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Mídia<br />
Queda na audiência do Super Bowl<br />
po<strong>de</strong> impactar postura das marcas<br />
Final da NFL no dia 3 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> teve o pior alcance nos últimos 10 anos;<br />
popularida<strong>de</strong> do jogo na internet abre novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interações<br />
Dados da Nielsen indicaram a pior audiência nos últimos 10 anos no Super Bowl: 98,2 milhões assistiram à partida nos Estados Unidos<br />
“ViVemos um<br />
momento em que<br />
a tV não é mais<br />
tela única, o que<br />
não significa que<br />
ela não tenha<br />
uma influência<br />
importante no<br />
Brasil e no mundo”<br />
mstahlphoto/iStock<br />
Danúbia Paraizo<br />
<strong>de</strong>sempenho do Super Bowl<br />
O no quesito audiência na TV<br />
linear, no domingo (3), está longe<br />
<strong>de</strong> ter sido o resultado dos<br />
sonhos para a NFL ou para a<br />
CBS, que transmistiu a partida<br />
entre Los Angeles Rams e New<br />
England Patriots. Segundo informações<br />
da Nielsen, 98,2 milhões<br />
<strong>de</strong> americanos assistiram<br />
ao jogo, configurando a pior audiência<br />
nos últimos 10 anos - o<br />
recor<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 2015, com audiência<br />
<strong>de</strong> <strong>11</strong>4,442 milhões).<br />
Diante do cenário aparentemente<br />
negativo para a mídia<br />
tradicional, fica a dúvida se o<br />
evento esportivo permanecerá<br />
significativo para os anunciantes.<br />
Basta lembrar que o valor<br />
para anunciar 30 segundos no<br />
horário comercial não saiu por<br />
menos <strong>de</strong> US$ 5 milhões. Com<br />
a redução do alcance e da exposição<br />
da marca para os espectadores,<br />
é possível que os<br />
anunciantes repensem suas<br />
estratégias para o ano que vem.<br />
Segundo An<strong>de</strong>rson Gurgel,<br />
professor <strong>de</strong> marketing esportivo<br />
da Faculda<strong>de</strong> Mackenzie,<br />
o Super Bowl continua com um<br />
peso gigante para alguns segmentos,<br />
como o <strong>de</strong> entretenimento.<br />
Esse é o caso da Marvel,<br />
que exibiu um novo trailer do<br />
filme Capitã Marvel durante a<br />
partida. O spot <strong>de</strong> 30 segundos<br />
já soma mais <strong>de</strong> três milhões<br />
<strong>de</strong> views no canal da marca no<br />
YouTube. “Não dá para dizer<br />
que o Super Bowl esteja em <strong>de</strong>cadência.<br />
O fato <strong>de</strong> o jogo ser<br />
o principal momento da TV ao<br />
vivo no mundo cria uma expectativa<br />
no público. Isso por<br />
si só já gera um cenário favorável<br />
para as marcas”, diz Gurgel.<br />
Isso não significa, no entanto,<br />
que uma transformação silenciosa<br />
não esteja acontecendo. A<br />
queda da audiência na TV linear<br />
nada mais é do um reflexo do<br />
que passa o mercado <strong>de</strong> mídia<br />
tradicional como um todo.<br />
Os números sobre as interações<br />
em re<strong>de</strong>s sociais durante<br />
o jogo reforçam a tendência do<br />
conteúdo multiplataforma. Durante<br />
o jogo foram 32,3 milhões<br />
<strong>de</strong> interações nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />
reforçando a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que os<br />
anunciantes <strong>de</strong>vem enxergar<br />
o evento como parte <strong>de</strong> uma<br />
estratégia mais ampla e não<br />
apenas um fim em si mesmo.<br />
“As marcas já enten<strong>de</strong>ram que<br />
a ação não se esgosta ali nos 30<br />
segundos”, analisa Gurgel.<br />
A Pepsi foi um dos cases<br />
bem-sucedidos nesse sentido.<br />
Patrocinadora oficial do jogo, a<br />
marca foi sponsor também do<br />
tradicional show do intervalo,<br />
que neste ano contou com<br />
apresentações <strong>de</strong> Maroon 5 e<br />
dos rappers Travis Scott e Big<br />
Boi. O momento foi lí<strong>de</strong>r em<br />
conversas nas re<strong>de</strong>s sociais, alcançando<br />
o pico <strong>de</strong> 171 mil interações.<br />
A marca, aliás, se manteve<br />
no tranding topic global do<br />
Twitter patrocinando a hashtag<br />
PepsiMoreThanOk, em referência<br />
a campanha estrelada pelos<br />
rappers Cardi B e Lil Jon.<br />
Des<strong>de</strong> meados <strong>de</strong> janeiro, a<br />
Pepsi também tomou as ruas<br />
<strong>de</strong> Atlanta com mensagens irônicas<br />
<strong>de</strong> OOH em referência a<br />
sua presença na região. Vale<br />
lembrar que a cida<strong>de</strong> é a se<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> sua maior concorrente - a<br />
Coca-Cola.<br />
Na queda <strong>de</strong> braço milionária<br />
por relevância no Super Bowl,<br />
uma marca chamou a atenção<br />
justamente por não participar<br />
do horário comercial <strong>de</strong> TV<br />
mais caro do mundo. A Skittles<br />
promoveu horas antes da partida<br />
um musical na Broadway<br />
que criticava o consumismo<br />
gerado pelo mercado <strong>de</strong> propaganda.<br />
O valor dos ingressos<br />
foi revertido a uma ONG que dá<br />
apoio a pacientes com HIV. “Vivemos<br />
um momento em que a<br />
TV não é mais tela única, o que<br />
não significa que ela não tenha<br />
uma influência importante no<br />
Brasil e no mundo”.<br />
jornal propmark - <strong>11</strong> <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 43