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Outlook | Sexta-feira, 1.10.2010 | 17FOTOS DIVULGAÇÃOJá vimosesse filmeA escritora Liz (Julia)vai à Itália, Índia e Balipor um ano, em buscado sentido da vidaJulia Roberts está lindinha em Comer, Rezar, Amar, mas suasdescobertas parecem o que a gente lê em folhetos de viagemTEXTO CRISTINA RAMALHOA mesma mocinha, a mesma bike, a mesma trombadaVocê já viu esse filme: mulherem crise, perdida entre aprocura do amor e o sentidoda vida, foge para outraspaisagens. Sofre, descobre ovalor dos amigos, a importânciadas pequenas descobertas, e quandoestá se sentindo quase a cair do galho detão amadurecida é capaz de reconhecer opríncipe. Foi assim com Diane Lane emSob o Sol da Toscana. É assim com JuliaRoberts em Comer, Rezar, Amar.Homens também renderam versão daabertura para uma existência mais descomplicadae risonha num lugar de sonho,como Russell Crowe em Um Bom Ano.Enfim, as histórias se parecem: Crowe encontrouo amor atropelando com seu carroa ciclista Marion Cotillard. Julia Roberts éa ciclista da vez em cena idêntica em Comer,Rezar, Amar, e o amor que a atropelade carro é Javier Bardem. Faz um brasileiro,Felipe, com um deslocado sotaque espanhole irresistível como sempre.Como Liz (Julia) dizno início do filme,até os refugiadosdo Camboja chorammais pelo namoroque não deu certodo que por doresmaiores. Tantoque ela medita,reza, mas largatudo para corrersorridente paraos braços do Javiergato e ricoSe o filme é bom? Como os seus similares,é leve de ver, tem cenários lindos eprotagonistas charmosos até nas lágrimas.Mas embora essa história seja real(Julia faz Liz Gilbert, escritora que narrousua viagem de um ano e virou bestseller), ebaseada num livro que quem leu adorou, asensação é de igual a todos os outros. Aomenos na tela (confesso minha falha grave:não li o livro ainda, mas quero fazê-lo),as descobertas não passam do que a gentevê em folhetos de viagem. Italianos sãoapaixonados pela vida (Liz aprende o que édolce far niente!), americanos são ambiciosos,meditar é coisa de indiano e brasileirosgostam de festa.Na verdade, eu mesma já vi esse filme, sófaltando o detalhedo Javier bronzeadono final, na minhaprópria trajetória.Sou da geraçãoda Julia, deixeipara trás o casamentopara descobriresse mundãode Deus, fuivoluntária numcentro de refugiadosem Londres,pedi uma luzinhanos templos budistasda Tailândia,me apaixoneipor uns estrangeiros,tentei convencerminha filhaa viver comigona Europa e escorreguei numas cascas debanana no caminho. E, como a Liz, acalantei(ainda o faço, ai, ai) a ideia de já jápegar minha bolsa e sair correndo paraoutras fronteiras. Mas devo dizer quetambém redescobri o amor.Taí a graça, que, imagino, o livro contecom mais inteligência: todo mundo sereconhece, docemente, em várias dasdúvidas. Como Liz (Julia) diz no início,até os refugiados do Camboja chorammais pelo namoro que não deu certo doque por dores maiores. Tanto que elamedita, reza, conecta-se com seu Deusinterior, mas larga tudo para correr sorridentepara os braços do Javier gatoe rico. E daria para ser diferente?Javier Bardem como o brasileiro Felipe: a prova de que a fé pode titubear

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