36 <strong>Brasil</strong> Econômico Sexta-feira, e1 de fimoutubro, de semana, 20101º, 2 e 3 de outubro, 2010BASTIDORES CULTURAISCESAR GIOBBIPrêmio FCW, oNobel nacionalO prêmio da Fundação Conrado Wessel,de R$ 300 mil por categoria, foi criado com estainspiração e pretensão. E o valor pode subirUMA BREVE HISTÓRIADA FUNDAÇÃOCONRADO WESSELA FCW foi criada a partir devontade expressa por ConradoWessel em seus testamento.Ele morreu em São Paulo em1993. Até 2000, a Fundação davaprejuízo. A atual diretoriaassumiu a chamado da Curadoriadas Fundações, e começou aotimizar o patrimônio da FCW,baseado em imóveis na BarraFunda e Higienópolis. Hoje aFundação é dona de parte doShopping Patio Higienópolis etem um patrimônio de R$ 500milhões que tende a se valorizarainda mais. Sua renda anual deveatingir, no ano que vem, apósinauguração da ampliação doShopping, cerca de R$ 12 milhões.E se prepara para mais um saltona recuperação da renda,em três anos. A funçãoda FCW, por estatuto, é darprêmios anuais para aCiência, a Culturae a Arte, e distribuirdoações para entidadesespecíficas. O que tem sidofeito a partir de 2002.Além do prêmioem dinheiro,os vencedoreslevam este troféu,criado para a FCWpelo escultorNicolas VlavianosO Premio FCW de Ciência e Cultura anuncia,no mês que vem, os vencedores de 2010, sua9ª edição. Cada um dos ganhadores receberáR$ 300 mil, incluindo encargos fiscais, o querepresenta um aumento de 50% com relaçãoao prêmio anterior, e coloca a iniciativa daFundação Conrado Wessel entre as mais importantesdo mundo, já que, pelo cambio deontem, o valor dá pouco mais de US$ 175 mil.O presidente da diretoria executiva, AméricoFialdini Jr, e o superintendente José MoscogliattoCaricatti, no comando da Fundaçãodesde 2000, definem o prêmio como o Nobelnacional. Pelo menos, esta foi a idéia eainspiração,quando foi criado em 2002, respeitandoa vontade deixada pelo próprio Wessel.Nas edições anteriores, escolhidos por umcorpo de jurados de notório saber, nomeados porentidades como CNPq, Capes, Fapesp e as academiascientíficas, médicas e culturais, foram premiadosna área de Ciência, nomes como Wanderleyde Souza, Leopoldo de Meis, Isaias Raw,Aziz Ab’Saber, o Museu Paraense Emilio Goeldi eo Instituto Agronômico de Campinas. Na área deMedicina, receberam o prêmio, entre outros, IvoPitanguy, Fulvio Pileggi, Adib Jatene, RicardoRenzo Brentani. E na área de Cultura: RuthRocha, Ferreira Gullar, Ariano Suassuna eAntonio Nóbrega, para citar alguns. AFundação também tem um premio paraa Arte, sempre voltado para a Fotografia,já que esse era o campo em que trabalhouWessel. Bob Wolfenson, PauloVainer, Felipe Hellmeister, Ricardo deVicq estão entre os já agraciados. A seleçãoe premiação deste será só em 2011.Estes prêmios, e mais ações sociais realizadasanualmente pela Fundação, sãofruto da vontade expressa em testamentopor Conrado Wessel, que deixou uma fortunahoje avaliada em R$ 500 milhões. Abase desta fortuna foi o interesse de Wessel– filho de alemães, nascido na Argentina,mas estabelecido em São Paulo, com a famíliadesde que tinha um ano de idade -pela fotografia. Desenvolveu e patenteouo primeiro papel fotográfico brasileiro,mais tarde comprado pela Kodak. Duranteos anos que dirigiu a fábrica da Kodakem Santo Amaro, adquiriu uma grandequantidade de imóveis na Barra Funda eem Higienópolis. E não deixou herdeiros.Quando comecei minha conversacom Fialdini e Caricatti, a primeira coisaque perguntei foi se a FCW seria como aFundação Vitae, de muito saudosa memória,que parou de dar bolsas paraa pesquisa e cultura e se extinguiuporque terminaram