27.11.2020 Views

PAGINAÇÃO 205

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

DOSSIER

bens activos que usaram a PGR que,

entretanto, aplaudiu o gesto mas disse

que não obsta o crime que estarão julgados

pelo tribunal.

Para já, os dois generais, como medida

de coação, estão interditados de

sair de Luanda.

De recordar que a PGR apreendeu

em Luanda duas torres, com cerca de

25 andares, propriedades da empresa

chinesa, de direito angolano, China

International Fund (CIF). Os edifícios

denominados CIF Luanda One e CIF

Luanda Two, foram confiscados no

âmbito da Lei sobre o Repatriamento

Coersivo e Perda Alargada de Bens e

da Lei Reguladora das Revistas, Buscas

e Apreensões. Igualmente, mais

de mil imóveis no Zango 0 e Kilamba,

construídos com fundos públicos e que

estavam na posse de entidades particulares,

também foram apreendidos.Um

comunicado da PGR publicado na ocasião

indicou que foram apreendidos24

edifícios, duas creches, dois clubes

náuticos, três estaleiros de obra e respetivos

terrenos adjacentes,numa área

total de 114 hectares localizados na

urbanização Vida Pacífica, no distrito

urbano do Zango, município de Viana ,

na província de Luanda e 1108 imóveis

inacabados, 31 bases de construção de

edifícios,194 bases para construção

de vivendas, um estaleiro e respetivos

terrenos adjacentes numa área total de

266 hectares localizados no distrito urbano

do Kilamba, município de Belas,

na província de Luanda.

A China International Fund é propriedade

quase que total da Dayuan

International Development, parte do

chamado 88 Quenssway Group, sendo

88 Queensway a morada onde estão sediadas

as diversas empresas do grupo.

As autoridades judiciais recusaram

um pedido de libertação imediata

(Habeas Corpus) do empresário Carlos

São Vicente. Um acórdão do Tribunal

Supremo, datado de 7 de Outubro, negou

provimento ao pedido de Habeas

Corpus por “falta de fundamentos, pelo

que o empresário continuará em prisão

preventiva.

O pedido de Habeas Corpus, para

a libertação de Carlos São Vicente foi

entregue a 28 de Setembro e, a 7 de Outubro,

a defesa do empresário apresentou

ainda um requerimento, dirigido

ao Juiz Presidente do Tribunal Supremo,

a pedir a junção ao processo de

um relatório da Direcção Nacional de

Investigação e Accao Penal da PGR.

O relatório, concluído a 7 de Agosto,

foi o documento que serviu de base a

resposta da Procuradoria-Geral da República

a uma carta rogatória das autoridades

suíças, e que concluía que, até

a data, em Angola não existiam “indícios

da prática de crimes de corrupção,

branqueamento de capitais, participação

econômica em negócios e qualquer

outros crimes em conexão com factos

constantes da carta rogatória(...) pelo

inquirido, Carlos Manuel São Vicente”.

Em causa,para a defesa de Carlos

São Vicente, estava uma contradição

entre a ordem de prisão preventiva do

empresário, decretada em Setembro,

com a resposta da PGR a uma carta rogatória

Suíça em Agosto, que dizia não

constar indícios de crime por parte do

empresário, que é agora suspeito de

ter desviado dinheiro da petrolífera

para a companhia AAA, que está também

a ser investigado na Suíça por peculato

e branqueamento de capitais.

O Serviço Nacional de Recuperação

de Ativos da PGR emitiu um comunicado

a anunciar a apreensão dos edifícios

AAA, dos hotéis IU e IKA, localizados

em todo território nacional e o edifício

IRCA,na Rua Amílcar Cabral, em Luanda.

Depois dos edifícios, o Serviço Nacional

de Recuperação de Activos da

PGR anunciou a apreensão da participação

social minoritária de 49% da

AAA Activos no standard Bank Angola,

onde o empresário é (ra)administrador

não-executivo ,tendo o mesmo solicitado

suspensão das funções enquanto

durar o processo.

A PGR pediu também o congelamento

de contas e apreensão de bens

de Irene Neto, mulher do empresário.

O AAA, liderado por Carlos São Vicente

,é um dos maiores grupos empresariais

angolanos, operando na área de

seguros e da hotelaria.

De recordar que o despacho que

ordena prisão refere que Carlos São

Vicente lesou a Sonangol em 763,6 milhões

de dólares.

Figuras&Negócios - Nº 205 - OUTUBRO 2020 41

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!