Março de 2011 - Vol 18 numero 1 - Sociedade Portuguesa de ...
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30 Suporte Avançado <strong>de</strong><br />
Vida do Adulto 6<br />
a monitorização por capnografia para confirmar e monitorizar a<br />
posição do tubo traqueal (se houver débito cardíaco).<br />
• Programar um tempo inspiratório <strong>de</strong> 1 segundo e o volume<br />
corrente que produza uma expansão do tórax normal. Adicionar<br />
O 2<br />
suplementar logo que possível.<br />
• Logo que tenha sido colocada uma via aérea supra-glótica<br />
ou feita a entubação traqueal manter as compressões torácicas<br />
sem interrupção (interrompendo só para <strong>de</strong>sfibrilhar e<br />
pesquisar pulso quando indicado) com uma frequência <strong>de</strong><br />
100 min -1 , e ventilar a 10 min -1 . Evitar hiperventilação (quer<br />
por excesso <strong>de</strong> frequência e/ou volume corrente) porque<br />
po<strong>de</strong> piorar o prognóstico.<br />
• Se não há adjuvantes para a ventilação consi<strong>de</strong>rar a ventilação<br />
boca-a-boca. Se há razões clínicas para evitar a ventilação boca-a-boca<br />
ou o operacional não quer ou não é capaz <strong>de</strong> o fazer,<br />
fazer compressões torácicas eficazes até à chegada da ajuda.<br />
• À chegada do <strong>de</strong>sfibrilhador, aplicar as pás e analisar o ritmo.<br />
Se existirem pás auto-a<strong>de</strong>sivas, aplicá-las sem interromper<br />
as compressões torácicas. As pás do <strong>de</strong>sfibrilhador ou as<br />
auto-a<strong>de</strong>sivas permitem i<strong>de</strong>ntificar o ritmo mais rapidamente<br />
do que com a colocação <strong>de</strong> eléctrodos, sem interromper as<br />
compressões torácicas. 222<br />
• Quando se utilizam <strong>de</strong>sfibrilhadores manuais fazer uma pausa<br />
breve para i<strong>de</strong>ntificar o ritmo, se for FV/TV accionar a carga<br />
enquanto outro reanimador mantém as compressões torácicas.<br />
Quando o <strong>de</strong>sfibrilhador estiver carregado, interromper as compressões<br />
torácicas, assegurar que toda a equipa está afastada da vítima<br />
e aplicar o choque. Com DAE seguir os comandos verbais e visuais<br />
• Reiniciar compressões imediatamente a seguir à tentativa<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfibrilhação<br />
• Minimizar as interrupções nas compressões torácicas. Com<br />
<strong>de</strong>sfibrilhadores manuais po<strong>de</strong>-se reduzir o tempo <strong>de</strong> pausa<br />
nas compressões a menos <strong>de</strong> 5 segundos.<br />
• Manter a reanimação até à chegada da equipa <strong>de</strong> emergência<br />
ou até o doente apresentar sinais <strong>de</strong> vida. Com DAE<br />
seguir os comandos verbais e visuais. Com <strong>de</strong>sfibrilhador<br />
manual seguir o algoritmo universal <strong>de</strong> SAV<br />
• Iniciada a reanimação e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que haja operacionais suficientes,<br />
canular uma veia e preparar os medicamentos que<br />
po<strong>de</strong>m ser necessários na reanimação (ex: adrenalina).<br />
• Designar a pessoa responsável por passar a informação<br />
clínica ao “lí<strong>de</strong>r da equipa”. Utilizar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> comunicação<br />
estruturado (ex: SBAR, RSVP).<br />
208, 223<br />
• Localizar o processo do doente.<br />
• A qualida<strong>de</strong> das compressões torácicas na reanimação intra-<br />
-hospitalar é muitas vezes sub-ótpima. 224, 225 Nunca é <strong>de</strong>mais<br />
sublinhar a importância das compressões torácicas contínuas.<br />
Mesmo as pequenas interrupções têm consequências<br />
<strong>de</strong>sastrosas nos resultados e todos os esforços <strong>de</strong>vem ser<br />
concentrados em manter compressões eficazes, sem interrupções<br />