os recursos.Na época, a direção daquelaFundação explicou que“Fundação é umpatrimônio compersonalidadejurídica, controladopelo MinistérioPúblico e pelacuradoria dasfundações. Mas, senão tratar Fundaçãocomo empresa,ela desaparece. Osexemplos são muitosAmérico Fialdini Jr,presidente da diretoria daFundação Conrado Wesselseu destino era esse mesmo, o de distribuir dinheiroaté acabar. “De jeito nenhum”, reageFialdini. “Fundação é assim, se não tiver cabeçapara administrar, ela quebra! É um patrimôniocom personalidade jurídica, controladopelo Ministério Público e pela Curadoria dasFundações”, explica o presidente. Mas adverte:“Se não tratar Fundação como empresa, eladesaparece. Os exemplos são muitos”.E de fato, foi a Curadoria das Fundações queescolheu esta diretoria, para salvar a FCW, queaté o ano 2000 dava prejuízo. Consumia suareceita e chegava no fim do ano devendo. Apartir desta direção, o patrimônio foi otimizado.Basta dizer que os imóveis de Wessel queestavam em Higienópolis se transformaramem grande parte do shopping Patio Higienópolis,que hoje representa cerca de 70% do capitalda fundação e uma fatia ainda maior desua renda, que deve chegar a R$ 12 milhões noano que vem, com a ampliação do Shopping,cuja inauguração está prevista para este mês.Como sócia, a FCW teve de investir na ampliação.E tinha capital para isso.
Sexta-feira e fim de semana, Sexta-feira, 1º, 2 e 31 de outubro, 2010<strong>Brasil</strong> Econômico 37Jason Kempin/AFPDesfile de estrelas na BroadwayComeça em outubro a nova temporada da Broadway, em Nova York.E a programação está recheada de estrelas. Al Pacino viverá Shylock, emO Mercador de Veneza, de Shakespeare, a partir do dia 7 de novembro noBroadhurst Theatre. Vanessa Redgrave e James Earl Jones levam parao palco Conduzindo Miss Daisy, a partir de 25 de outubro no Golden Theatre.E o primeiro sucesso de Almodovar, Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos,vira musical com Patty LuPone, a partir de 4 de novembro no Belasco Theatre.MARCADO● Nos dias 1º e 2, às 22h,o cantor Djavan faz show delançamento do CD Ária, noCitibank Hall do Rio de Janeiro.● Nos dias 2 e 3, a cantoraWanderléa faz show delançamento do CD Nova Estação,no Teatro Fecap, em São Paulo.bastidoresculturais@brasileconomico.com.brAntonio MilenaAmérico Fialdini Jr, sentado,e José Caricatti, daFundação Conrado WesselA HISTÓRIA DECONRADO WESSELBREVESHenrique ManrezaMonumentos tingidos de rosa,contra o câncer de mamaFialdini e Caricatti, que compraram umaconfortável sede para a Fundação num prédiocomercial de Higienópolis, contam que continuaminvestindo para otimizar o patrimônio.“Há pequenos terrenos, lojas, galpõesque, isolados, não rendem quase nada. Estamoscomprando os terrenos adjacentes, paracriar projetos mais rentáveis. Já construímosdois prédios que estão alugados. E em dois outrês anos, teremos um salto em recuperaçãode renda”, explica Caricatti. Fialdini acrescenta:“Nada disso se faz sem laudos oficiais.As fundações têm de ser transparentes, nãopodem por e dispor do patrimônio”.Por enquanto, mais da metade da renda anualvai para os prêmios e ações sociais. Um valor quetende a melhorar conforme vão se realizando estesprogressos no patrimônio. Além dos prêmios,e também seguindo a orientação do testamentode Wessel, a Fundação faz doações, em cotasiguais, para o Corpo de Bombeiros de São Paulo(que recebe 3 cotas), o Exército da Salvação, AldeiasInfantis SOS <strong>Brasil</strong>, Fundação AntonioPrudente (Hospital do Cancer), o Colégio BenjaminConstant (onde Wessel estudou) e a últimacota vai para cestas