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Culture&Territories#3

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CeiED | CULTURE & TERRITORY<br />

linhas de raciocínio que muitos especialistas poderão considerar antagónicas, torna-se<br />

necessário que esses mesmos especialistas compreendam a sua complementaridade.<br />

O processo, e o próprio projeto, só terá a ganhar com isso.<br />

154<br />

INICIATIVA BAIRROS CRÍTICOS<br />

Ações fragmentadas e dispersas na área da intervenção sócio-territorial são a prova<br />

de quão difícil é resolver situações críticas do espaço urbano e territórios vulneráveis.<br />

Como resposta para a sua resolução surgem hoje novas formas de intervenção<br />

que atuam mais ao nível do processo tornando-o mais integrador, articulado e<br />

duradouro. É nesta linha que surge o Programa IBC promovendo novas formas<br />

de governância assegurando plataformas de articulação. Esta nova forma de estruturação<br />

e de atribuição/conquista de legitimidades ao nível do processo, além de<br />

criar mais-valias para todos os envolvidos, representa uma experiência rica e inovadora<br />

para a equipa técnica no terreno. O modelo de partida, e em particular o caso<br />

da ISTP, já por si só apresentava, desde o início, componentes inovadoras que<br />

marcavam a diferença em relação aos formatos habituais de funcionamento. Criado<br />

no âmbito das competências da Secretaria de Estado de Ordenamento do Território<br />

e das Cidades (SEOTC) este programa foi coordenado pelo Instituto Nacional<br />

da Habitação (INH) 4 , visava a integração socio-urbanística de territórios com<br />

fatores de vulnerabilidade crítica, a inclusão social, e capitalizar a experiência de<br />

programas anteriores encorajando o desenvolvimento de modelos de intervenção<br />

inovadores. Embora não explicitado, estava previsto para as próprias equipas de<br />

especialistas, uma série de fóruns 5 que constituíram elementos imprescindíveis para<br />

muitos dos sucessos da própria intervenção, marcando a diferença em relação ao<br />

passado.<br />

ESTRUTURA DE OPERACIONALIDADE<br />

Um aspeto dominante da inovação deste Programa prendeu-se com a forma como<br />

é operacionalizada a governância 6 . Para tal criaram-se fóruns de diferentes níveis e<br />

competências que asseguraram uma série de funções articuladores essenciais para<br />

a fluidez da circulação da informação e comunicação. Na figura 1 são descritos os<br />

vários níveis de coordenação e os grupos envolvidos em cada um deles, bem como<br />

os fluxos de informação/conhecimento que se estabeleceram (ver Fig. 1).<br />

4<br />

Hoje Instituto da Habitação e da Reabilitação.<br />

5<br />

Sessões participativas de diálogo e debate (e.g., reuniões, workshops).<br />

6<br />

Governância é diferente de governação porque implica o envolvimento ativo direto na decisão de outros intervenientes para além<br />

das entidades governamentais visando a resolução de problemas de interesse mútuo (Aragão, A. A Governância na Constituição<br />

Europeia. Uma oportunidade perdida? In: A Constituição Europeia. Estudos em homenagem ao Prof. Doutor Lucas Pires, FDUC,<br />

Coimbra, 2005).

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