Março de 2011 - Vol 18 numero 1 - Sociedade Portuguesa de ...
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Suporte Avançado <strong>de</strong><br />
Vida do Adulto 6<br />
35<br />
por rotina <strong>de</strong> técnicas primárias e secundárias para confirmação<br />
da posição do tubo reduzem esse risco. A avaliação primária<br />
inclui a observação da expansão torácica bilateral e simétrica,<br />
a auscultação pulmonar ao nível das axilas (sons pulmonares<br />
simétricos) e do epigastro (não se <strong>de</strong>vem ouvir sons <strong>de</strong> insuflação).<br />
A avaliação clínica da posição do tubo não é totalmente<br />
fiável. A confirmação secundária pela <strong>de</strong>tecção do CO 2<br />
no ar<br />
exalado ou os sistemas esofágicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong>vem reduzir<br />
o risco <strong>de</strong> entubação esofágica não <strong>de</strong>tectada. O <strong>de</strong>sempenho<br />
<strong>de</strong>stes equipamentos varia consi<strong>de</strong>ravelmente e nenhum <strong>de</strong>les<br />
po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado mais do que um adjuvante a necessitar<br />
<strong>de</strong> outras técnicas confirmatórias. 284 Nenhuma <strong>de</strong>stas técnicas<br />
secundárias distingue a entubação <strong>de</strong> um brônquio principal da<br />
entubação traqueal correcta.<br />
A fiabilida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>tectores colorimétricos <strong>de</strong> CO 2<br />
, dos sistemas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção esofágica e dos capnómetros <strong>de</strong> curva não<br />
é superior à da auscultação e observação directa da expansão<br />
torácica na confirmação da posição do tubo traqueal durante<br />
a reanimação por PCR. A capnografia com curva é o método<br />
mais sensível e específico para confirmar e monitorizar em contínuo<br />
a posição do tubo traqueal nas vítimas <strong>de</strong> PCR e <strong>de</strong>ve<br />
complementar a avaliação clínica (auscultação e visualização<br />
através das cordas vocais). Os monitores portáteis tornam a<br />
capnografia, para diagnóstico inicial e monitorização da posição<br />
do tubo traqueal, acessível em todos os contextos em que se<br />
faz entubação, incluindo o pré, o intra-hospitalar e emergência.<br />
Na ausência <strong>de</strong> capnografia <strong>de</strong> onda é preferível assegurar a<br />
via aérea avançada com um adjuvante supraglótico.<br />
Técnicas e aparelhos <strong>de</strong> reanimação<br />
O SBV clássico, quando muito assegura cerca <strong>de</strong> 30% da perfusão<br />
cerebral e coronária normais. 285 Há técnicas e equipamentos<br />
que po<strong>de</strong>m melhorar a hemodinâmica e a sobrevida a curto<br />
prazo, quando utilizados por operadores experientes, em casos<br />
seleccionados. Contudo, o sucesso <strong>de</strong> qualquer das técnicas <strong>de</strong><br />
reanimação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do treino e formação dos reanimadores e<br />
dos recursos disponíveis (incluindo pessoal). As novas técnicas<br />
e os adjuvantes po<strong>de</strong>m ser melhores do que o SBV clássico<br />
quando utilizados por alguns grupos. Contudo os equipamentos<br />
que se revelaram eficazes com equipas altamente treinadas ou<br />
em condições <strong>de</strong> teste, quando testados em situações clínicas<br />
não controladas, po<strong>de</strong>m provocar interrupções frequentes. 286<br />
Há adjuvantes da circulação que têm sido utilizados quer no<br />
pré-hospitalar quer no intra-hospitalar, se bem que, actualmente,<br />
nenhum <strong>de</strong>les seja recomendado para utilização por rotina.<br />
É pru<strong>de</strong>nte que os operacionais sejam bem treinados e que<br />
quando se utilizam adjuvantes da circulação se implementem<br />
programas <strong>de</strong> avaliação contínua que assegurem que a sobrevida<br />
não é afectada negativamente. Apesar <strong>de</strong> as compressões<br />
torácicas serem frequentemente <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong>, 287-289 nenhum<br />
adjuvante <strong>de</strong>monstrou ser superior ao SBV clássico.<br />
Sistema <strong>de</strong> controlo por impedância<br />
O sistema <strong>de</strong> controlo por impedância é uma válvula que limita<br />
a entrada <strong>de</strong> ar nos pulmões, na fase <strong>de</strong> retracção entre compressões;<br />
diminui a pressão intra-torácica e aumenta o retorno<br />
venoso ao coração.<br />
Há uma meta-análise recente que conclui que aumenta o RCE e<br />
a sobrevida a curto prazo, mas não melhora significativamente<br />
a sobrevida à data da alta nem o estado neurológico intacto à<br />
data da alta quando utilizada em adultos com PCR pré-hospitalar.<br />
290 Na ausência <strong>de</strong> dados que <strong>de</strong>monstrem que o sistema <strong>de</strong><br />
controlo por impedância melhora a sobrevida à data da alta não<br />
se recomenda a sua utilização por rotina.<br />
Sistema <strong>de</strong> reanimação por PCR da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lund (LUCAS)<br />
O sistema <strong>de</strong> reanimação por PCR da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lund<br />
(LUCAS - Lund University cardiac arrest system) é um aparelho<br />
<strong>de</strong> compressão esternal accionado a gás, dotado <strong>de</strong> uma<br />
campânula <strong>de</strong> sucção para <strong>de</strong>scompressão activa. Apesar <strong>de</strong><br />
haver estudos em animais que <strong>de</strong>monstram que o SBV-LUCAS<br />
melhora a hemodinâmica e a sobrevida a curto prazo quando<br />
comparado com SBV clássico. 291, 292 não há estudos aleatorizados<br />
em humanos a comparar a reanimação-LUCAS com a<br />
reanimação clássica<br />
Reanimação com cinta <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong><br />
pressão (AutoPulse)<br />
A cinta <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> pressão (AutoPulse) é um adjuvante<br />
<strong>de</strong> compressão torácica, circunferencial, composto por uma<br />
cinta constritora pneumática e um plano duro dorsal. Apesar<br />
<strong>de</strong> melhorar a hemodinâmica, 293-295 os resultados dos estudos<br />
clínicos são contraditórios. Um estudo multicêntrico aleatorizado<br />
e controlado com 1000 adultos, não evi<strong>de</strong>nciou melhoria na<br />
sobrevida às 4h e os resultados neurológicos, quando a reanimação<br />
foi feita pelos operacionais do SEM em PCR primária e<br />
pré-hospitalar, foram piores. 296 Há um estudo não aleatorizado,<br />
em humanos, que relata aumento <strong>de</strong> sobrevida à data da alta<br />
em PCR pré-hospitalar. 297<br />
Estado da arte referente ao LUCAS e AutoPulse<br />
Estão, em curso, dois gran<strong>de</strong>s estudos multicêntricos, para<br />
avaliação do sistema <strong>de</strong> reanimação por PCR da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Lund (LUCAS) e da cinta <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> pressão (Auto-<br />
Pulse). Aguardam-se os resultados com interesse. Em contexto<br />
hospitalar utilizam-se equipamentos mecânicos para suporte da<br />
circulação em doente a ser submetidos a intervenções coroná-