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Março de 2011 - Vol 18 numero 1 - Sociedade Portuguesa de ...

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32 Suporte Avançado <strong>de</strong><br />

Vida do Adulto 6<br />

tenham sido retomadas. Se não se conseguiu RCE com o 3º<br />

choque a adrenalina contribui para a perfusão do miocárdio<br />

e aumenta a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sucesso do choque seguinte.<br />

Em estudo animais, o pico <strong>de</strong> concentração da adrenalina<br />

ocorre cerca <strong>de</strong> 90 segundos <strong>de</strong>pois da administração periférica.<br />

233<br />

• Caso se tenha conseguido o RCE é possível que o bolus<br />

<strong>de</strong> adrenalina provoque taquicardia e hipertensão e precipite<br />

a recorrência da FV. Contudo, imediatamente a seguir<br />

ao RCE as concentrações plasmáticas <strong>de</strong> adrenalina são<br />

elevadas, 234 e não há estudos que documentem a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> dano adicional. A interrupção das compressões, a<br />

meio do ciclo, para pesquisar pulso é igualmente prejudicial.<br />

A capnografia po<strong>de</strong> permitir <strong>de</strong>tectar o RCE sem parar as<br />

compressões e po<strong>de</strong>ria ser uma estratégia para evitar a administração<br />

<strong>de</strong> bolus <strong>de</strong> adrenalina nos doente já com RCE.<br />

Há dois estudos prospectivos em humanos que <strong>de</strong>monstram<br />

um aumento significativo do CO 2<br />

235, 236<br />

TE com o RCE.<br />

• Ao fim do ciclo <strong>de</strong> 2min <strong>de</strong> SBV se o ritmo passou a assistolias<br />

ou AEsP ver algoritmo dos ritmos “não <strong>de</strong>sfibrilháveis”.<br />

Se o ritmo é não <strong>de</strong>sfibrilhável e organizado (complexos<br />

regulares e estreitos) pesquisar pulso. A pesquisa <strong>de</strong> pulso<br />

<strong>de</strong>ve ser breve e só <strong>de</strong>ve ser tentada se existir um ritmo organizado.<br />

Des<strong>de</strong> que haja dúvidas sobre a existência <strong>de</strong> pulso,<br />

mesmo com ritmo organizado, retomar as compressões<br />

torácicas. Se há RCE iniciar os cuidados pós-reanimação.<br />

Até haver RCE administrar adrenalina na dose <strong>de</strong> 1mg cada<br />

3-5min, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do ritmo, na prática será uma administração<br />

a cada dois ciclos <strong>de</strong> 2min <strong>de</strong> SBV. Se a vítima exibe<br />

sinais <strong>de</strong> vida (movimentos voluntários, tosse, respiração normal)<br />

confirmar o ritmo; se existir ritmo organizado pesquisar pulso. Se<br />

há pulso continuar com os cuidados pós-reanimação. Se não há<br />

pulso manter SBV. Manter SBV numa relação <strong>de</strong> 30:2 é cansativo<br />

pelo que o membro da equipa que faz compressões torácicas<br />

<strong>de</strong>ve rodar cada 2min, sem interromper as compressões.<br />

Murro pré-cordial<br />

A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um murro pré-cordial reverter um ritmo <strong>de</strong>sfibrilhável<br />

é muito baixa 237-239 e a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sucesso<br />

limita-se aos primeiros segundos a seguir à instalação do ritmo<br />

<strong>de</strong>sfibrilhável. 240 O sucesso é maior com a TVsP do que com a<br />

FV. A aplicação do murro pré-cordial não <strong>de</strong>ve atrasar o pedido<br />

do <strong>de</strong>sfibrilhador. O murro pré-cordial só tem indicação na PCR<br />

testemunhada em doente monitorizado, se estiverem presente<br />

vários operacionais e se não existir <strong>de</strong>sfibrilhador à mão <strong>de</strong> imediato.<br />

