Março de 2011 - Vol 18 numero 1 - Sociedade Portuguesa de ...
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Electroterapias: <strong>de</strong>sfibrilhadores automáticos<br />
externos, <strong>de</strong>sfibrilhação, cardioversão e pacing 5<br />
25<br />
Estratégias pré-<strong>de</strong>sfibrilhação<br />
Minimizar a pausa pré-choque<br />
O intervalo entre a paragem das compressões torácicas e a aplicação<br />
do choque (pausa pré-choque) <strong>de</strong>ve se reduzido ao mínimo<br />
possível; mesmo 5-10 segundos <strong>de</strong> pausa reduzem a probabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> o choque ser eficaz. 71, 110, 112 Com uma li<strong>de</strong>rança eficiente da<br />
equipa, capaz <strong>de</strong> manter comunicação eficaz, a pausa pré-choque<br />
po<strong>de</strong> ser facilmente reduzida para menos <strong>de</strong> 5 segundos mantendo<br />
as compressões durante o tempo <strong>de</strong> carga do <strong>de</strong>sfibrilhador. A<br />
confirmação <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> que ninguém está em contacto com<br />
a vítima no momento da <strong>de</strong>sfibrilhação <strong>de</strong>ve ser feita <strong>de</strong> forma rápida<br />
e eficiente. O risco negligenciável <strong>de</strong> que o reanimador possa<br />
receber um choque é ainda menor se utilizar luvas. 113 A pausa pós-<br />
-choque <strong>de</strong>ve ser reduzida pelo reinício imediato das compressões<br />
a seguir ao choque. A totalida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfibrilhação<br />
<strong>de</strong>ve estar completo em menos <strong>de</strong> 5 segundos.<br />
Eléctrodos auto-a<strong>de</strong>sivos versus pás <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfibrilhador<br />
Os eléctrodos auto-a<strong>de</strong>sivos, na prática, têm vantagens na monitorização<br />
e <strong>de</strong>sfibrilhação <strong>de</strong> rotina, quando comparados com as pás dos<br />
<strong>de</strong>sfibrilhadores clássicos. 114-1<strong>18</strong> São seguros e eficazes e preferíveis<br />
quando comparados com as pás dos <strong>de</strong>sfibrilhadores clássicos. 119<br />
Análise da forma das ondas da fibrilhação<br />
É possível prever, com segurança variável, o sucesso da <strong>de</strong>sfibrilhação<br />
analisando a forma das ondas <strong>de</strong> fibrilhação. 120-139 Se é<br />
possível i<strong>de</strong>ntificar a forma das ondas <strong>de</strong> fibrilhação e o momento<br />
i<strong>de</strong>al para o choque, em estudos prospectivos, <strong>de</strong>ve ser possível<br />
prevenir a aplicação <strong>de</strong> choques <strong>de</strong> alta energia ineficazes e<br />
assim minimizar a lesão do miocárdio. Esta tecnologia está em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento e investigação activos, mas a sua sensibilida<strong>de</strong><br />
e especificida<strong>de</strong> ainda não são suficientes para introduzir, na<br />
prática clínica, a análise da forma das ondas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfibrilhação.<br />
SBV antes da <strong>de</strong>sfibrilhação<br />
Há vários estudos que analisaram as vantagens <strong>de</strong> fazer um<br />
período <strong>de</strong> SBV antes da <strong>de</strong>sfibrilhação, em particular nas PCR<br />
não testemunhadas ou colapsos prolongados sem reanimação.<br />
Da revisão que serviu <strong>de</strong> base às recomendações <strong>de</strong> 2005 resultou<br />
a recomendação <strong>de</strong> que era razoável recomendar aos<br />
operacionais dos SEM que fizessem 2 minutos <strong>de</strong> SBV, antes<br />
da <strong>de</strong>sfibrilhação, nas vítimas com colapso longo (>5minutos). 140<br />
Esta recomendação baseou-se em estudos clínicos que <strong>de</strong>monstraram<br />
que quando o tempo <strong>de</strong> resposta exce<strong>de</strong> os 4-5 minutos,<br />
o RCE, a sobrevida à data da alta hospitalar 141, 142 e a sobrevida<br />
