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Outlook | Sexta-feira, 1.10.2010 | 27“Não vou abrir umrestaurante paraimportar arenquesvelhos e fazer ummuseu gastronômico”Simon Lau CederholmTEXTO LUIZ HENRIQUE LIGABUEFOTOS CRISTIANO MARIZLoiro, olhos azuis, pele vermelha curtidaao sol do cerrado e sotaque pronunciado.Tecnicamenteeàprimeiravista,umgringo.A foto acima não mente. E nome e sobrenomeconfirmam a tese: Simon Lau Cederholmé dinamarquês de nascimento. Mas,depois de ter chegado ao país em uma viagemépica de bicicleta nos anos 80 — de Caracasao Rio de Janeiro —, descobriu que suavocação era a de ser brasileiro. O Simon virouSimão, como gosta de ser chamado. Enão é que quase 20 anos depois de chegarpor aqui Simon se tornou rei do <strong>Brasil</strong>? Nocomeçodestemês,entreoutrosprêmios,foieleito o chef do ano pelo Guia Quatro Rodas.Antes do reconhecimento, Simon já eraconhecido, entre os cozinheiros, como odesbravador do cerrado. Em um congresso,apresentou a baunilha do cerrado para aclasse gastronômica paulistana. Mais. É umdos grandes entusiastas desse terroir, repletode guarirobas, pequis, carne de porcoe saberes populares. O chef é um verdadeiroembaixador do cerrado, função quetrouxe do antigo ofício, a arte da diplomacia— foi adido cultural e depois vice-cônsulda Dinamarca em Brasília. Seu restauranteAquavit funciona em uma casa modernistano Lago Paranoá e é a cara dele.Além de ser também sua residência, é umprojeto assinado pelo então arquiteto SimonLau Cederholm. Pois é, a arquiteturaconversa com a gastronomia, “elas sãofruto da mesma sensibilidade artística”,ensina Simon. Conheça nas páginas a seguirum pouco de uma Brasília cheia de saborestípicos do cerrado, mas com um levesotaque dinamarquês.