Março de 2011 - Vol 18 numero 1 - Sociedade Portuguesa de ...
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Suporte Avançado <strong>de</strong><br />
Vida do Adulto 6<br />
41<br />
Marcadores Bioquímicos<br />
Não há evidência que apoie a utilização <strong>de</strong> marcadores séricos<br />
(ex: proteína S100, enolase neuronal específica) ou do LCR, isolados,<br />
na <strong>de</strong>finição do prognóstico nos doentes em coma pós-PCR,<br />
com ou sem hipotermia terapêutica. Nas limitações incluem-se<br />
não só o limitado nº <strong>de</strong> doentes estudados como as inconsistências<br />
nos limites <strong>de</strong> validação para <strong>de</strong>finição do prognóstico.<br />
Estudos electrofisiológicos<br />
Nenhum estudo electro-fisiológico é fiável a <strong>de</strong>finir o prognóstico<br />
<strong>de</strong> doentes em coma, nas 24h que se seguem à PCR. Às<br />
24h, no doente em coma pós-PCR e que não tenha sido submetido<br />
a hipotermia terapêutica, a ausência <strong>de</strong> resposta cortical<br />
N20 à estimulação do nervo mediano com potenciais evocados<br />
somato-sensoriais (PESS) antecipa um mau prognóstico (morte<br />
ou CDP <strong>de</strong> 3 ou 4) com FPR <strong>de</strong> 0.7% (95% IC: 0.1-3.7). 376<br />
Estudos <strong>de</strong> imagem<br />
Há muitos estudos sobre o valor da imagem (ressonância magnética<br />
nuclear, tomografia computorizada, tomografia computorizada<br />
por emissão simples <strong>de</strong> fotões, angiografia cerebral, doppler<br />
transcraniano, medicina nuclear, espectrofotometria quase<br />
infra-vemelha) na antecipação do prognóstico <strong>de</strong> adultos que<br />
sobreviveram a PCR. 15 Não há nenhum estudo <strong>de</strong> elevado nível<br />
que permita recomendar qualquer <strong>de</strong>stes meios <strong>de</strong> diagnóstico<br />
para avaliar o prognóstico <strong>de</strong> doentes em coma pós-PCR.<br />
vitimas tratadas com hipotermia: Dadas as limitações dos dados<br />
disponíveis, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> limitação do nível <strong>de</strong> cuidados não<br />
po<strong>de</strong> ser tomada com base num único indicador <strong>de</strong> prognóstico.<br />
Doação <strong>de</strong> órgãos<br />
Faz-se transplante <strong>de</strong> órgãos sólidos com sucesso pós-PCR. 380<br />
Este grupo <strong>de</strong> doentes oferece uma oportunida<strong>de</strong> inexplorada para<br />
aumentar o nº <strong>de</strong> dadores. A colheita <strong>de</strong> órgãos em dadores com<br />
coração parado classifica-se como controlada e não controlada. 381<br />
Diz-se controlada quando a colheita é programada para <strong>de</strong>pois da<br />
suspensão do suporte <strong>de</strong> funções vitais em caso <strong>de</strong> lesão vital irreversível.<br />
Diz-se não controlada quando a colheita é feita em dador<br />
em PCR ou sujeito a manobras <strong>de</strong> reanimação sem RCE.<br />
Centros <strong>de</strong> PCR<br />
A sobrevida pós-PCR, publicada, tem uma enorme variabilida<strong>de</strong><br />
entre hospitais. 57-63 Há alguns dados <strong>de</strong> baixo nível <strong>de</strong> evidência<br />
que sugerem que as UCI que admitem mais <strong>de</strong> 50 doentes / ano<br />
pós-PCR têm melhores resultados do que as que admitem menos<br />
<strong>de</strong> 20 casos /ano. 61 Há evidência indirecta que correlaciona<br />
a existência <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> reanimação cardíaca regionais com<br />
melhor prognóstico no caso <strong>de</strong> doentes com EM com SST (enfarte<br />
do miocárdio com supra <strong>de</strong> ST). 382-404<br />
A implicação <strong>de</strong>stes dados po<strong>de</strong>ria ser a <strong>de</strong> que os centros e<br />
sistemas especializados em PCR po<strong>de</strong>riam ser mais eficazes,<br />
se bem que não haja qualquer evidência directa que suporte<br />
esta hipótese. 405-407<br />
Impacto da hipotermia terapêutica no prognóstico<br />
A evidência disponível é insuficiente para recomendar uma<br />
abordagem específica para estabelecer o prognóstico <strong>de</strong> doentes<br />
pós-PCR, tratados com hipotermia. Não há manifestações<br />
clínicas neurológicas, estudos electro-fisiológicos, biomarcadores<br />
ou exames <strong>de</strong> imagem que permitam antecipar o prognóstico<br />
nas primeiras 24h pós-PCR. Com base nos limitados dados<br />
disponíveis os indicadores <strong>de</strong> prognóstico potencialmente<br />
fiáveis na i<strong>de</strong>ntificação dos doentes, tratados com hipotermia,<br />
que têm mau prognóstico, incluem: a ausência bilateral <strong>de</strong> resposta<br />
no pico N20 dos potenciais evocados somato-sensoriais<br />
(PESS) <strong>de</strong>pois das 24h pós-PCR (FPR 0%, 95% CIC 0-69%)<br />
a ausência <strong>de</strong> reflexos corneanos e pupilares à luz 3 ou mais<br />
dias pós-PCR (FPR 0%, 95% IC 0-48%). 368, 377 Há alguma evidência<br />
<strong>de</strong> que a resposta motora