e durante todo o processo da reanimação. O “lí<strong>de</strong>r<br />
da equipa” <strong>de</strong>ve monitorizar a qualida<strong>de</strong> da reanimação e<br />
rodar os operacionais se a qualida<strong>de</strong> da reanimação não for<br />
a a<strong>de</strong>quada.<br />
A monitorização contínua do CO 2<br />
TE (CO 2<br />
Tele-Expiratório) po<strong>de</strong><br />
ser utilizada como indicador da qualida<strong>de</strong> da reanimação, apesar<br />
<strong>de</strong> não haver um valor alvo <strong>de</strong>finido para CO 2<br />
TE durante a reanimação.<br />
Aceita-se que valores da CO 2<br />
TE inferiores a 10mmHg se<br />
associam a menor probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> RCE e po<strong>de</strong>m indicar que a<br />
qualida<strong>de</strong> das compressões torácicas precisa <strong>de</strong> ser melhorada.<br />
Sempre que possível a pessoa que faz compressões torácicas<br />
<strong>de</strong>ve ser substituída cada 2min, sem interromper as compressões.<br />
Algoritmo <strong>de</strong> tratamento em SAV<br />
Apesar do algoritmo <strong>de</strong> SAV (Fig. 1.6) se aplicar a todas as<br />
situações <strong>de</strong> PCR, há intervenções adicionais que se justificam<br />
nas PCR em circunstâncias especiais (ver Secção 8). 10 As intervenções<br />
que contribuem seguramente para salvar vidas das<br />
vítimas <strong>de</strong> PCR são: SBV imediato e eficaz, manutenção <strong>de</strong><br />
compressões torácicas ininterruptas e <strong>de</strong> elevada qualida<strong>de</strong><br />
e a <strong>de</strong>sfibrilhação precoce nas FV/TV. A Adrenalina aumenta<br />
a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> RCE, mas não há nenhuma prova <strong>de</strong> que<br />
qualquer outro medicamento ou intervenção avançada sobre a<br />
via aérea melhore a sobrevida das vítimas <strong>de</strong> PCR à data da<br />
alta hospitalar. 226-229 Por isso apesar do uso <strong>de</strong> medicamentos<br />
e intervenções avançadas na via aérea estarem incluídas no<br />
SAV, têm importância secundária à <strong>de</strong>sfibrilhação precoce e às<br />
compressões torácicas ininterruptas e <strong>de</strong> elevada qualida<strong>de</strong>.<br />
Como nas recomendações anteriores, o algoritmo <strong>de</strong> SAV distingue<br />
ritmos <strong>de</strong>sfibrilháveis <strong>de</strong> ritmos não <strong>de</strong>sfibrilháveis. Os<br />
ciclos são genericamente iguais, com um período <strong>de</strong> SBV <strong>de</strong> 2<br />
minutos, antes <strong>de</strong> avaliar o ritmo e, quando indicado, avaliar o<br />
pulso. Quando indicada, a adrenalina é administrada na dose<br />
<strong>de</strong> 1mg a intervalos <strong>de</strong> 3-5min, até se conseguir o RCE – o<br />
momento para administrar a adrenalina é <strong>de</strong>scrito na Fig 1.6<br />
Ritmos <strong>de</strong>sfibrilháveis (fibrilhação ventricular<br />
/ taquicardia ventricular sem pulso)<br />
A FV/TV é o primeiro ritmo monitorizado em cerca <strong>de</strong> 25% dos<br />
casos <strong>de</strong> PCR quer no hospital. 36 24, 25, 146<br />
, quer no pré-hospitalar.<br />
Durante a reanimação <strong>de</strong> ritmos que inicialmente eram assistolias<br />
ou AEsP também surgem FV/TV em cerca <strong>de</strong> 25% dos<br />
casos. Confirmada a PCR, feito o pedido <strong>de</strong> ajuda e do <strong>de</strong>sfibrilhador,<br />
iniciar SBV com compressões torácicas / ventilações<br />
numa relação <strong>de</strong> 30:2.<br />
Quando o <strong>de</strong>sfibrilhador chega manter compressões torácicas<br />
enquanto <strong>de</strong> aplicam as pás ou os eléctrodos.<br />
• Se o ritmo é FV/TV accionar a carga do <strong>de</strong>sfibrilhador enquanto<br />
outro operador mantém as compressões torácicas.