AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIO<strong>DO</strong>NTAIS ENTRE PACIENTES FUMANTES E NÃO-FUMANTES ATENDI<strong>DO</strong>S NA DISCIPLINA DE PERIO<strong>DO</strong>NTIA DA UFAM20 ou mais anos (36,8; 12,3), comparados aos quefumavam havia menos de 20 anos (20,8; 7,8)(Gráfico 3).Variáveis ClínicasGráfico 1 – Distribuição dos pacientes segundo o fumo em relaçãoàs médias das variáveis clínicas.p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamentesignificante ao nível de 5%; **Teste de Mann-Whitney; * Teste T deStudentPIT: perda de inserção total; PIM: perda de inserção média; E:extensão; S: severidade; IP: índice de placa; IG: índice desangramento gengival; PD: perda dentalDentro do grupo de pacientes fumantes,não foi observada diferença estatisticamente significante,em relação ao ESI, perda de inserção,IP e PD, quando levado em consideração onúmero de cigarros consumidos por dia. A análisedo IG, porém, mostrou-se significantementemenor (p=0,0339) naqueles expostos a uma maiorcarga tabágica diária (Gráfico 2).Variáveis ClínicasGráfico 3 – Distribuição dos pacientes segundo o tempo deconsumo e as médias das variáveis clínicas.p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamentesignificante ao nível de 5%; **Teste de Mann-Whitney; * Teste T deStudentPIT: perda de inserção total; PIM: perda de inserção média; E:extensão; S: severidade; IP: índice de placa; IG: índice desangramento gengival; PD: perda dentalA análise da PD mostrou-se superior nospacientes com hábito de fumar havia 20 ou maisanos, comparados àqueles que fumavam haviamenos tempos (p=0,0102) (Gráfico 3).DISCUSSÃOVariáveis ClínicasGráfico 2 – Distribuição dos pacientes segundo o número decigarros consumidos por dia e as médias das variáveis clínicas.p-valor em negrito itálico indica diferença estatisticamentesignificante ao nível de 5%; **Teste de Mann-Whitney; * Teste T deStudentPIT: perda de inserção total; PIM: perda de inserção média; E:extensão; S: severidade; IP: índice de placa; IG: índice desangramento gengival; PD: perda dentalQuando levado em consideração o tempode consumo de cigarros em anos, foi constatadadiferença significante ao nível de 5% no ESI,sendo maior nos indivíduos que fumavam haviaEstudos realizados por Damé, em 1996, eGunsolley et al., em 1998, revelaram fortesassociações entre o hábito de fumar e a perda deinserção, sendo esta, segundo eles, comprovadamentemaior nos fumantes, se comparados aosnão-fumantes. No entanto, neste estudo, apesarde ter sido encontrada maior perda de inserçãonos fumantes, a diferença não foi significante.O ESI significantemente maior nos fumantes,comparados aos não-fumantes comprovamos achados obtidos por Torrungruang et al., em2005, que, ao realizarem testes com pacientes fumantes,ex-fumantes e não-fumantes, concluíramque os fumantes apresentam 1,7 e 4,8 vezes maisprobabilidade de desenvolver periodontitemoderada e severa, respectivamente.De acordo com Neto (2005), a maioria dosestudos relata que o consumo de cigarros nãoinfluencia o acúmulo de biofilme dental. Em nossa28revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 2007
pesquisa, porém, observamos maior acúmulo debiofilme nos fumantes, o que pode contribuir paraa posterior formação de cálculo, que, segundoBergstrom (2004) e Bergstrom (2005), é maior nestegrupo de indivíduos.Em concordância com o descrito anteriormentepor Silva et al. (2002), Bezerra et al. (2004)e Bergstrom (2004), a PD, neste estudo, mostrousesignificantemente maior nos fumantes(p=0,0042) (Gráfico 1). Molloy et al. (2004)também encontraram relação direta entre a PD eo consumo de tabaco em geral. Esta PD significantepode estar associada à perda óssea maisacentuada sofrida pelos fumantes, conformesalientado por Silva et al. (2002).Dentro do grupo de pacientes fumantes,quando levado em consideração a carga tabágicadiária, a análise do IG mostrou-se inversamenteproporcional à carga, ou seja, quanto maior acarga menor o IG, havendo relevância estatística.Resultados semelhantes foram observados porDietrich et al., em 2004, que, ao avaliarem o efeitodo tabaco no sangramento gengival, concluíramque o consumo de cigarros exerce efeito supressivocrônico e dose-dependente no sangramentogengival.Quando levado em consideração o tempode consumo de cigarros em anos, foi constatadadiferença significante ao nível