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edição de 11 de fevereiro de 2019

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Mídia<br />

Queda na audiência do Super Bowl<br />

po<strong>de</strong> impactar postura das marcas<br />

Final da NFL no dia 3 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> teve o pior alcance nos últimos 10 anos;<br />

popularida<strong>de</strong> do jogo na internet abre novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interações<br />

Dados da Nielsen indicaram a pior audiência nos últimos 10 anos no Super Bowl: 98,2 milhões assistiram à partida nos Estados Unidos<br />

“ViVemos um<br />

momento em que<br />

a tV não é mais<br />

tela única, o que<br />

não significa que<br />

ela não tenha<br />

uma influência<br />

importante no<br />

Brasil e no mundo”<br />

mstahlphoto/iStock<br />

Danúbia Paraizo<br />

<strong>de</strong>sempenho do Super Bowl<br />

O no quesito audiência na TV<br />

linear, no domingo (3), está longe<br />

<strong>de</strong> ter sido o resultado dos<br />

sonhos para a NFL ou para a<br />

CBS, que transmistiu a partida<br />

entre Los Angeles Rams e New<br />

England Patriots. Segundo informações<br />

da Nielsen, 98,2 milhões<br />

<strong>de</strong> americanos assistiram<br />

ao jogo, configurando a pior audiência<br />

nos últimos 10 anos - o<br />

recor<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 2015, com audiência<br />

<strong>de</strong> <strong>11</strong>4,442 milhões).<br />

Diante do cenário aparentemente<br />

negativo para a mídia<br />

tradicional, fica a dúvida se o<br />

evento esportivo permanecerá<br />

significativo para os anunciantes.<br />

Basta lembrar que o valor<br />

para anunciar 30 segundos no<br />

horário comercial não saiu por<br />

menos <strong>de</strong> US$ 5 milhões. Com<br />

a redução do alcance e da exposição<br />

da marca para os espectadores,<br />

é possível que os<br />

anunciantes repensem suas<br />

estratégias para o ano que vem.<br />

Segundo An<strong>de</strong>rson Gurgel,<br />

professor <strong>de</strong> marketing esportivo<br />

da Faculda<strong>de</strong> Mackenzie,<br />

o Super Bowl continua com um<br />

peso gigante para alguns segmentos,<br />

como o <strong>de</strong> entretenimento.<br />

Esse é o caso da Marvel,<br />

que exibiu um novo trailer do<br />

filme Capitã Marvel durante a<br />

partida. O spot <strong>de</strong> 30 segundos<br />

já soma mais <strong>de</strong> três milhões<br />

<strong>de</strong> views no canal da marca no<br />

YouTube. “Não dá para dizer<br />

que o Super Bowl esteja em <strong>de</strong>cadência.<br />

O fato <strong>de</strong> o jogo ser<br />

o principal momento da TV ao<br />

vivo no mundo cria uma expectativa<br />

no público. Isso por<br />

si só já gera um cenário favorável<br />

para as marcas”, diz Gurgel.<br />

Isso não significa, no entanto,<br />

que uma transformação silenciosa<br />

não esteja acontecendo. A<br />

queda da audiência na TV linear<br />

nada mais é do um reflexo do<br />

que passa o mercado <strong>de</strong> mídia<br />

tradicional como um todo.<br />

Os números sobre as interações<br />

em re<strong>de</strong>s sociais durante<br />

o jogo reforçam a tendência do<br />

conteúdo multiplataforma. Durante<br />

o jogo foram 32,3 milhões<br />

<strong>de</strong> interações nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />

reforçando a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que os<br />

anunciantes <strong>de</strong>vem enxergar<br />

o evento como parte <strong>de</strong> uma<br />

estratégia mais ampla e não<br />

apenas um fim em si mesmo.<br />

“As marcas já enten<strong>de</strong>ram que<br />

a ação não se esgosta ali nos 30<br />

segundos”, analisa Gurgel.<br />

A Pepsi foi um dos cases<br />

bem-sucedidos nesse sentido.<br />

Patrocinadora oficial do jogo, a<br />

marca foi sponsor também do<br />

tradicional show do intervalo,<br />

que neste ano contou com<br />

apresentações <strong>de</strong> Maroon 5 e<br />

dos rappers Travis Scott e Big<br />

Boi. O momento foi lí<strong>de</strong>r em<br />

conversas nas re<strong>de</strong>s sociais, alcançando<br />

o pico <strong>de</strong> 171 mil interações.<br />

A marca, aliás, se manteve<br />

no tranding topic global do<br />

Twitter patrocinando a hashtag<br />

PepsiMoreThanOk, em referência<br />

a campanha estrelada pelos<br />

rappers Cardi B e Lil Jon.<br />

Des<strong>de</strong> meados <strong>de</strong> janeiro, a<br />

Pepsi também tomou as ruas<br />

<strong>de</strong> Atlanta com mensagens irônicas<br />

<strong>de</strong> OOH em referência a<br />

sua presença na região. Vale<br />

lembrar que a cida<strong>de</strong> é a se<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sua maior concorrente - a<br />

Coca-Cola.<br />

Na queda <strong>de</strong> braço milionária<br />

por relevância no Super Bowl,<br />

uma marca chamou a atenção<br />

justamente por não participar<br />

do horário comercial <strong>de</strong> TV<br />

mais caro do mundo. A Skittles<br />

promoveu horas antes da partida<br />

um musical na Broadway<br />

que criticava o consumismo<br />

gerado pelo mercado <strong>de</strong> propaganda.<br />

O valor dos ingressos<br />

foi revertido a uma ONG que dá<br />

apoio a pacientes com HIV. “Vivemos<br />

um momento em que a<br />

TV não é mais tela única, o que<br />

não significa que ela não tenha<br />

uma influência importante no<br />

Brasil e no mundo”.<br />

jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 43

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