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Culture&Territories#3

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CeiED | CULTURE & TERRITORY<br />

mecanismos de ajustamento, assentes numa base de entendimento alargada e<br />

consensual. Neste c<strong>amp</strong>o as novas plataformas online de acesso à informação<br />

e participação, tais como sites e apps podem ter um papel facilitador na aproximação<br />

da administração e cidadãos.<br />

Em suma, é essencial que a estratégia delineada esteja alinhada e preparada para a<br />

incerteza, indefinição e instabilidade. Importa que as propostas dos PDM´s não se<br />

limitem unicamente à avaliação e diagnóstico da realidade existente no momento<br />

em que são elaboradas, mas procedam ao enquadramento de cenários futuros, cada<br />

vez mais imprevisíveis. Do ponto de vista demográfico e económico-social importa<br />

prospetivar diferentes alternativas para que as propostas dos PDM´sdêem resposta<br />

a diferentes cenários de desenvolvimento. Só tal flexibilidade permite que estes<br />

instrumentos não sejam ultrapassados pelas circunstâncias da própria realidade.<br />

Trata-se de privilegiar um plano com evolução permanente de conteúdo, por outras<br />

palavras, “um documento aberto e evolutivo, sem prazos de vigência fixos,<br />

permitindo a incorporação dos imprevistos e a assimilação de uma margem de<br />

imprevisibilidade para exigências novas e mutáveis” (Oliveira, 2012). Uma proposta<br />

de plano com caráter adaptativo e em constante negociação, que tire partido das<br />

tecnologias da informação e comunicação.<br />

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CONCLUSÃO<br />

O presente trabalho procura dar um contributo orientador para a execução do<br />

ordenamento do território no âmbito da revisão dos Planos Diretores Municipais em<br />

Portugal continental. Com efeito a diferença entre o planeado e o executado é<br />

drasticamente alarmante e sobejamente referenciada. Não obstante a passagem<br />

à prática das propostas preconizadas pelos planos territoriais é cada vez mais<br />

incerta, acentuada designadamente pela maior complexidade dos fatores que intervêm<br />

no território, pela rapidez das transformações tecnológicas e/ou pelas alterações<br />

socioeconómicas. Neste contexto urge que a tradicional administração racional e<br />

positivista dê lugar a processos mais flexíveis, reversíveis e ajustáveis à realidade<br />

em constante mutação. Assim, a operacionalização do modelo de ordenamento e<br />

respetivos usos de solo carecem de instrumentos e mecanismos que os tornem mais<br />

exequíveis e capazes de responder a tais transformações e exigências, lançando mão<br />

de fatores que incrementam a flexibilidade e a estratégia dos instrumentos<br />

de planeamento, em particular dos PDM´s. Pretende-se assim que o modelo de<br />

ordenamento traduza a realidade desejável e não seja um colete de forças a<br />

eventuais propostas não previsíveis ou simplesmente imponderáveis à data da<br />

elaboração do plano.<br />

Conclui-se que a flexibilidade é um fator chave da proposta de plano, que não pode<br />

ser hermética ou estática, pois como sublinha Portas (1998: 84) “depois do plano<br />

aprovado o planeamento continua”. Embora ainda sem enquadramento no quadro<br />

jurídico português, considera-se essencial uma mudança de paradigma no modelo

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