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PAGINAÇÃO 205

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PAÍS

CL - Que garantias pode o Senhor

Presidente dar aos investidores que

tem interesse em actuar no seu país e

com que mais eles podem contar, do

ponto de vista dos incentivos?

PJL - Dou a garantia aos investidores

estrangeiros de que o ambiente de negócios

em Angola tende a melhorar dia após

dia. As reformas que demos início em

2017/2018 são para continuar, portanto

não é nada que foi feito pontualmente e

terminou, não! E um processo contínuo.

Todos os dias vamos descobrir pequenos

obstáculos que ainda existem, para que os

investidores se sintam mais confortáveis

e então, sempre que alertados, vamos tomar

as medidas que forem necessárias.

Se alguma legislação tiver de ser alterada

ou produzida de raiz para facilitar o

ambiente de negócios, vamos fazê-los. O

combate contra a corrupção a todos os níveis-desde

a grande corrupção a pequena

corrupção do dia a dia, do pequeno funcionário

ao balcão, no guichê é uma luta

para continuar, não vamos desistir.

E em termos de incentivos ao investimento,

também continuaremos a descobrir

cada dia novos incentivos para que os

investidores estrangeiros possam confiar

na nossa economia e apostar os seus recursos,

o seu capital, aqui na economia

angolana.

CL - Tal como o Senhor Presidente

referiu, Angola e um país de população

maioritariamente jovem, uma

grande vantagem, um grande activo

com que se pode e deve contar. Que

resposta está Angola a preparar para

a fase pos-Covid, o esforco de recuperação?

PJL - A nossa resposta pos-Covid será

procurar recuperar o tempo perdido durante

este longo período de pandemia,

tempo perdido em todos os domínios, é

uma vez que estamos a falar de investimento

estrangeiro privado, também neste

domínio do investimento privado.

O ambiente está a ser criado é tão

logo haja oportunidade de grandes investidores

virem para Angola, serão muito

bem-vindos, serão acolhidos de braços

abertos.

Falou no facto de Angola ter uma po-

cios com ideias, com projectos,que os

querem materializar em Angola? Por

onde devem começar?

PJL - Desde que este investimento

contribua para o aumento da produção

de bens e serviços, contribua para o aumento

da oferta de empregos, e sempre

bem-vindo. Portanto, é uma questão de

sermos, que nós vamos dar todas as facilidades

no sentido de esses projectos

serem exequíveis, se tornarem realidade.

CL - A aposta no digital está na

ordem do dia em todas economias.

Como está Angola a olhar para esse

campo?

PJL - Em breves palavras ,dizemos

que nós não descuramos essa necessi-

pulação essencialmente jovem. Isto é um

capital que joga a nosso favor e que nos

vamos procurar explorar o melhor possível.

Ter população jovem e bom,e força

de trabalho garantida, embora tenhamos

consciência de que precisamos de fazer

grandes investimentos nessa mesma juventude.

Ela tem de ser bem preparada

para enfrentar o mercado do emprego e

os próprios investidores,o proprio investimento

vai-nos ajudar a fazer isso.

A formação será dada não apenas

nos institutos, nas universidades,mas

será dada também “on Job”, como se diz,

estando já empregados, portanto. Os jovens

vão ser preparados para melhor

poderem servir as indústrias que os empregarão.

CL - Em concreto,o que pode dizer,

Senhor Presidente, aos investidores

interessados, aos homens de negó-

O combate contra a

corrupção a todos os níveis-

-desde a grande corrupção a

pequena corrupção do dia a

dia, do pequeno funcionário

ao balcão, no guichê é uma

luta para continuar, não vamos

desistir

dade de prestar maior atenção ao digital,

que não é só para o futuro, mas o

presente já e digital.

As economias mais dinâmicas

hoje,no mundo, são-no não apenas porque

tem quadros qualificados, mas porque

fizeram investimentos sérios nesta

área do digital. Portanto, em relação a

Angola não será diferente, nós estamos

atentos a necessidade de fazer muito

mais neste domínio do digital do que

já foi feito até aqui.

CL - Relativamente a actual pandemia

da Covid, qual entende, Senhor

Presidente, que esteja a ser a

lição que fica para a África?

PJL - Como sabe, África talvez seja

o continente em relação ao qual havia

maior pessimismo sobre as consequências

da COVID-19. Felizmente, esse

prognóstico muito pessimista, negativista,

em relação a capacidade de África

para enfrentar a pandemia acabou por

não se concretizar, ou seja, os níveis de

contaminação existentes não são tão

grandes assim.

África aprendeu a lição de que

precisa de investir mais na saúde, em

unidades hospitalares, formar mais

quadros do sector da saúde -médicos,

enfermeiros, pessoal técnico,...-investir

em laboratórios de análises porque, afinal

de contas, endemias e pandemias

no nosso continente não é apenas a

Covid 19 (a Covid é algo que teve uma

dimensão planetária universal, mas

nós temos tido aqui endemias que se

circunscrevem apenas ao nosso continente.

Estou a falar do Ebola,estou a falar

do marburg,que ceifam muitas vidas

no nosso continente.Nos, africanos,

estamos unidos nesta luta contra a CO-

VID-19, mas temos plena consciência de

que devemos nos preparar melhor para

as endemias e pandemias que naturalmente

virão daqui a alguns anos.Isto é

uma questão cíclica.

O mundo sabe que a COVID-19 não é

uma novidade. E mais uma entre as pandemias

que o planeta conheceu ao longo

dos séculos. Portanto, África tem de investir

para estar melhor preparada.

16 Figuras&Negócios - Nº 205 - OUTUBRO 2020

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