30 <strong>Brasil</strong> Econômico Sexta-feira, e1 fim de outubro, de semana, 20101º, 2 e 3 de outubro, 2010FINANÇASEsforço fiscal garantiriainflação menor em 2011Banco Central dá recado contundente ao Ministério da Fazenda sobre o impactodo aumento dos gastos públicos sobre o IPCA, índice de referência para a metaSimone Cavalcantiscavalcanti@brasileconomico.com.br“Se o governo tambémnão fizer o esforçofiscal de 3,3% doPIB no próximo ano,as projeções deinflação vão subirCarlos Hamilton Araújo,diretor do BCA autoridade monetária voltoua dar recados contundentes aoMinistério da Fazenda em relaçãoao impacto do aumentodos gastos públicos sobre a inflação.Segundo o diretor dePolítica Econômica do BC,Carlos Hamilton Araújo, as expectativaspara o Índice dePreços ao Consumidor Amplo(IPCA), que baliza o sistema demetas, de 2011 poderiam estarmenores se a meta de superávitprimário (economia para o pagamentode juros da dívida) de2010 fosse cumprida integralmente,sem descontos.O objetivo para as três esferasde governo e suas respectivasestatais, exceto Petrobras)é de 3,3% do Produto InternoBruto (PIB), mas, segundo o diretor,a economia só alcançará2,4%. A diferença, de 0,9% doproduto, será descontada dosinvestimentos que forem feitospelo governo federal pormeio do Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC). Seisso realmente ocorrer, será osegundo ano consecutivo emque o governo tem de usar deartifícios contábeis para mostrarque chegou à meta.De acordo com o Relatóriode Inflação divulgado ontempela autoridade monetária, aprojeção oficial caiu de 5,4%para 5% ao final deste ano, eestá em 4,6% para dezembrodo próximo ano e em 4,4%para o último trimestre de2012. O alvo inflacionário definidopara esses três períodos éde 4,5%, com variação permitidade dois pontos percentuaispara mais ou para menos.Essa foi a primeira vez quealgum integrante do BC admitiuverbal e publicamente que ameta fiscal não será cumpridade maneira “cheia” neste ano.Todos os discursos da equipeeconômica até o momentosustentavam que seria possívelalcançar o alvo principalmentepor causa o impulso da arrecadação,que sobe em média 12%em termos reais (descontada ainflação). “Estamos contemplandoessa hipótese há meses”,disse o diretor, complementandoque em junho, nadivulgação do outro Relatóriode Inflação, já sabia e contavacom o não cumprimento doobjetivo, mas nada havia faladoaté o momento.Perigo à frenteAraújo foi ainda mais longe:“Se o governo também não fizero esforço fiscal em 2011, asprojeções de inflação para 2012vão subir”. No entanto, ressaltou,o BC conta que a novaequipe econômica que ocuparo Ministério da Fazenda façaum ajuste do lado fiscal demais 1% do PIB, levando a economiade gastos de fato a ummontante equivalente a 3,3%do produto no ano que vem.Essa seria uma contribuiçãoimportante para a política monetária,uma vez que, cada vezque o governo gasta mais,aquece a demanda e os riscosinflacionários sobem.O diretor disse que as projeçõesfeitas no Relatório de Inflaçãopara o IPCA já contemplamuma economia maior. Noentanto, o próprio Executivo jápode estar derrubando essaesperança. Isso porque, naproposta orçamentária para2011 ,que tramita no CongressoNacional, o governo federalnão considera mais o superávitcomo percentual do PIB, masem valores nominais (R$ 125,5bilhões). E, diante de uma economiaem expansão, o montantepode representar menorparcela da soma das riquezasproduzidas no país.Os recursos, estimados pelomercado entre R$ 26 bilhões eR$ 30 bilhões, que a Petrobrasentregará ao Tesouro Nacionalpor causa do processo de capitalização,ajudarão o governofederal a fechar suas contas noque diz respeito ao fluxo decaixa. No entanto, esse montantenão é considerado pelointegrante do BC como algoque ajude a segurar o processoinflacionário, pois não é umrecurso que o governo estará“tirando” da economia. É apenasum pagamento por umatransação que foi feita entreempresa e seu controlador. ■IPCAProjeções, em % no anoRELATORIO DE JUNHO/20105,455,235,014,794,575,004,352º 3º2010■ RECUOA projeção do BancoCentral para o IPCA desteano caiu de 5,4% para5%4º1º20112ºRELATORIO DE SETEMBRO/20105,455,235,014,794,574,354,703º20104º1º20112º3ºFontes: BC e <strong>Brasil</strong> EconômicoCom jurosconstantesde 10,25%3º4º4º1º20121º2012Com jurosconstantesde 10,75%2º4,802º4,403º■ QUASEA estimativa para a inflaçãode 2011 segue acima docentro da meta e é de4,6%
Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 1º, 2 e 31 de outubro, 2010<strong>Brasil</strong> Econômico 31Henrique Manreza“Estímulos dos EUA piorariam fluxo”Medidas de estímulo adicionais nos Estados Unidos irão intensificar aentrada de capital que muitas economias emergentes já tentam controlar,disse ontem o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Emboraseja benéfica para a economia norte-americana, a segunda rodadade estímulos sendo considerada pelo Federal Reserve poderia “acentuara liquidez e o excesso de ingressos (globais)”, disse. “Nós não podemossimplesmente permitir que as nossas economias sejam desequilibradas.”AGENDA DO DIA● Às 8h, a FGV divulgao IPC-S de setembro.● Às 9h, o IBGE divulga apesquisa industrial de agosto.● Às 11h, sai a balançacomercial de setembro.● Às 10h55, sai a confiança doconsumidor americano (setembro).DivulgaçãoCommodity agrícolaainda é incógnita■ DÓLARA valorização do real feza previsão para a taxa decâmbio sair de R$ 1,80 paraR$1,75Para Araújo, do BC, semesforço fiscal em 2011, projeçõespara 2012 também sobem■ DÍVIDAA autoridade monetáriaelevou a expectativa paraa relação dívida/PIB para40%Impacto nos preços internosbalizará as futuras decisõesdo Comitê de Política MonetáriaO comportamento das cotaçõesdas commodities agrícolase seu impacto nos preço internosdos alimentos ainda sãouma incógnita para os integrantesdo Comitê de PolíticaMonetária (Copom). Mais doque isso: a depender das suasvariações nos próximos meses,pode se mostrar um dos fortescomponentes dentro das análisesdo Banco Central no sentidode recrudescer a postura atualcom relação à taxa básica dejuros, a Selic, em 2011.De acordo com o diretor dePolítica Econômica da instituição,Carlos Hamilton Araújo,esses preços não têm mostradouma tendência definida; têmsido muito voláteis. “Ainda nãoé possível avaliar. É precisoaguardar para ver se a instabilidadepassa”.Uma coisa é certa. Segundoele, parte do aumento que temsido observado nos índices deatacado, que reflete a alta de31% das commodities agrícolasnos últimos 12 meses, ainda vaiser repassada para os preços aoconsumidor no <strong>Brasil</strong>. O BCtem em mente uma defasagemde três a seis meses para queisso ocorra. “Enxergamos umrisco que ainda parte desse aumentode commodities”, disse,lembrando que, com o aumentoda inflação no último trimestre,o carregamento para2011 pode ser maior.BC olha à frenteAraújo disse que, se os preçosno atacado forem repassadospara o consumidor em sua integralidadeneste ano ainda, o BCnão agirá mais. “A política monetárianão tem muito o que fazerneste ano”, afirmou, lembrandoque a autoridade monetáriavisa o comportamento inflacionárioà frente. Segundoele, a elevação de dois pontospercentuais na Selic, para10,75% ao ano, que foi feitadesde abril passado, ainda nãosurtiu todo o efeito de contençãomonetária que é esperado.“É por isso que é melhor queo repasse do atacado ocorraagora do que em 2011”, ressaltou.Isso porque, uma inflaçãomais forte no início do ano, assimcomo ocorreu em 2010,pode alimentar as expectativase mudar o cenário de convergênciapara o centro da metaAlta de 31 %observada nosúltimos 12 mesesainda será repassadapara o consumidorMARTANO SENADO.SÃO PAULOMAIS FORTE.marta133.com.brSUPLENTES:ANTONIO CARLOSRODRIGUES EPAULO FRATESCHIanual de 4,5%. “Os analistas fazemleitura da política monetáriaa partir da sua leitura para ainflação”. Se há uma leitura inflacionáriamuito pessimista espera-seque BC arroxe mais.PersistênciaNo entanto, é preciso ressaltarque uma volta ao aperto monetáriosó ocorrerá no ano quevem se os chamados choquesde oferta tiverem intensidade eduração. No recente Relatóriode Inflação, os integrantes doCopom ainda minimizam osriscos neste momento: “Emboraa materialização desse choquede alimentos possa impactarnegativamente as expectativasdos formadores de preços,em princípio, não se deve superdimensionaresse risco, poisnão se registrou movimentoinverso quando do recuo dospreços dos alimentos”.Araújo alertou para o fato deque, no início deste ano, osanalistas ajustaram para cimasuas expectativas para o IPCA,principalmente depois de janeiroter vindo com uma inflaçãomais forte do que a esperadaanteriormente, justamentepor conta do preço dos alimentos.Mesmo que a inflação tenhaarrefecido entre junho e agosto,o aumento recorrente das projeçõesacabou por levar o BC aaumentar o juro. ■SENADORA MERCADANTE GOVERNADOR 13Coligação União Para Mudar: PT, PC do B, PDT, PR, PRB, PSDC, PTN, PRP, PT do B e PRTB.CNPJ Campanha Marta 12.179.771/0001-77. Custo do Anúncio: R$ 2.5,00
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