241 Na prática é improvável que se reúnam estas condições<br />

a não ser em ambiente <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> emergência ou UCI. 239<br />

Via aérea e ventilação<br />

Durante o tratamento da FV assegurar compressões torácicas<br />

<strong>de</strong> elevada qualida<strong>de</strong>, entre as tentativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfibrilhação.<br />

Consi<strong>de</strong>rar as situações potencialmente reversíveis (4 Hs e 4<br />

Ts) que se estiverem presentes <strong>de</strong>vem ser corrigidas. Confirmar<br />

os contactos e posição dos eléctrodos / pás <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfibrilhação e<br />

gel <strong>de</strong> contacto.<br />

A entubação traqueal é a melhor e mais eficaz das formas <strong>de</strong><br />

assegurar a via aérea, mas só <strong>de</strong>ve ser tentada por operacionais<br />

treinados, com experiência regular e continuada nesta técnica.<br />

Os operacionais experientes <strong>de</strong>vem tentar a laringoscopia<br />

e entubação traqueal sem interromper as compressões torácicas,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser necessária uma breve pausa (que não <strong>de</strong>ve<br />

exce<strong>de</strong>r os 10seg) para fazer passar o tubo pelas cordas vocais.<br />

Em alternativa a entubação traqueal po<strong>de</strong> ser diferida até<br />

ao RCE, para que não haja interrupções nas compressões torácicas.<br />

Não há nenhum estudo que <strong>de</strong>monstre que a entubação<br />

traqueal melhora a sobrevida pós PCR. Depois da entubação<br />

confirmar a posição do tubo traqueal e fixá-lo. Nos doentes com<br />

entubação traqueal as compressões torácicas <strong>de</strong>vem ser contínuas<br />

com uma frequência <strong>de</strong> 100 min -1 sem pausa para ventilar.<br />

Na ausência <strong>de</strong> peritos na entubação traqueal é aceitável como<br />

alternativa a colocação <strong>de</strong> um dispositivo da via aérea supra-<br />

-glótico (ex. máscara laríngea) (Secção 4e). Com o dispositivo<br />

da via aérea supra-glótico colocado tentar manter as compressões<br />

em contínuo, sem interromper para ventilar. Se a fuga <strong>de</strong><br />

ar na insuflação for excessiva e resultar em ventilação insuficiente<br />

ter-se-ão <strong>de</strong> interromper as compressões torácicas durante<br />

a insuflação (30:2).<br />

Acessos intravasculares<br />

Se não estiver assegurado um acesso ev, estabelecer um. A cateterização<br />

<strong>de</strong> veias periféricas é mais rápida, fácil e segura do<br />

que a cateterização central. Os fármacos administrados por via<br />

periférica <strong>de</strong>vem ser seguidos <strong>de</strong> bólus <strong>de</strong> 20mL <strong>de</strong> soro. Se a<br />

colocação <strong>de</strong> acesso ev for difícil, consi<strong>de</strong>rar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

colocar acesso intra-ósseo (IO). Os fármacos administrados por<br />

via io chegam ao plasma em dose e tempo comparável ao que<br />

se passa quando administrados por acesso venoso central. 242<br />

Os sistemas mecânicos <strong>de</strong> colocação <strong>de</strong> acesso IO facilitam a<br />

execução da técnica. 243<br />

As concentrações plasmáticas dos fármacos administrados por<br />

tubo traqueal são imprevisíveis e as doses óptimas são <strong>de</strong>sconhecidas,<br />

pelo que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> se recomendar a administração<br />

<strong>de</strong> qualquer fármaco por via traqueal.<br />

Fármacos<br />

Adrenalina<br />

Apesar da utilização generalizada <strong>de</strong> adrenalina na reanimação<br />

e dos vários estudos utilizando a vasopressina, não há nenhum<br />

estudo controlado com placebo que <strong>de</strong>monstre que a utilização<br />

<strong>de</strong> qualquer vasopressor em qualquer fase da reanimação por

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