básicas distribuídas peloMP em 30 instituições destinadas a criançascarentes. Só essa parte social dá mais de R$ 1milhão por ano. Os prêmios, mais as publicaçõesrelativas a eles, mais a divulgação e as cerimôniassomam cerca de R$ 3 milhões ano.Além disso, a FCW patrocina as revistas daAcademia <strong>Brasil</strong>eira de Ciências e realiza a festade posse da ABC, no Copacabana Palace, noRio; patrocina a revista da Fapesp e a publicaçãoda série Estudos Estratégicos; assumiu arealização do Prêmio Almirante Álvaro Alberto,do CNPq; complementa bolsas do Capes;ajuda cientistas que vão ao exterior apresentarpesquisas. Na área da Cultura, a FCW está pagandoa metade dos custos dos estudos de umjovem violinista brasileiro na Universidade deIndiana. Essas atividades, mais a seriedade nacondução das escolhas dos premiados, deramà Fundação credibilidade nos meios acadêmicos.Fialdini conta que muitas reuniões dasentidades científicas são realizadas na sede daFCW, considerada território neutro. ■A história de Conrado Wesselvale a pena ser relembrada.Nasceu na Argentina, em1891, de pais alemães. No anoseguinte, a família se mudapara São Paulo, onde o pai,Guilherme, será professor defísica na Escola Politécnica,recém inaugurada no bairroda Luz, além de manter umaloja de material fotográficona Rua São Bento. Conrado,ainda adolescente, ganhoudois prêmios de fotografiada Secretaria de Agriculturade São Paulo. Em 1911, vaiestudar fotografia em Viena.Na volta, faz experiênciascom sais de prata, e obtéma fórmula para a emulsão.Em 1921, num galpão depropriedade do pai, naBarra Funda, cria a primeirafábrica brasileira de papelfotográfico, a FabricaPrivilegiada de PapéisPhotograficos Wessel. Nocomeço, não teve grandesucesso de vendas, pois osfotógrafos do Jardim daLuz preferiam o papelimportado que vinha do Rio.Mas o golpe de sorte veiocom a Revolução de 1924,quando São Paulo ficouisolada. Os fotógrafospaulistas começaram aconsumir o papel de Wessel,e continuaram mesmodepois do fim da Revolução.Com esse sucesso, a fábricade Wessel passou a interessaras grandes <strong>empresas</strong>internacionais. Algunsanos depois, ele fechou umcontrato com a Kodak, queconstruiria uma fábricamoderna em Santo Amaro,que ele administrariapelos seguintes 25 anos.No final deste tempo, fábricae patente passariam paraa Kodak. E assim foi feito.Wessel morreu rico, aos 102anos, em 1993, em São Paulo.A partir de hoje, a Ponte Estaiada, emSão Paulo, sobre a Marginal Pinheiros, aTorre de Pisa, na Itália, a Torre de Londres,o castelo de Belvedere, na Áustria, oCongresso argentino, a Ópera de Sydney,na Austrália, serão iluminados de cor-derosa.A ação acontece em 70 países,até o dia 15, em prol da conscientizaçãoe da prevenção do câncer de mama.40 horas no palco. Deu GuinnessBob Marley, comediante de Bostonhomônimo do rei do reggae, bateu orecorde do brasileiro Bruno Motta, quetinha ficado em cartaz por mais de 36horas sem parar. Marley conseguiu ficar40 horas no palco, com seu stand up.Por sinal, Motta está em cartaz emSão Paulo, no Teatro Renaissance.Os milhões do hip hopSebastien Bozon/AFPA revista Forbes divulgou a lista dos 20 maisbem-sucedidos músicos do hip hop. O rapperJay-Z está no topo dela, pelo terceiro anoconsecutivo, com um faturamento anualde US$ 63 milhões. Jay-Z é empresáriode sucesso na área musical e de moda.A Rocawear, grife urbanwear do cantor,que está presente há uma década nomercado, é considerada atualmente a marcanúmero um no mundo em seu segmento,tornando-se símbolo de toda uma geração.
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