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PAGINAÇÃO 205

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RECADO

SOCIAL

Carlos Miranda

carlosimparcial@gmail.com.

COLAPSO GLOBAL E ANGÚSTIA GENERALIZADA

Não se sabe ao certo quando e como este

mundo poderá sair desta dramática

situação resultante da brutal existência

de um novo coronavírus, cuja capacidade

destruidora d’almas e das economias nacionais é,

definitivamente, tão ou mais forte que todas as guerras

comerciais registadas um pouco por todo o lado

entre estados, empresas e marcas, multinacionais e/

ou impérios industriais mundiais.

O SARS-COV 2 chegou à China nos finais do ano

passado, mas acabou por queimar, sucessivamente,

todas as linhas fronteiriças possíveis e imaginárias;

fintou as projecções científicas dos mais renomados

académicos, colocou as políticas dos principais

líderes mundiais completamente comprometidas e,

mais cedo do que tarde, chegará a altura em que as

agendas eleitorais da maior parte destes estadistas

não irão resistir diante deste ataque avassalador

de uma pandemia que já matou ou deixou marcas

terríveis em biliões de seres humanos.

Desde os fracos aos mais fortes, todos os

estados, sem excepção, estão a chegar ao ponto de

declarar falência dos seus sistemas de saúde, sejam

eles sustentados por políticas de esquerda ou de

direita. Todos estão a falhar ou simplesmente deixaram

de existir. Outros, que até serviram como arma

principal para a conquista ou preservação do poder

estão absolutamente mais fragilizados e prestes a

“dar o berro”.

Assim, o mundo avança quase às cegas para

defender-se de um “inimigo invisível e letal”; mas,

provavelmente, este “inimigo”, pela primeira vez,

terá sido capaz de reunir um universo de cientistas

de todas as geografias com o objectivo único de

descobrir, em tempo recorde, uma vacina. Contra

o novo coronavírus, está a ser possível existir uma

competição, cuja finalidade é a mesma: travar imediatamente

e a todo custo a pandemia, imunizar

centenas de milhões de pessoas e restabelecer a

vida normal no planeta Terra.

De uma maneira ou doutra, as sociedade humanas

continuam literalmente resignadas quanto

aos novos ataques da pandemia; estão também

expectantes, dependentes da evolução ou não das

estatísticas que ensombraram estes últimos meses

do ano. As cifras reveladas são, de todo, catastróficas

para as economias dos estados. Economias

e empresas que todos os dias fecham as portas e

colocam barreiras à entrada de novos empregados;

constatam que os governos estão cada vez

mais virados a imprimir medidas de contenção

da propagação do vírus, apertando nas regras de

restrição da circulação de pessoas e do comércio;

logo, na maior parte dos casos, elas sentem-se

abandonadas, ameaçadas, atiradas para segundo

plano. Então caem; fazem-se despedimentos em

massa; fecham-se as comportas de entrada do ar

para o desenvolvimento industrial, agro-pecuário e

pesqueiro, desportivo, cultural e até religioso.

Em vários estados considerados “civilizados e

democráticos q.b”, baixa-se os cassetetes e atiram-

-se bombas; prende-se milhares de manifestantes;

atiram para os esgotos da história as leis que há

centenas de anos tornaram mais humanas as

sociedades livres. Este é um dos resultados mais

duros da Covid 19: atacou a alma da democracia,

a liberdade dos homens, o direito de se respirar à

vontade! Enfim, não raras vezes, a imprensa internacional

noticia que, mesmo nos Estados Unidos

da América ou na Europa, já existem cenários

em que as autoridades queimam literalmente as

páginas mais nobres das respectivas leis constitucionais

ou legitimam acções de violência e corte

de direitos por forma a que não se veja o poder na

rua, estabelecido através de convulsões sociais,

manifestações desordenadas e o caos generalizado.

Isto é um retrocesso forçado por um “vírus

invisível”! Nota-se que o poder, hoje mais do que

nunca, foi entregue às autoridades policiais ou militares.

Entram em cena como se estivessem numa

guerra autêntica, onde a força impera e os direitos

à liberdade são bastas vezes espezinhados. Por seu

turno, os combatentes pelas causas mais nobres

vergam-se aos novos tempos. O seu sentimento de

revolta é razoavelmente entendível, mas sabem

que algumas restrições são impostas para defender

o bem VIDA, e, contra este facto, os defensores dos

direitos humanos, as organizações cívicas ou os

activistas sociais, poucos argumentos apresentam

para se saírem vitoriosos.

Figuras&Negócios - Nº 205 - OUTUBRO 2020 81

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