Canada (HSFC), do Australian and New Zealand<br />
Committee on Resuscitation (ANZCOR), Resuscitation Council<br />
of Southern Africa (RCSA), da Inter-American Heart Foundation<br />
(IAHF), e do Resuscitation Council of Asia (RCA). Os investigadores<br />
dos conselhos membros do ILCOR avaliam o estado da<br />
ciência da reanimação a cada período <strong>de</strong> 5 anos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2000.<br />
As conclusões e recomendações da International Consensus<br />
Conference on Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency<br />
Cardiovascular Care With Treatment Recommendations <strong>de</strong><br />
2005 foram publicadas no final <strong>de</strong> 2005. 37, 38 A mais recente<br />
International Consensus Conference teve lugar em Dallas em<br />
Fevereiro <strong>de</strong> 2010 e as conclusões e recomendações, publicadas,<br />
<strong>de</strong>ste processo constituem a base <strong>de</strong>stas recomendações<br />
ERC 2010. 2<br />
Cada um dos seis grupos <strong>de</strong> trabalho ILCOR: suporte básico <strong>de</strong><br />
vida (SBV); suporte avançado <strong>de</strong> vida (SAV); Síndromes coronárias<br />
agudas (SCA); suporte <strong>de</strong> vida Pediátrico (SVP); suporte