Março de 2011 - Vol 18 numero 1 - Sociedade Portuguesa de ...
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Suporte Avançado <strong>de</strong><br />
Vida do Adulto 6<br />
33<br />
PCR melhore a sobrevida com estado neurológico intacto à data<br />
da alta hospitalar. Apesar da ausência <strong>de</strong> dados em humanos a<br />
adrenalina continua a ser recomendada com base em dados <strong>de</strong><br />
estudos com animais e discreto aumento <strong>de</strong> sobrevida no curto<br />
prazo em humanos. 227, 228 Desconhece-se a dose óptima <strong>de</strong><br />
adrenalina e não há dados que suportem a utilização <strong>de</strong> doses<br />
repetidas. Há poucos dados da farmacocinética da adrenalina durante<br />
a reanimação. Desconhece-se igualmente qual a duração<br />
da reanimação e número <strong>de</strong> choques que <strong>de</strong>vem prece<strong>de</strong>r a administração<br />
<strong>de</strong> fármacos. Não há evidência suficiente que suporte<br />
ou refute a utilização <strong>de</strong> qualquer vasopressor, em associação ou<br />
alternativa à adrenalina, quando se avalia em qualquer ritmo <strong>de</strong><br />
paragem a sobrevida ou o resultado neurológico. Tendo por base<br />
um consenso <strong>de</strong> peritos recomenda-se a administração <strong>de</strong> adrenalina<br />
1mg ev, <strong>de</strong>pois do 3º choque e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> reiniciadas as<br />
compressões torácicas, a repetir cada 3-5min (ciclos alternados),<br />
sem interrupção das compressões torácicas.<br />
Fármacos anti-arrítmicos<br />
Não há evidência <strong>de</strong> que a administração <strong>de</strong> qualquer anti-arrítmico,<br />
por rotina, na PCR em humanos tenha qualquer influência<br />
no resultado à data da alta hospitalar. A amiodarona melhora o<br />
prognóstico <strong>de</strong> curto prazo à admissão hospitalar na FV refractária<br />
ao choque, em comparação com placebo, 244 e com a lidocaína,<br />
245 . Com base no consenso <strong>de</strong> peritos recomenda-se a<br />
administração <strong>de</strong> 300mg <strong>de</strong> amiodarona ev, em bólus se a FV /<br />
TV persiste após três choques. Em caso <strong>de</strong> FV/TV refractária ou<br />
recorrente po<strong>de</strong>r-se-ão administrar mais 150mg <strong>de</strong> amiodarona<br />
seguida <strong>de</strong> mais 900mg em perfusão ev nas 24h seguintes. A lidocaína,<br />
na dose <strong>de</strong> 1mg/Kg -1 , po<strong>de</strong> ser utilizada em alternativa<br />
quando não há amiodarona disponível. Não administrar Lidocaína<br />
aos doentes a quem já tenha sido administrada amiodarona.<br />
corrigidas. A sobrevida da vítima com AEsP ou com assistolia<br />
é improvável a menos que se i<strong>de</strong>ntifique uma situação reversível,<br />
com possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento eficaz. Se o ritmo inicial é<br />
AEsP ou assistolia, iniciar SBV (30:2) e administrar adrenalina<br />
logo que haja acesso venoso. Se o diagnóstico for assistolia<br />
confirmar, se todas as conexões estão bem ligadas, sem interromper<br />
o SBV. Quando se coloca uma via aérea avançada, as<br />
compressões passam a ser contínuas sem pausa para ventilar.<br />
Ao fim <strong>de</strong> 2min verificar o ritmo. Se é assistolia retomar SBV<br />
<strong>de</strong> imediato. Se o ritmo é organizado pesquisar pulso. Se não<br />
há pulso (ou se há dúvidas sobre a presença <strong>de</strong> pulso) retomar<br />
SBV <strong>de</strong> imediato. Administrar adrenalina 1mg ev/io em ciclos<br />
alternados (cada 3-5min) logo que haja acesso venoso: Se houver<br />
pulso iniciar cuidados pós-reanimação. Se durante a reanimação<br />
