25.09.2019 Views

Culture&Territories#3

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

CeiED | CULTURE & TERRITORY<br />

well as the creation of urban parks and of more than 100 kilometres of bike lanes<br />

across the city. Having gone through urban policies focused on business interests at<br />

the expense of the community’s, the city nowadays has, in a very remarkable way,<br />

the same problems as other Brazilian cities: the accelerated process of emptying,<br />

the intense degradation and underutilization of urbanised areas, as well as high crime<br />

rates, especially in its central area. In this context, the present chapter addresses an<br />

urban intervention in the central area of Curitiba as case study. The space was<br />

provided by the municipality to the civil society, which created the Cyclist’s Pocket<br />

Park, as a place of co-existence, for cultural activities and political discussions, and<br />

as a way to provide solutions for urban mobility, to create and maintain bike lanes,<br />

and enhance traffic safety. The case study is viewed from the Anthropology of Space<br />

perspective, which reflects the relationships between society and urban space, its<br />

fragmentation into different functions, and the discussion on urban territory. Territory<br />

as discussed here is any spatial base at the centre of disputes between agents or<br />

social actors, of fights over possession, domination and occupation of a fraction<br />

of the space, and attribution of identity, which is given by the symbolism embedded<br />

in a network of social subjectivities.<br />

Keywords - Planning, space, social intervention, territory, Space<br />

Anthropology<br />

200<br />

INTRODUÇÃO<br />

Um dos maiores desafios da incorporação da cidade como c<strong>amp</strong>o de investigação<br />

da Antropologia está, segundo Moura (op. cit. 2003: 43), no seu reconhecimento como<br />

lugar de pluralidade, diferença e, ao mesmo tempo, de individualismo exacerbado.<br />

De modo a consolidar e esclarecer seu argumento, a autora afirma que um dos<br />

desafios específicos da Antropologia está na abordagem da diversidade das pessoas,<br />

dos mundos que a cidade pode apresentar, suas sobreposições e suas diferenças, que<br />

transitam entre estes mundos. Poderíamos ir além e sugerir que o foco de análise<br />

da Antropologia Urbana está centrado nas transformações espaciais, nas novas<br />

políticas territoriais da cidade, que emergem de cenários multiescalares e tratam os<br />

territórios como espaços políticos. E, a partir daí, na busca do entendimento das<br />

possibilidades dos indivíduos e dos grupos de elaborarem lugares de pertencimento<br />

dentro da cidade.<br />

O espaço pode ser estudado na Antropologia como contexto de interação, ou ainda<br />

que “uma cidade não é um simples cenário das interações do grupo estudado, uma<br />

cenografia, mas um processo material e simbólico de espaços e tempos que são,<br />

continuamente, imaginados, narrados, negociados e projetados pelas pessoas que os<br />

habitam” (Uriarte, 2014). Mencionar grupos urbanos nos remete às reflexões de<br />

Gilberto Velho. Conforme este autor, as pesquisas antropológicas realizadas em<br />

contexto urbano trazem como foco de análise grupos ou segmentos da sociedade

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!