ao ano 142 , em adultos com FV ou TV em contexto pré-hospitalar<br />
melhoravam se antes da <strong>de</strong>sfibrilhação fosse feito 1.5 a 3 minutos<br />
<strong>de</strong> SBV em comparação com a <strong>de</strong>sfibrilhação imediata.<br />
Recentemente, dois estudos aleatorizados e controlados documentaram<br />
que um período <strong>de</strong> 1,5 a 3 minutos <strong>de</strong> SBV feitos pelos<br />
operacionais do SEM, antes da <strong>de</strong>sfibrilhação não melhora<br />
o RCE nem a sobrevida à data da alta hospitalar nos doentes<br />
no pré-hospitalar, com FV ou TV sem pulso in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do tempo <strong>de</strong> resposta do SEM. 143, 144 Outros quatro estudos não<br />
<strong>de</strong>monstraram melhorias significativas no RCE global nem da<br />
sobrevida à data da alta hospitalar, quando era feito um período<br />
inicial <strong>de</strong> SBV, 141, 142, 145, 146 embora um <strong>de</strong>les mostrasse uma percentagem<br />
mais elevada <strong>de</strong> resultados neurológicos favoráveis<br />
aos 30 dias e ao 1º ano após a PCR. 145 Demonstrou-se que<br />
fazer compressões torácicas enquanto o <strong>de</strong>sfibrilhador está a<br />
carregar melhora a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobrevida. 147<br />
Os operacionais dos SEM <strong>de</strong>vem fazer SBV da melhor qualida<strong>de</strong><br />
a todas as vítimas <strong>de</strong> PCR não presenciada, até chegar o <strong>de</strong>sfibrilhador,<br />
ser conectado e carregado, mas não se recomenda que<br />
se faça, por rotina, um período <strong>de</strong> SBV pré-<strong>de</strong>finido (ex: 2 a 3 min)<br />
antes da análise <strong>de</strong> ritmo e <strong>de</strong> aplicar o choque. Há SEM que já<br />
implementaram a prática <strong>de</strong> um período pré-<strong>de</strong>finido <strong>de</strong> SBV antes<br />
da <strong>de</strong>sfibrilhação; tendo em consi<strong>de</strong>ração a ausência <strong>de</strong> dados<br />
que suportem ou con<strong>de</strong>nem em <strong>de</strong>finitivo este procedimento,<br />
é razoável que esses SEM possam manter a mesma prática.<br />
Desfibrilhação<br />
Um versus uma série <strong>de</strong> três choques seguidos<br />
A interrupção das compressões torácicas reduz a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> converter a FV noutro ritmo. 71 Há estudos que <strong>de</strong>monstram<br />
que o tempo sem compressões é significativamente menor nos<br />
algoritmos com um choque isolado do que nos que têm séries<br />
<strong>de</strong> três choques seguidos. 148 e alguns, 149-151 mas nem todos, 148,<br />
152<br />
sugerem que a estratégia <strong>de</strong> um só choque tem benefícios<br />
significativos na mortalida<strong>de</strong>.<br />
Quando a <strong>de</strong>sfibrilhação é necessária, <strong>de</strong>ve aplicar-se um só<br />
choque e prosseguir imediatamente com compressões torácicas.<br />
Não atrasar a reanimação para analisar o ritmo ou palpar<br />
pulso <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aplicar o choque. Manter o SBV (30 compressões:<br />
2 duas ventilações) durante dois minutos até se voltar a<br />
analisar o ritmo e a dar outro choque (se indicado) (see Section<br />
4 Advanced Life Support).6<br />
Se a FV / TV surgir durante o cateterismo cardíaco ou no pós-<br />
-operatório precoce da cirurgia cardíaca, (altura em que as<br />
compressões po<strong>de</strong>m garrar as suturas cardíacas), consi<strong>de</strong>rar a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicar até três choques antes <strong>de</strong> iniciar as compressões<br />
torácicas (ver na secção 8, em situações especiais). 10<br />
A estratégia dos três choques seguidos também po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />
se o doente está monitorizado com um <strong>de</strong>sfibrilhador manual<br />
e a PCR é presenciada. Embora não haja dados a suportar<br />
a estratégia dos três choques em sequência, é improvável que