13.07.2015 Views

empresas - Brasil Econômico

empresas - Brasil Econômico

empresas - Brasil Econômico

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

18 | Outlook | Sexta-feira, 1.10.2010ELEITOSFOTOS MARIANA GALENDERO reflexo de uma árvoreseca numa poça d’água:é a série SósVira o disco, D2A homenagem é bonita, maso didatismo do samba com o rapque virou pop já deuA fotografia comocápsula do tempoSéries fotográficas criam arquitetura sem pessoas, comimagens que iludem e ampliam percepção da realidadeTEXTO LUCIANO MARTINS COSTANo cenário difuso da arte contemporânea,com a profusão de materiais,tempos e espaços, técnicas,suportes e intenções, os caçadoresde possibilidades andamatônitos. Como o artista pode seservir de praticamente tudo que há, a arte hámuito vazou das paredes de museus, galerias ecoleções privadas. E anda por aí. Por exempo,nas séries fotográficas de Mariana Galender, querecentemente chamaram a atenção do artistaplástico Daniel Senise.Dois anos atrás, quando estudava em NovaYork, ela costumava trafegar diariamente de metrôentreaescoladoInternationalCenterforPhotography(ICP), na Avenida das Américas, pertoda 43, e o bairro de Queens, onde vivia. No trechoemviaelevada,Marianasacavasuacâmaradigitale fotografava tetos, becos, fachadas. Daí surgiramas séries que ela intitulou Respiradores e Queens,e que a colocaram nos catálogos.De volta ao <strong>Brasil</strong>, Mariana segue produzindoconjuntos que compõem “territórios” próprios,criando uma arquitetura sem pessoas, ou na qualas pessoas estão retratadas indiretamente – numatela de TV, num outdoor —, ou miniaturizadas aoextremo de se confundirem com os objetos de cenárioscongelados num momento impreciso. Suas“caixas” temáticas são como cápsulas de tempo.“Os assuntos que me interessam no dia a diasempre têm alguma coisa de tempo”, observa,lembrando que, quando criança, costumava escrevercartas para si mesma no futuro, cartas deuma Mariana menina para outra adolescente, eda adolescente para a jovem Mariana. Muito antesde se interessar profissionalmente pela fotografia,também retratou a si mesma em idadesvariadas, usando a imagem anterior como fundoMariana fotografa os bastidores da realidadeNos “territórios” criados pela artistaplástica, objetos e lugares parecemdispensar a presença do humanopara outro autorretrato, e assim por diante,compondo uma galeria de espelhos que registraseu próprio crescimento.O trabalho de Mariana Galender é consideradodocumental e interpretativo. “O essencial éter uma poética”, diz a artista de 28 anos. Umdesses exemplares, na série Sós, reproduz o reflexode uma árvore seca numa poça d’água. Nabeira da poça há alguns gravetos que parecemextensões dos galhos refletidos. Imagem única,que dialoga com outras cenas solitárias. Na sérieParônimos, ela fotografa objetos e construçõesque não parecem o que são. Em Reversus, flagracenas comuns do cotidiano, mas vistas do ladoque fica oculto ao olhar do público, formandobastidores da realidade. Algumas de suas obraspodem ser vistas na Silvia Cintra Galeria, na Gávea,Rio, na Galeria Penteado, de Campinas, e noMuseu de Arte de Ribeirão Preto.Aí, “fessô”. Não queria falarnão. Mas essa aula vocêjá deu. Tô sabendo queo Bezerra era parceiro,brother desde os anos 90,quando almoçavam juntosna casa dele. Queria fazerque nem ele na música.Escrever sobre a rua, amalandragem, com umapoesia meio rodrigueana.Eu sei que o <strong>Brasil</strong> tem memória curtinha, e o legadode Bezerra da Silva, que morreu há cinco anos, faz parteda nossa raiz, da nossa história. Merece umahomenagem de respeito. Tudo certo. Mas D2, será quenão tá na hora de largar o tamborim?A galera não vai deixar o samba morrer, cara. Até porquetem uma turma embalada pelo bonitão Diogo Nogueiraque espantou a má fama disseminada pelo sucessodo pagode fuleiro. Agora cair no samba é coisa de gentefina. E tem uma rapaziada que aparece nas rodasque é meio estranha. Usa uns óculos grossos, roupamoderninha, paga de inteligente. Mas é tudo sangue bom.D2, vamos falar sério? Papo reto? O tal do samba como rap já deu no que tinha de dar. Você já fez barulho,baticum, tá tá tá. Desde que você saiu do Planet Hempem 2001 e mudou de assunto, de tom, de roupa e cortede cabelo, ficou beeem mais fácil tocar em rádio, serconvocado para uma palinha no Faustão e esbanjar tantaboa pinta que quase dá para sentir o cheiro do parfumpela TV. E pensar que essa mistura de rap com sambapipocou de leve logo no primeiro solo, Eu Tiro É Onda(1998), ainda na fase Planet Hemp. Mas virou negóciosério, fórmula encontrada e aprimorada em A Procurada Batida Perfeita (2003). Uma sonoridade que pareciaquerer botar todo mundo na mesma roda: os playboyse as patricinhas style junto com a rapaziada. Parecia,né não? Meu Samba É Assim (2006) continuou a ensinarque o velho samba é cool nas parcerias com Alcione,Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho. Depois, A Arte do Barulhotrouxe as raízes do rock de volta. Só pra variar.“Fessô”, na real? Este novo disco lançado pela EMIé bonito, você solta o gogó como se a nova e a velhamalandragem fossem as mesmas, e a fidelidade aosarranjos é homenagem digna. É quase um diploma decompetência em matéria de samba de verdade. Mas estána hora de partir para arranjar outras turmas, estudaroutros temas. Já tá ficando meio chato. DANIELA PAIVAA velha e a nova malandragem: Bezerra (à esq.) e D2FOTO MÁRCIO MERCANTE

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!