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Março de 2011 - Vol 18 numero 1 - Sociedade Portuguesa de ...

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Suporte <strong>de</strong> vida neo-natal 9<br />

61<br />

seriada, especialmente da frequência cardíaca mas também da<br />

respiração, po<strong>de</strong> indicar se um bebé está a respon<strong>de</strong>r ou se<br />

outras intervenções são necessárias.<br />

Respiração<br />

Verificar se o recém-nascido respira. Em caso afirmativo, avaliar<br />

a frequência, profundida<strong>de</strong> e simetria da respiração, bem como<br />

a presença <strong>de</strong> padrão respiratório anormal, como gemido ou<br />

respiração agónica.<br />

Frequência cardíaca (FC)<br />

A melhor forma <strong>de</strong> avaliar a FC é por auscultação cardíaca, no<br />

ápex. A palpação do pulso na base do cordão umbilical é muitas<br />

vezes eficaz mas po<strong>de</strong> ser enganadora; só é fiável se for claramente<br />

superior a 100 min -1 579 . Em recém-nascidos que necessitam<br />

<strong>de</strong> reanimação e/ou <strong>de</strong> suporte respiratório continuado, um<br />

oxímetro <strong>de</strong> pulso po<strong>de</strong> fornecer uma avaliação fiável da FC 580 .<br />

Coloração<br />

Observar a coloração é um mau método <strong>de</strong> avaliar a oxigenação<br />

581 , que <strong>de</strong>ve i<strong>de</strong>almente ser avaliada por oximetria <strong>de</strong><br />

pulso. Geralmente um bebé saudável nasce cianosado mas rapidamente<br />

começa a ficar rosado, cerca <strong>de</strong> 30 segundos após<br />

o início <strong>de</strong> uma respiração eficaz. A cianose periférica é habitual<br />

e, por si só, não significa hipoxémia. A persistência <strong>de</strong> pali<strong>de</strong>z<br />

apesar <strong>de</strong> ventilação po<strong>de</strong> indicar acidose significativa ou, raramente,<br />

hipovolémia. Apesar <strong>de</strong> a coloração ser um mau método<br />

<strong>de</strong> avaliar a oxigenação, não <strong>de</strong>ve ser ignorada; um recém-<br />

-nascido cianosado <strong>de</strong>ve ser avaliado por oximetria <strong>de</strong> pulso.<br />

Tónus<br />

Quando um recém-nascido está muito hipotónico provavelmente<br />

estará não reactivo e necessitará <strong>de</strong> ser ventilado.<br />

Classificação baseada na avaliação<br />

Os recém-nascidos po<strong>de</strong>m ser classificados em três grupos,<br />

com base na avaliação inicial:<br />

1. Choro ou respiração vigorosos<br />

Bom tónus<br />

Frequência cardíaca superior a 100 min -1<br />

A única intervenção necessária será secar, envolver numa<br />

toalha aquecida e, se possível, colocar junto à mãe. O bebé<br />

manter-se-á aquecido, coberto e em contacto pele-a-pele com<br />

a mãe, e po<strong>de</strong> começar a mamar ao seio.<br />

2. Apneico ou com respiração ina<strong>de</strong>quada<br />

Tónus normal ou diminuído<br />

Frequência cardíaca inferior a 100 min-1<br />

Secar e envolver. Este recém-nascido po<strong>de</strong> melhorar com ventilação<br />

por máscara, mas se esta não melhorar a frequência<br />

cardíaca, po<strong>de</strong>m ser necessárias compressões torácicas.<br />

3. Apneico ou com respiração ina<strong>de</strong>quada<br />

Hipotónico<br />

Frequência cardíaca baixa ou in<strong>de</strong>tectável<br />

Pálido, com má perfusão<br />

Secar e envolver. Será necessário controlo imediato da via aérea,<br />

insuflação pulmonar e ventilação. Após conseguidas estas<br />

medidas, o bebé po<strong>de</strong> ainda necessitar <strong>de</strong> compressões torácicas<br />

e, eventualmente, <strong>de</strong> fármacos.<br />

Resta ainda um grupo muito raro <strong>de</strong> bebés que se mantêm hipoxémicos<br />

apesar <strong>de</strong> estarem a respirar a<strong>de</strong>quadamente e terem<br />

boa frequência cardíaca. Neste grupo incluem-se diversos<br />

diagnósticos possíveis como hérnia diafragmática, défice <strong>de</strong><br />

surfactante, pneumonia congénita, pneumotórax ou cardiopatia<br />

congénita cianótica.<br />

Estimulação táctil<br />

Habitualmente, secar o recém-nascido produz estimulação<br />

táctil suficiente para iniciar uma respiração eficaz. Devem ser<br />

evitados métodos <strong>de</strong> estimulação mais vigorosos. Se um curto<br />

período <strong>de</strong> estimulação não resultar em respiração espontânea<br />

eficaz, serão necessárias outras formas <strong>de</strong> intervenção.<br />

Suporte <strong>de</strong> vida neonatal<br />

O suporte <strong>de</strong> vida neonatal <strong>de</strong>ve ser iniciado se, na avaliação<br />

inicial, o recém-nascido não tiver respiração regular e eficaz ou<br />

se tiver frequência cardíaca inferior a 100 min -1 . Habitualmente,<br />

a abertura da via aérea e a insuflação pulmonar são suficientes.<br />

Para além disso, outras intervenções mais avançadas serão inúteis<br />

se estas duas não tiverem sido conseguidas a<strong>de</strong>quadamente.

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