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will_e_will-um_nome_um_destino

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eu: só se você calar a boca também.<br />

maura: pare com isso.<br />

eu: foi você quem começou.<br />

maura: pare, por favor.<br />

eu decido, ok, vou calar a boca. e o que é que ganho quinze malditos<br />

segundos de silêncio. e isso é tudo.<br />

maura: sempre digo pra mim mesma que você não tem a intenção de me<br />

machucar, o que faz com que seja menos doloroso, sabe mas hoje — estou tão<br />

de saco cheio disso. de você. só pra você saber, eu também não quero dormir<br />

com você. eu jamais dormiria com alguém de quem não posso nem ser amiga.<br />

eu: espera <strong>um</strong> segundo — agora não somos mais amigos<br />

maura: não sei o que somos. você sequer me conta que é gay.<br />

essa é <strong>um</strong>a clássica manobra de maura. se ela não obtém <strong>um</strong>a resposta que<br />

quer, vai criar <strong>um</strong> beco sem saída pra encurralar você. como daquela vez em que<br />

vasculhou minha mochila quando eu estava no banheiro e encontrou meu<br />

remédio — eu não o havia tomado de manhã, e por isso o levara pra escola. ela<br />

esperou uns bons dez minutos antes de me perguntar se eu estava tomando<br />

alg<strong>um</strong> medicamento. isso me pareceu <strong>um</strong> pouco despropositado, e eu não queria<br />

falar sobre o assunto, assim disse a ela que não. e o que ela faz então enfia a<br />

mão na minha mochila, tira o frasco de comprimidos e me pergunta para que<br />

eles servem. ela teve sua resposta, mas aquilo não inspirou exatamente<br />

confiança. ficou me dizendo que eu não precisava sentir vergonha da minha<br />

“ condição mental”, e fiquei dizendo a ela que não sentia vergonha — só não<br />

queria falar sobre o assunto com ela. maura não conseguia entender a diferença.<br />

então aqui estamos nós de volta a outro beco sem saída, e, desta vez, é a<br />

coisa de ser gay.

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