Março de 2011 - Vol 18 numero 1 - Sociedade Portuguesa de ...
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Suporte <strong>de</strong> vida pediátrico 8<br />
55<br />
A B C – Iniciar e manter suporte básico <strong>de</strong> vida<br />
A e B – Oxigenar e ventilar com máscara e insuflador<br />
• Ventilar com pressão positiva com alta concentração <strong>de</strong> oxigénio<br />
• Administrar 5 insuflações iniciais, seguidas <strong>de</strong> compressões<br />
torácicas e ventilação com pressão positiva, numa relação<br />
<strong>de</strong> 15:2<br />
• Evitar fadiga do reanimador substituindo regularmente a<br />
pessoa que efectua compressões torácicas<br />
• Iniciar monitorização cardio-vascular<br />
C – Avaliar ritmo cardíaco e sinais <strong>de</strong> vida<br />
(+ procurar pulso central até 10 segundos)<br />
Desfibrilhável – FV/TV sem pulso<br />
Tentar <strong>de</strong>sfibrilhação imediata (4 J kg -1 ):<br />
• Carregar o <strong>de</strong>sfibrilhador enquanto outro reanimador mantém<br />
compressões torácicas<br />
• Com o <strong>de</strong>sfibrilhador em carga, interromper compressões<br />
torácicas e garantir que todos estão afastados. Minimizar<br />
o intervalo entre a paragem das compressões e a administração<br />
do choque – mesmo intervalos <strong>de</strong> 5 a 10 segundos<br />
reduzem a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o choque ser eficaz 71, 110 .<br />
• Administrar um choque.<br />
• Reiniciar RCP assim que possível, sem reavaliar o ritmo.<br />
• Após 2 minutos, verificar rapidamente o ritmo no monitor.<br />
• Administrar um segundo choque (4 J kg -1 ) se ainda em FV/<br />
TV sem pulso<br />
• Reiniciar RCP assim que possível, sem reavaliar ritmo e<br />
manter 2 minutos<br />
• Parar brevemente para avaliar o ritmo; se ainda em FV/TV<br />
sem pulso administrar terceiro choque <strong>de</strong> 4 J kg -1<br />
• Administrar adrenalina 10 microgramas kg -1 e amiodarona 5<br />
mg kg -1 após o terceiro choque, assim que a RCP tiver sido<br />
reiniciada.<br />
• Administrar adrenalina em ciclos alternados (i.e., cada 3-5<br />
minutos durante RCP)<br />
• Administrar uma segunda dose <strong>de</strong> amiodarona 5 mg kg -1 se<br />
ainda estiver em FV/TV sem pulso após o quinto choque 526 .<br />
Se a criança se mantiver em FV/TV sem pulso, continuar a alternar<br />
choques <strong>de</strong> 4 J kg -1 com 2 minutos <strong>de</strong> RCP. Se surgirem<br />
sinais <strong>de</strong> vida, verificar no monitor se há ritmo organizado; se<br />
houver, confirmar os sinais <strong>de</strong> vida e presença <strong>de</strong> pulso central<br />
e avaliar hemodinamicamente a criança (pressão arterial, pulsos<br />
periféricos e tempo <strong>de</strong> reperfusão capilar).<br />
I<strong>de</strong>ntificar e tratar todas as causas reversíveis (4Hs e 4Ts), lembrando<br />
que os dois primeiros Hs (hipóxia e hipovolémia) são os mais frequentes<br />
em crianças gravemente doentes ou traumatizadas.<br />
Se a <strong>de</strong>sfibrilhação resultar mas surgir novamente FV / TV sem<br />
pulso, reiniciar RCP, administrar amiodarona e <strong>de</strong>sfibrilhar <strong>de</strong><br />
novo com carga semelhante à que tinha sido eficaz. Iniciar perfusão<br />
contínua <strong>de</strong> amiodarona.<br />
A ecocardiografia po<strong>de</strong> ser usada para i<strong>de</strong>ntificar causas potencialmente<br />
tratáveis <strong>de</strong> paragem cardíaca na criança, permitindo<br />
visualização rápida da função cardíaca 527 e diagnóstico <strong>de</strong> tamponamento<br />
pericárdico 268 . No entanto necessita da presença<br />
<strong>de</strong> um operador experiente e as vantagens <strong>de</strong>vem ser avaliadas<br />
face ao eventual prejuízo <strong>de</strong> interromper as compressões torácicas<br />
para a sua realização.<br />
Arritmias<br />
Arritmias instáveis<br />
Verificar sinais <strong>de</strong> vida e pesquisar pulso central em todas as<br />
crianças com arritmia; se não houver sinais <strong>de</strong> vida, tratar como<br />
paragem cardio-respiratória. Se há sinais <strong>de</strong> vida e pulso central<br />
palpável, avaliar o estado hemodinâmico. Se houver compromisso<br />
hemodinâmico, os primeiros passos são:<br />
1. Abrir a via aérea<br />
2. Administrar oxigénio e ventilar se necessário<br />
3. Ligar monitor <strong>de</strong> ECG ou <strong>de</strong>sfibrilhador e avaliar o ritmo<br />
4. Verificar se o ritmo é rápido ou lento para a ida<strong>de</strong> da criança<br />
5. Verificar se o ritmo é regular ou irregular<br />
6. Medir o complexo QRS (complexos estreitos: 0.08 s)<br />
7. As opções <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da estabilida<strong>de</strong> hemodinâmica<br />
da criança.<br />
A bradicardia é frequentemente causada por hipóxia, acidose<br />
e/ou hipotensão grave; po<strong>de</strong> evoluir para paragem cardio-respiratória.<br />
Deve administrar-se oxigénio a 100% e ventilar com<br />
pressão positiva, se necessário, a qualquer criança com bradiarritmia<br />
e insuficiência circulatória. Se uma criança com má<br />
perfusão tem frequência cardíaca < 60 bpm, e se não respon<strong>de</strong><br />
rapidamente a ventilação com oxigénio, <strong>de</strong>ve iniciar-se compressões<br />
torácicas e administrar adrenalina. Se a bradicardia<br />
for causada por estimulação vagal (por exemplo na colocação<br />
<strong>de</strong> uma sonda naso-gástrica) a atropina po<strong>de</strong> ser eficaz. O pacing<br />
cardíaco (percutâneo ou externo) não é habitualmente útil<br />
durante a reanimação. Po<strong>de</strong> ser pon<strong>de</strong>rado em casos <strong>de</strong> bloqueio<br />
AV ou disfunção do nódulo sinusal sem resposta à oxigenação,<br />
ventilação, compressões torácicas e outras medidas. O<br />
pacing não é eficaz na assistolia ou em arritmias causadas por<br />
hipóxia ou isquémia 528 .<br />
Se o ritmo provável é uma TSV po<strong>de</strong>m ser usadas manobras<br />
vagais (Valsalva ou reflexo <strong>de</strong> mergulho) em crianças hemodinamicamente<br />
estáveis. Também po<strong>de</strong>m ser usadas em crianças<br />
com instabilida<strong>de</strong> hemodinâmica, mas apenas se não atrasarem<br />
a cardioversão química (p. ex. a<strong>de</strong>nosina) ou eléctrica 529 . Se a<br />
criança está instável e com <strong>de</strong>pressão do estado <strong>de</strong> consciência