Volume_8_n_1_2_2006 - Faculdade de Odontologia - USP
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Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 107<br />
entrada para o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Por outro lado, os<br />
aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> transporte terrestre constituem-se em<br />
importante causa <strong>de</strong> morbimortalida<strong>de</strong>. A <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba - UNESP - possibilita<br />
ao estudante o atendimento do paciente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o diagnóstico<br />
até a completa execução do plano <strong>de</strong> tratamento<br />
estabelecido. Neste plano, também está incluído<br />
o serviço <strong>de</strong> trauma, ao qual os pacientes po<strong>de</strong>m<br />
ser encaminhados por pronto-socorros da região. A-<br />
lém disso, a FOA funciona como referência para tratamentos<br />
mais complexos.<br />
Métodos: Foram ouvidos em entrevistas abertas, gravadas<br />
e transcritas, 105 pacientes que freqüentavam as<br />
salas <strong>de</strong> espera da Clínica Integrada da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba - FOA – UNESP, no 1o.<br />
semestre <strong>de</strong> 2005. Foi construído o Discurso do Sujeito<br />
Coletivo; a representação do campo que permite a<br />
uma socieda<strong>de</strong> falar como se fosse um só indivíduo.<br />
Resultados: Dos pacientes entrevistados, trinta e três<br />
salientaram a atuação <strong>de</strong> hospitais no encaminhamento<br />
<strong>de</strong> pacientes, tendo discurso semelhante; tanto <strong>de</strong><br />
pessoas atendidas em hospitais <strong>de</strong> Araçatuba (13) que<br />
vieram por necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento emergencial:<br />
“[...] Trombei com uma moto - Eles me procuraram<br />
na Santa Casa. Eu estava aci<strong>de</strong>ntado ... Eles foram lá e<br />
eu nem sabia. Eu nunca tinha andado aqui, então eles<br />
me procuraram e já me encaminharam, também. - [...]<br />
Então eu vim para o trauma e <strong>de</strong>pois disso, eu comecei<br />
tratar normalmente os outros <strong>de</strong>ntes. - Eu estou<br />
sendo bem atendido!” Como encaminhadas por instituições<br />
<strong>de</strong> outras cida<strong>de</strong>s.(20). “Bom, eu estava lá no<br />
postinho da minha cida<strong>de</strong>, Buritama. - Tive um problema<br />
na boca e lá, não solucionaram. - A <strong>de</strong>ntista do<br />
Pronto Socorro <strong>de</strong> Avanhandava, me passou urgente<br />
para cá, porque <strong>de</strong>u traumatismo <strong>de</strong>ntal [...]e lá eles<br />
não têm o aparelho próprio. - Eu procurei a UBS lá <strong>de</strong><br />
Pereira [...] – E o <strong>de</strong>ntista <strong>de</strong> Ilha Solteira me encaminhou<br />
[...] - Para Araçatuba, como a equipe da vacina<br />
da gripe, <strong>de</strong> Lins, que fez o exame da minha boca. -<br />
[...] o <strong>de</strong>ntista do Posto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Guzolândia, - o<br />
centro odontológico lá da minha cida<strong>de</strong>, Ilha Solteira,<br />
– e também eu tive a informação, com uma senhora lá<br />
<strong>de</strong> General Salgado. - [...] Lá em Franca eu tive problema<br />
<strong>de</strong> dor <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte. - É que eu fui atendido no<br />
Pronto Socorro <strong>de</strong> Birigui e eles chamaram o <strong>de</strong>ntista<br />
daqui [...] – Mas eu moro em Penápolis e vim <strong>de</strong> lá<br />
prá cá, prá fazer o tratamento aqui [...] – Lá em Rubiácea,<br />
eu queria arrancar os <strong>de</strong>ntes, aí, a <strong>de</strong>ntista [...]<br />
falou se eu tinha condições <strong>de</strong> pagar ao menos a passagem,<br />
que o tratamento ela garantia, que não pagava<br />
nada aqui [...]- Então eu fui encaminhada <strong>de</strong> Valparaíso,<br />
para cá. [...] - Lá, sempre é falado da Unesp, aqui,<br />
da faculda<strong>de</strong>. [...] – [...] O pessoal me aten<strong>de</strong> muito<br />
bem, então, estou fazendo até hoje!”<br />
Conclusão: Com a análise das falas po<strong>de</strong>-se constatar<br />
que a interação: universida<strong>de</strong> pública e hospitais<br />
gerais é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia pois cidadãos da região pu<strong>de</strong>ram<br />
obter o benefício do ingresso ao tratamento odontológico<br />
oferecido pela FOA que, segundo relato dos<br />
próprios pacientes, além <strong>de</strong> gratuito é <strong>de</strong> altíssima<br />
qualida<strong>de</strong> e forma profissionais adaptados ao mercado<br />
<strong>de</strong> trabalho.<br />
P089 - Limites e possibilida<strong>de</strong>s da abordagem familiar:<br />
práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
da Família.<br />
Hel<strong>de</strong>r Inocêncio Paulo <strong>de</strong> Sousa (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
Santa Marcelina), Astrid Farinazzo, Edna V. Rodrigues,<br />
Vera Lucia A. Miranda (Associação e Congregação<br />
Santa Catarina),Profa Dra Cynthia An<strong>de</strong>rsen<br />
Sarti (UNIFESP).<br />
Introdução: O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> vigente no país tem<br />
sido centrado prioritariamente na assistência individual<br />
e curativa com ênfase no atendimento hospitalar e<br />
com tecnologia altamente sofisticada, apresentando<br />
dificulda<strong>de</strong>s na resolução efetiva dos problemas <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong> da comunida<strong>de</strong>. Diante <strong>de</strong>sse cenário, surge em<br />
1994, como uma estratégia para a implementação e a<br />
concretização dos princípios do SUS, o Programa <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong> da Família (PSF), com o objetivo <strong>de</strong> reestruturar<br />
a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços públicos em Atenção Primária e<br />
<strong>de</strong> ampliar a visão em saú<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada como resultante<br />
<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> fatores, incluindo as relações<br />
familiares e sociais que inegavelmente interferem na<br />
saú<strong>de</strong> ou no modo <strong>de</strong> adoecer dos indivíduos. Dessa<br />
forma, o conhecimento e a proximida<strong>de</strong> com as pessoas,<br />
em seu contexto familiar, facilitam a i<strong>de</strong>ntificação<br />
dos problemas a serem enfrentados pelo profissional<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, permitindo uma melhor assistência ao<br />
indivíduo nos diferentes ciclos <strong>de</strong> sua vida. I<strong>de</strong>ntificamos,<br />
então, como problema a ser estudado, a atuação<br />
dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (médicos, enfermeiros<br />
e cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas) no que diz respeito às suas práticas<br />
e o que pensam <strong>de</strong> seu trabalho em abordagem<br />
familiar, no cotidiano das Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
(UBS) que implantam o PSF.<br />
Métodos: Foi aplicado um questionário a oito profissionais<br />
inquirindo quanto a sua atuação em abordagem<br />
familiar e a relevância da prática para cada um,<br />
com o intuito <strong>de</strong> investigar suas práticas em seu cotidiano<br />
<strong>de</strong> trabalho e a forma como concebem essas<br />
práticas, problemática que envolve dados <strong>de</strong> natureza<br />
subjetiva, que não po<strong>de</strong>m, portanto, ser quantificados.<br />
Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>