38 <strong>Brasil</strong> Econômico Sexta-feira, e1 fim de outubro, de semana, 20101º, 2 e 3 de outubro, 2010MUNDOEUA devemfazer ajustefiscal antesde 2012Fishlow: população maisrica dos EUA deveria pagarimpostos mais altosMurillo ConstantinoEconomista Albert Fishlow recomendaação rápida para situação não se agravarAna Paula Ribeiroaribeiro@brasileconomico.com.brOs Estados Unidos precisam assumirno curto prazo o compromissode reduzir o atual déficitfiscal e evitar que o aumento doendividamento se torne umproblema ainda maior no futuro,segundo avaliação de AlbertFishlow, professor emérito daColumbia University e Universityof California. “Essa questãotem que ser equacionada dentrodos próximos dois anos. Não sepode deixar essa discussão paradepois das eleições de 2012. Asituação pode piorar.”O déficit dos EUA é crescente.No período de 12 meses encerradoem agosto, estava emUS$ 1,30 trilhão. As contas nopaís estão em deterioração desde2002, quando o governoBush elevou os gastos com defesaapós os ataques de 11 de setembro,no ano anterior. A situaçãopiorou com a eclosão dacrise financeira em 2008.Fishlow aconselha que oajuste fiscal seja feito com a elevaçãodo atual nível de impostospagos pela população mais ricado país. O tema causa controvérsianos EUA. No final do governoBush, foi concedida umaredução de impostos que beneficioutodas as classes sociaiscomo forma de estimular a economiano momento mais graveda crise financeira. Esse estímuloacaba no final do ano. Democratasdefendem que a extensãodos benefícios seja dada apenaspara aqueles com renda até US$250 mil ao ano, enquanto republicanosquerem manter os estímulosfiscais aos mais ricos.Na visão do especialista emhistória econômica, parte dosestímulos precisam ser mantidospara que os EUA se recuperemrapidamente. Internamente,o país enfrenta um desempregona casa dos 10% e a dis-“EUA ainda sãocomponenteimportante naeconomia mundial.Os países do Sulainda não têmcapacidadede comprartodos os bensmanufaturadosque têm capacidadede produzirAlbert Fishlow,professor emérito daColumbia Universitytribuição de renda está pior.Fishlow lembra que os EUAainda têm um peso relevante naeconomia global mesmo com oavanço da importância de paísesemergentes como <strong>Brasil</strong>,China e Índia. Além disso,União Europeia e Japão darãocontribuições menores para ocrescimento global nos próximosanos. “Os países do sul nãotêm capacidade de comprar todosos bens manufaturado quetêm capacidade de produzir”,disse ontem após o seminário“<strong>Brasil</strong> 2011: Estratégias paraum país em expansão”, promovidopela Associação Nacionaldas Instituições de Créditoe Financiamento (Acrefi).O professor ressalta ainda queesse problema deve ser encaradocom rigor porque a situação fiscalpode piorar ainda mais, casoa China deixe de aceitar taxasbaixas para financiar a dívidanorte-americana. Cerca de 20%da divida dos EUA está com oschineses. “Se a China insistir emuma taxa maior, os problemasinternos nos EUA vão piorar.”Enquanto no curto prazo ocompromisso em reduzir a dívidae o restabelecimento dosimpostos aos mais ricos bastaria,no médio prazo os EUA teriamque passar por reformas,como ajustes no sistema dePrevidência Social.EuropaJá sobre a Europa, Fishlow avaliaque o continente tomou um caminhodiferente para enfrentar omesmo problema. Os países dazona do euro se comprometeremem realizar, já no curto prazo,uma melhora das contas públicas.É por essa razão, lembraFishlow, que não é possível esperarcrescimento forte da regiãonos próximos anos. ■DÓLARDiscussão sobrea taxa de câmbiopassa pela ChinaFishlow vê como insuficientesmedidas discutidas pelo <strong>Brasil</strong>e outras economias para evitara apreciação de moedas locaise a conseqüente redução dacompetitividade no comércioexterior. “Entendo que a Chinaestá se aproveitando de uma taxaque deveria ser apreciada. Esseé o problema a ser enfrentado”,diz. Para o professor, medidasinternas não são suficientes paraenfrentar um problema que éinternacional. No entanto, o <strong>Brasil</strong>tem o agravante de atrair maiorfluxo de divisas por estar emcrescimento e possuir taxa de jurosmaiores que a de outros países.
Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 1º, 2 e 31 de outubro, 2010<strong>Brasil</strong> Econômico 39Shah Marai/AFPNovo governo holandês proibirá uso de burkaO novo governo da Holanda proibirá no país o uso dos véus islâmicos quecobrem o corpo inteiro, como a burka, anunciou o líder de extrema direitaGeert Wilders. Ele é um membros do gabinete formado pelos liberais e pelosdemocratas-cristãos, que apresentaram ontem seus planos de governo.O uso da burka já era vetada a estudantes nas escolas do país desde 2008.Wilders também anunciou o endurecimento da política de imigração, como objetivo de reduzir a entrada de imigrantes em até “50%”, segundo ele.Déficit americano elevado tambémchama a atenção de agência de riscoEUA continua com notamáxima (AAA), mas Moody’s vêdistância menor com o <strong>Brasil</strong>Não é apenas na academia que oagravamento da situação fiscaldos EUA suscita preocupação. Aagência de classificação de riscoMoody’s também tem trabalhadomais para entender melhor eesclarecer dúvidas sobre o crescimentoda dívida norte-americana,segundo relatou o responsávelpela área de análise de riscosoberano para a América Latina,Mauro Leos. “Os EUA continuamsendo triplo A (maiornota de crédito da agência),mas nos últimos tempos passamosa discutir mais sobre a situaçãofiscal do país”, diz.Bem-humorado, contou queantes da crise o seu colega StevenInternamente, aMoody’s passou adiscutir com maiorfrequência situaçãofiscal dos EUAHess, que é responsável pelaanálise de risco soberano dosEUA, não tinha o trabalho nemde atender ao telefone, já que nãoera procurado por investidorespreocupados com os EUA. “Agora,ele começa a trabalhar às 7h efica no escritório até as 21h. Otempo todo atendendo telefonemase elaborando documentos.”Laos evitou comentar sobrea possibilidade de outras grandeseconomias terem a sua notade risco rebaixada — ontem, aMoodys reduziu de “AAA” para“Aa1” a nota da Espanha-, masafirmou que acredita que a tendênciaé de uma redução cadavez maior entre a avaliação dasgrandes economias e dosemergentes. “Não espero que o<strong>Brasil</strong> vá ter uma nota superiora dos EUA, mas é possível teruma classificação acima danota do México”, acredita.Ainda sobre o <strong>Brasil</strong>, afirmouque o país, assim como outrosemergentes, terá que enfrentar orisco de ter uma bolha de crédito.Na avaliação de Leos, o baixocrescimento e reduzidas taxas dejuros nas economias desenvolvidasirão intensificar o fluxo de divisaspara o <strong>Brasil</strong> e esse cenáriode alta liquidez deve permanecerpor uns três anos, elevando ospreços. O desafio, segundo oexecutivo da Moody’s, é saberquando a bolha irá ocorrer e o quefazer para lidar com seus efeitos.Laos sugere que o país adote umapolítica fiscal anti-cíclica. Reservasfiscais, como as adotadas noChile, poderiam contribuir para o<strong>Brasil</strong> enfernetar uma possívelbolha de crédito. ■ A.P.R.MAIOR NOTAAAAé a nota que a Moody’s deuaos EUA. Emissões de dívidanessa categoria demonstramavaliação de crédito maisforte, ou seja, de menor risco.NA MÉDIABaa3essaéanotaquefoidada ao<strong>Brasil</strong> quando a Moody’s elevouo país a grau de de investimento.Essa nota representa umrisco moderado de crédito.O mundo dos negócios é muito grandepara você se aventurar sozinho.As publicações da editora Empreendedortêm sempre artigos, notícias e dadosatualizados sobre o mundo dos negócios.Com 16 anos de história,a Empreendedor é a maior editorabrasileira voltada ao empreendedorismo eàs inovações do mundo dos negócios.Publica as revistas Empreendedor,Empreendedor Rural e Dirigente Lojista,e o Guia Empreendedor de Franquias,além de manter o mais acessado site sobreempreendedorismo: www.empreendedor.com.br.Na hora de buscar informações ou falar comempreendedores de todos os portes,conte com as nossas publicações.
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