de 5% no ESI. Arevisão de literatura realizada por Bergström(2004) mostrou que níveis maiores de exposiçãoao tabaco trazem consigo aumento na severidadee elevação do risco de desenvolver a DP. TambémBezerra (2004) e Cruz et al. (2003), em seusestudos, relataram relação direta entre a exposiçãoao tabaco e a DP.As demais variáveis não mostraramdiferença estatística quando relacionadas aotempo de consumo de cigarro. Os dados obtidose expressos nos Gráficos 2 e 3, apesar de algunsnão terem significância estatística, mostramcorrelação entre a carga tabágica e o tempo deexposição ao cigarro com a DP. Em ambos oscasos, a perda de inserção foi maior nos indivíduosexpostos à maior carga tabágica por tempo maisprolongado. Igual fato ocorreu com o índice deextensão e severidade da DP, que avalia o graude perda de inserção com base na profundidadedas bolsas periodontais, e com a avaliação dedentes perdidos.Estes resultados, assim como os obtidos porMolloy et al. (2004), sugerem efeitos do cigarrosobre o periodonto com base em uma relaçãodose-dependente.CONCLUSÃOOs indivíduos fumantes mostraramdiferença significante no índice de extensão eseveridade quando comparados aos não-fumantes,o mesmo ocorrendo com o IP e a PD,comprovando os efeitos deletérios provocadospelo fumo sobre o periodonto.As médias das variáveis aumentadas nosindivíduos sob maior carga tabágica a um períodode tempo maior, principalmente no que se refereà perda de inserção, sugerem uma relação dosedependente,estando esses pacientes maissusceptíveis a um quadro mais severo da doença.O IG estatisticamente menor nos indivíduosexpostos a uma maior carga tabágicadiária comprova os efeitos do tabaco e de seuscomponentes sobre a modulação da respostainflamatória do paciente.Estudos na área podem ser desenvolvidoscom o intuito de determinar como ocorre a relaçãoentre dose/efeito e sinais clínicos locais nos indivíduosfumantes.REFERÊNCIAS1. SILVA, C. H. F. P. et al. «O fumo como fator derisco para as doenças periodontais». Riso, 2002.2. REGO, N. G. C.; SILVA, D. F. Terapia Periodontalde Suporte – fundamentos, práxis e dinâmica.Odontologia.com.br. Abril, 2004. Disponível em:Acesso em: 13.4.2004.3. WILLIAMS, D. M. et al. Pathology of periodontaldisease. New York: Oxford, 1992.revistahugv – Revista do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v. 6. n. 1-2 jan./dez. – 200729
- Page 6 and 7: 6revistahugv - Revista do Hospital
- Page 8 and 9: 8revistahugv - Revista do Hospital
- Page 10 and 11: AVALIAÇÃO DOS ACIDENTES BIOLÓGIC
- Page 12 and 13: AVALIAÇÃO DOS ACIDENTES BIOLÓGIC
- Page 14 and 15: AVALIAÇÃO DOS ACIDENTES BIOLÓGIC
- Page 16 and 17: 16revistahugv - Revista do Hospital
- Page 18 and 19: CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE PARA
- Page 22 and 23: CONDIÇÕES DE ACESSIBILIDADE PARA
- Page 24 and 25: 24revistahugv - Revista do Hospital
- Page 26 and 27: AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIODO
- Page 30: AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIODO
- Page 33 and 34: NÍCEA OLIVEIRA, CLÁUDIA OLIVEIRA,
- Page 35 and 36: NÍCEA OLIVEIRA, CLÁUDIA OLIVEIRA,
- Page 37 and 38: FERNANDO WESTPHAL, LUIZ LIMA, JOSÉ
- Page 39 and 40: FERNANDO WESTPHAL, LUIZ LIMA, JOSÉ
- Page 41 and 42: FERNANDO WESTPHAL, LUIZ LIMA, JOSÉ
- Page 43 and 44: FERNANDO WESTPHAL, LUIZ LIMA, JOSÉ
- Page 45 and 46: FERNANDO WESTPHAL, LUIZ LIMA, JOSÉ
- Page 47 and 48: CINTIA RÊGO, AIDA HANAN, LUCIANA F
- Page 49 and 50: CINTIA RÊGO, AIDA HANAN, LUCIANA F
- Page 51 and 52: ANAISA ATUTUAÇÃÇÃO DA FISIOTERA
- Page 53 and 54: ANAISESTUDO BACTERIOLCTERIOLÓGICÓ
- Page 55 and 56: ANAISINCIDENTCIDENTALALOMA ADRENALA
- Page 57 and 58: ANAISPNEUMONIA NECROSOSANTE: RELATO
- Page 59 and 60: ANAISALONONGAMENTAMENTO ATIVTIVO E
- Page 61 and 62: ANAISATITUDE DE ENFERMEIROS PSIQUIA
- Page 63 and 64: ANAISCARARCINCINOMA PAPILÍFERAPIL
- Page 65 and 66: ANAISCUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACI
- Page 67 and 68: ANAISECTOPIA TESTICULTICULAR TRANSV
- Page 69 and 70: ANAISmaioria dos sujeitos de ambos
- Page 71 and 72: ANAISHEMÓLISE INDUZIDA POR PRIMAQU
- Page 73 and 74: ANAISLINFOMA GÁSÁSTRICTRICO - REL
- Page 75 and 76: ANAISMOBILIDADE E TRANSFERÊNCIA PA
- Page 77 and 78: ANAISO ASSISTENTE SOCIAL E O PORTAD
- Page 79 and 80:
ANAISDados da Estatística:° Núme
- Page 81 and 82:
ANAISpulmonar com intercorrências