surgirem sinais <strong>de</strong> vida, avaliar ritmo e pesquisar pulso<br />
Se durante o tratamento da assistolia ou AEsP, a seguir a um<br />
ciclo <strong>de</strong> 2min <strong>de</strong> SBV, o ritmo alterar para FV, seguir o algoritmo<br />
dos ritmos <strong>de</strong>sfibrilháveis. Caso contrário manter SBV e<br />
administrar adrenalina cada 3-5min. Se, entre dois ciclos, surgir<br />
no monitor um traçado <strong>de</strong> FV, manter o SBV até completar os<br />
dois minutes, avaliar o ritmo e proce<strong>de</strong>r em conformida<strong>de</strong>, incluindo<br />
<strong>de</strong>sfibrilhar se indicado – para minimizar as interrupções nas<br />
compressões torácicas<br />
Atropina<br />
A assistolia durante a PCR é geralmente causada por patologia<br />
miocárdica primária e não por excesso <strong>de</strong> estimulação vagal,<br />
não havendo evidência <strong>de</strong> que a atropina seja benéfica no tratamento<br />
da assistolia nem da AEsP. Há estudos recentes que não<br />
<strong>de</strong>monstraram qualquer benefício na utilização da atropina quer<br />
na PCR pré-hospitalar quer hospitalar; 226, 251-256 e já não se recomenda<br />
o uso <strong>de</strong> atropina por rotina na assistolia nem na AEsP.<br />
Magnésio<br />
O magnésio utilizado por rotina em contexto <strong>de</strong> PCR não aumenta a<br />
sobrevida. 246-250 e não está recomendado no tratamento da PCR a não<br />
ser em caso <strong>de</strong> “torsa<strong>de</strong> <strong>de</strong> pointes” (ver disritmias peri-paragem).<br />
Bicarbonato<br />
Não se recomenda a administração, por rotina, <strong>de</strong> bicarbonato<br />
durante a reanimação por PCR nem <strong>de</strong>pois do RCE. Em caso<br />
<strong>de</strong> PCR associada a hiperkaliémia e/ou intoxicação por anti-<br />
-<strong>de</strong>pressores tricíclicos administrar 50mmol <strong>de</strong> bicarbonato <strong>de</strong><br />
sódio, eventualmente a repetir em função da evolução analítica.<br />
Ritmos não <strong>de</strong>sfibrilháveis (assistolia e AEsP<br />
– activida<strong>de</strong> eléctrica sem pulso)<br />
A activida<strong>de</strong> eléctrica sem pulso (AEsP) <strong>de</strong>fine-se como PCR<br />
com activida<strong>de</strong> eléctrica que normalmente se associa a pulso<br />
palpável. A AEsP está frequentemente associada a situações<br />
reversíveis que po<strong>de</strong>m ser tratadas se forem i<strong>de</strong>ntificadas e<br />
Causas potencialmente reversíveis<br />
Durante a reanimação <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
existirem causas <strong>de</strong> PCR ou factores agravantes para os quais<br />
há tratamento específico. Por facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> memorização divi<strong>de</strong>m-se<br />
esses factores agravantes em dois grupos <strong>de</strong> quatro<br />
intitulados 4H ou 4T. Ver <strong>de</strong>talhes na secção 8.10<br />
Fibrinólise durante a reanimação<br />
Não se <strong>de</strong>ve utilizar, por rotina, fibrinólise na reanimação. 257<br />
Consi<strong>de</strong>rar a fibrinólise se a PCR foi provocada por embolia<br />
pulmonar documentada ou suspeita. Há relatos <strong>de</strong> boa recuperação<br />
neurológica <strong>de</strong> doentes, em PCR, submetidos a fibrinólise<br />
por embolia pulmonar aguda que fizeram mais <strong>de</strong> 60 minutos<br />
<strong>de</strong> reanimação. Quando se faz fibrinólise consi<strong>de</strong>rar a manutenção<br />
da reanimação 60-90min antes <strong>de</strong> terminar a tentativa<br />
<strong>de</strong> reanimação. 258, 259 Não há contra-indicação para continuar a<br />
reanimação <strong>de</strong>pois da administração <strong>de</strong> fibrinolíticos.