Março de 2011 - Vol 18 numero 1 - Sociedade Portuguesa de ...
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Suporte Avançado <strong>de</strong><br />
Vida do Adulto 6<br />
27<br />
1. Sumário das Recomendações<br />
2. Suporte Básico <strong>de</strong> Vida do Adulto e utilização <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sfibrilhadores automáticos externos 4<br />
3. Electroterapias: <strong>de</strong>sfibrilhadores automáticos externos<br />
, <strong>de</strong>sfibrilhação, cardioversão e pacing 5<br />
4. Suporte Avançado <strong>de</strong> Vida do Adulto 6<br />
5. Abordagem inicial das síndromes coronárias 7<br />
6. Suporte <strong>de</strong> vida pediátrico 8<br />
7. Suporte <strong>de</strong> Vida neo-natal 9<br />
8. Paragem cardíaca em situações especiais: alterações<br />
electrolíticas, envenenamentos, afogamento,<br />
hipotermia aci<strong>de</strong>ntal, hipertermia, asma,<br />
anafilaxia, cirurgia cardíaca, trauma, gravi<strong>de</strong>z,<br />
electrocussão 10<br />
9. Princípios da formação em reanimação 11<br />
1. A ética da reanimação e as <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> fim-<strong>de</strong>-<br />
-vida 12<br />
Suporte avançado <strong>de</strong> vida do adulto<br />
Prevenção da PCR intra-hospitalar<br />
O primeiro elo da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> sobrevivência é o reconhecimento<br />
precoce do doente em risco e a prevenção da PCR. <strong>18</strong>0 A percentagem<br />
<strong>de</strong> doentes que tem alta para o domicílio, pós-PCR<br />
intra-hospitalar, é inferior a 20%. 36, <strong>18</strong>1, <strong>18</strong>2 A prevenção da PCR<br />
intra-hospitalar exige formação dos profissionais, monitorização<br />
dos doentes, um sistema <strong>de</strong> alarme para pedir ajuda e capacida<strong>de</strong><br />
para respon<strong>de</strong>r com ajuda eficaz. <strong>18</strong>3<br />
O problema<br />
A PCR nas enfermarias sem monitorização, geralmente não ocorre<br />
como aci<strong>de</strong>nte súbito e imprevisto nem é habitualmente causada por<br />
doença cardíaca primária. <strong>18</strong>4 Estes doentes têm geralmente <strong>de</strong>terioração<br />
fisiológica lenta e progressiva, com hipóxia e hipotensão que<br />
não é <strong>de</strong>tectada pelos profissionais ou é reconhecida mas insuficientemente<br />
tratada. <strong>18</strong>5-<strong>18</strong>7 Muitos <strong>de</strong>stes doentes têm PCR não monitorizadas,<br />
o ritmo cardíaco subjacente é, geralmente, não <strong>de</strong>sfibrilhável;<br />
<strong>18</strong>2, <strong>18</strong>8 36, <strong>18</strong>1, <strong>18</strong>8<br />
e a sobrevida à data da alta hospitalar é baixa.<br />
Formação em Urgência / Emergência<br />
A formação dos profissionais é uma componente essencial da implementação<br />
dos sistemas <strong>de</strong> prevenção da PCR. <strong>18</strong>9 Num estudo<br />
australiano, a melhoria da taxa hospitalar <strong>de</strong> PCR ocorreu, virtualmente<br />
toda, na fase <strong>de</strong> formação e implementação do sistema<br />
190, 191<br />
da equipa <strong>de</strong> emergência médica.<br />
Monitorização e reconhecimento<br />
do doente em risco<br />
Para reconhecer precocemente o doente em risco <strong>de</strong> vida, cada doente<br />
<strong>de</strong>ve ter um plano <strong>de</strong> monitorização <strong>de</strong> sinais vitais que explicite<br />
as variáveis a monitorizar e a frequência com que <strong>de</strong>vem ser avaliadas.<br />
192 Muitos hospitais utilizam escalas <strong>de</strong> alerta ou critérios <strong>de</strong><br />
activação precoce para i<strong>de</strong>ntificar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escalar a monitorização<br />
ou pedir ajuda especializada (“reconhecer e activar”). 193-197<br />
A resposta ao doente em risco <strong>de</strong> vida<br />
A resposta ao doente que está em risco <strong>de</strong> vida ou que po<strong>de</strong><br />
vir a estar em risco <strong>de</strong> vida é dada, geralmente, pelas equipas<br />
<strong>de</strong> emergência médica (EEM / MET), equipas <strong>de</strong> resposta rápida<br />
(ERR /RRT), ou equipas <strong>de</strong> cuidados intensivos externas<br />
(ECIE/CCOT). 198-200 Estas equipas coexistem ou substituem as<br />
tradicionais equipas <strong>de</strong> PCR, que respon<strong>de</strong>m tipicamente aos<br />
doentes em PCR. As MET/RRT geralmente são compostas por<br />
médicos e enfermeiros das enfermarias <strong>de</strong> cuidados intensivos<br />
ou medicina e são activados por critérios pré-<strong>de</strong>finidos. Os<br />
CCOT são constituídos predominantemente por enfermeiros a<br />
título individual ou em equipa. 201 Uma meta-análise recente <strong>de</strong>monstrou<br />
que os sistemas <strong>de</strong> RRT/MET estavam associados<br />
à redução das taxas <strong>de</strong> PCR fora das UCI, mas não se associavam<br />
à redução da mortalida<strong>de</strong> hospitalar. 202 As equipas <strong>de</strong><br />
emergência têm um papel da maior importância na melhoria dos<br />
cuidados <strong>de</strong> fim-<strong>de</strong>-vida e na implementação das DNTR (Decisões<br />
<strong>de</strong> Não Tentar Reanimar), que, pelo menos, contribuem<br />
para a redução das taxas <strong>de</strong> PCR. 203-206<br />
Recomendações para a prevenção da PCR<br />
intra-hospitalar<br />
Os Hospitais <strong>de</strong>vem implementar sistemas <strong>de</strong> resposta que incluam:<br />
(a) profissionais treinados no reconhecimento dos sinais <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>terioração do doente e na resposta rápida ao doente<br />
em risco,<br />
(b) monitorização regular e apropriada dos sinais vitais<br />
(c) orientações claras (ex: linha <strong>de</strong> chamada <strong>de</strong> emergência<br />
ou índices <strong>de</strong> alerta precoce) para ajudar os profissionais<br />
a <strong>de</strong>tectar precocemente o doente que <strong>de</strong>teriora,<br />
(d) um mo<strong>de</strong>lo claro e uniforme <strong>de</strong> pedido <strong>de</strong> ajuda e<br />
(e) capacida<strong>de</strong> para respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> imediato e com eficácia<br />
aos pedidos <strong>de</strong> ajuda. <strong>18</strong>3<br />
Neste contexto as estratégias que po<strong>de</strong>m prevenir a PCR intra-<br />
-hospitalar evitáveis, são:<br />
1. Tratar os doentes em risco <strong>de</strong> vida ou em risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração<br />
em área apropriada com nível <strong>de</strong> cuidados proporcionais<br />
à gravida<strong>de</strong> da doença.