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PAGINAÇÃO 205

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DOSSIER

EMPRESÁRIO EUROPEU DENÚNCIA

SUBORNO DE

FUNCIONÁRIOS

DA SONANGOL

Condenado, em Agosto, a

uma pena de 24 meses de

prisão pela justiça suíça,

ensino revelou meandros

dos acordos em Angola

para conseguir contratos.

O

empresário francês

Didier Henri Keller

confessou, em julgamento,

na Suíça, o suborno

a vários gestores

da Sonangol, entre

quais os antigos administradores Sianga

Abílio e Baptista Sumbe, num total

de 6,8 milhões, entre 2005 e 2006, para

conseguir vários contratos no País

Keller foi director-geral da SBM

Offshore, empresa de origem holandesa

que, em Angola, entre outros negócios,

detém 30% da Paenal (Porto

Amboim Estaleiros Navais Lda). Foi

condenado em Agosto e confessou-se

culpado do crime de corrupção a gestores

estrangeiros.

Sianga Abílio, que, à data dos factos,

era diretor das operações e membro

do conselho de administração da

Sonangol, era considerado “influente”

na petrolífera. De acordo com as revelações

do francês, Sianga Abílio, em

2005, popular 400 mil dólares, pago

em quatro prestações de 100 mil dólares,

cada uma, em diferentes contas

bancárias, entre as quais duas na Suíça.

Em causa, estava um contrato entre

a petrolífera BP e a SBM Offshore para

a construção de um sistema de exportação

de águas profundas.

Nos seus depoimentos Keller

enunciau Sianga Abílio com “poder de

impedir a celebração e execução do

contrato relativo”. Detentor de uma

maior visibilidade devido aos cargos

que exerceu, Sianga Abílio, entretanto,

não foi quem conferiu o maior valor

dos 6,8 milhões de dólares. Esta coube

a Baptista Sumbe, então PCA e CEO da

Sonangol USA. Recebeu pouco mais de

42 Figuras&Negócios - Nº 205 - OUTUBRO 2020

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