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Volume_8_n_1_2_2006 - Faculdade de Odontologia - USP

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Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 26<br />

Ricardo Oliva<br />

(Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo)<br />

O Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) é uma das políticas sociais mais bem sucedidas no Brasil. Tornou-se um dos<br />

maiores sistemas públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no mundo e ocasionou gran<strong>de</strong> ampliação das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, tanto na atenção<br />

básica, quanto em procedimentos <strong>de</strong> alto custo, isso baseado nos seus princípios éticos da universalida<strong>de</strong>,<br />

integralida<strong>de</strong> e eqüida<strong>de</strong>. Porém, o SUS enfrenta o encarecimento da assistência à saú<strong>de</strong> em função da cobertura<br />

da população antes consi<strong>de</strong>rada “excluída”, aumento da população <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, envelhecimento e ocorrência<br />

<strong>de</strong> doenças crônicas e incorporação <strong>de</strong> novas tecnologias e terapêuticas. O financiamento do SUS cabe às três<br />

esferas, mas é necessário que se leve em conta a evolução histórica <strong>de</strong>sse financiamento, o papel <strong>de</strong> cada esfera<br />

no SUS, as diferenças regionais e entre os estados, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços e ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada local e a garantia<br />

<strong>de</strong> eqüida<strong>de</strong>, o que coloca o Estado <strong>de</strong> São Paulo em uma situação diferente dos <strong>de</strong>mais. Em uma análise do<br />

percentual <strong>de</strong> recursos disponibilizados pelas três esferas <strong>de</strong> governo para a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 80 até<br />

2005, observa-se uma redução no valor disponibilizado pela União e uma aumento dos valores disponibilizados<br />

por estados e municípios. Além disso, no Estado <strong>de</strong> São Paulo, o investimento “per capita” do SUS é maior que<br />

no Brasil <strong>de</strong>vido aos gastos estaduais e municipais. O Estado <strong>de</strong> São Paulo contempla 22% da população do<br />

Brasil e realiza proporcionalmente mais procedimentos <strong>de</strong> alta complexida<strong>de</strong>. Os recursos estaduais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

no Estado <strong>de</strong> São Paulo não possuem equivalência em outros estados, pois engloba re<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolas médicas,<br />

hospitais universitários estaduais, 60 unida<strong>de</strong>s hospitalares estaduais, 6 institutos <strong>de</strong> pesquisa, a SUCEM e mais<br />

três fundações. Em 2005, na atenção básica foram empregados recursos estaduais no valor <strong>de</strong> R$ 813 milhões,<br />

correspon<strong>de</strong>nte a R$ 20,1 hab / ano. Com a média e alta complexida<strong>de</strong>, o Estado <strong>de</strong> São Paulo gastou R$<br />

3.985,3 bilhões (R$ 98,5 hab / ano). Tem-se buscado gastar com saú<strong>de</strong> o percentual previsto pela EC 29/00 e os<br />

gastos na atenção básica têm sido direcionados com base no princípio da eqüida<strong>de</strong>. Houve uma mudança no<br />

papel do gestor estadual em função do processo <strong>de</strong> municipalização, o que coloca a atenção primária (inclusive<br />

bucal) como parte da gestão municipal, permitindo a SES <strong>de</strong>senvolver o seu papel <strong>de</strong> articulador, assessor, incentivador<br />

e promotor da eqüida<strong>de</strong> na atenção primária e manter seu papel na prestação <strong>de</strong> serviços secundários<br />

e <strong>de</strong> maior complexida<strong>de</strong> (referência). Po<strong>de</strong>-se concluir que, tanto na saú<strong>de</strong> bucal, como em outras áreas, são<br />

necessários muitos investimentos e ampliação dos atendimentos, mesmo no Estado <strong>de</strong> São Paulo. Os gestores<br />

<strong>de</strong>vem reforçar seus compromissos na construção do sistema, respeitando as agendas políticas fe<strong>de</strong>ral, estaduais<br />

e municipais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não contrariem os princípios do SUS. O Estado <strong>de</strong> São Paulo tem dado atenção em<br />

saú<strong>de</strong> bucal e mantém suas priorida<strong>de</strong>s: colaborar para a eqüida<strong>de</strong> do acesso, auxiliar os municípios nas capacitações<br />

e treinamentos <strong>de</strong> recursos humanos, avaliar a evolução da área e auxiliar na realização <strong>de</strong> levantamentos<br />

epi<strong>de</strong>miológicos, criar novos mo<strong>de</strong>los e estratégias para a área (com garantia <strong>de</strong> recursos estaduais) e investir<br />

em atenção referencial na medida <strong>de</strong> suas possibilida<strong>de</strong>s.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>

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