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CONSENSO SOBRE CONTRACEÇÃO 2020

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Contraceção Hormonal e Intrauterina com Condições Médicas Especiais | DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS | D8<br />

As alterações cíclicas do humor que ocorrem durante a ovulação ou menstruação respondem melhor às formulações monofásicas<br />

vs multifásicas de CHC. Os sintomas afetivos associados à queda do nível de estrogénios durante a pausa ou à toma de comprimidos<br />

placebo podem ser ultrapassados com o uso contínuo do contracetivo (omissão da semana de pausa ou eliminação dos<br />

comprimidos placebo) 11 .<br />

No pós-parto não existe evidência clínica de associação entre o uso de contraceção hormonal e a incidência de depressão 12 .<br />

São limitados os estudos sobre o uso de CH nas mulheres com depressão pós-parto, no entanto, o uso é recomendado, pois o risco<br />

de uma nova gravidez está associado um prognóstico obstétrico adverso 7 .<br />

Os antidepressivos mais frequentemente utilizados – Fluoxetina, citalopram, escitalopram, sertalina, venlafaxina e duloxetina não<br />

interferem com a eficácia da CH, incluindo COC. Em contraste a amitriptilina, nortriptilina, fenilzina utilizados na terapêutica da depressão<br />

crónica refratária podem interferir com a eficácia da CH 1 . A erva de St. John’s um antidepressivo natural também interfere<br />

na eficácia da CH (ver Secção F.3: Interações farmacológicas com a contraceção hormonal).<br />

Doença bipolar<br />

Todos os métodos de contraceção são elegíveis em mulheres com Doença Bipolar (Categoria 1). O uso de CH (COC, PO, LNG-SIU,<br />

AMP) em mulheres com Doença bipolar não está associado a um agravamento da doença psiquiátrica 7 .<br />

Distúrbios alimentares<br />

As mulheres com anorexia (AN), mesmo em amenorreia, necessitam de contraceção.<br />

Tal como nas adolescentes sem doença, os métodos de longa duração incluindo implante, SIU e DIU devem ser considerados<br />

métodos de primeira linha pela sua segurança e efetividade (ver Secção C.3: Contraceção na adolescência) 13 .<br />

Não existe evidência científica de que o uso de CH tenha um impacto negativo no curso da doença.<br />

Existe uma preocupação dos profissionais de saúde de que a presença de hemorragia de privação relacionada com o uso de CHC<br />

interfira na autopercepção do controle de doença. No entanto, o balanço entre este risco e o de uma gravidez não planeada é<br />

favorável ao uso de contraceção.<br />

Os CHC devem ser a primeira opção contracetiva. O uso de CHC parece ser um contributo positivo (manutenção e aumento) densidade<br />

mineral óssea nas adolescentes com distúrbios alimentares (as jovens com AN e que usam CHC têm uma maior densidade<br />

mineral óssea, e este resultado é melhor nas jovens em que o intervalo de entre o início da doença e o uso de CHC é menor). O seu<br />

uso deve ser ponderado em função do risco tromboembólico em períodos de imobilização prolongada.<br />

A via de utilização da CHC deve ser adaptada ao comportamento alimentar (restrição vs indução de vómito) devendo ser privilegiadas<br />

as formulações não orais.<br />

Não existem estudo sobre o efeito do uso dos contracetivos com progestativo isolado na densidade mineral óssea nas adolescentes<br />

com AN. Os dados publicados sobre o seu uso em mulheres saudáveis podem dar uma evidência indireta sobre o potencial<br />

impacto. Em jovens saudáveis, o acetato de medroxiprogesterona tem um impacto negativo na densidade mineral óssea e por<br />

isso não deve ser utilizado em adolescentes com AN 14,15 .<br />

Esquizofrenia<br />

Os estudos científicos sobre o uso de contraceção em doenças mentais graves incluindo a esquizofrenia são escassos e pouco<br />

robustos.<br />

Todos os métodos de contraceção são elegíveis em mulheres com Esquizofrenia (Categoria 1). Não existe evidência científica de que<br />

o uso de CH tenha um impacto negativo no curso da doença.<br />

Os métodos de longa duração pela sua maior eficácia e efetividade devem ser considerados como primeira opção nestas doentes.<br />

É fundamental que seja explicado (e seja entendido) a alteração do padrão hemorrágico com o uso de métodos hormonais só com<br />

progestativo 16-18 .<br />

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