PAGINAÇÃO 205
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DOSSIER
JUSTIÇA NEGA
LIBERTAÇÃO
DE SÃO VICENTE
A
prisão recente do em
presário Carlos São Vicente,
sob acusação de
peculato e lavagem de
capitais, e a decisão da
Procuradoria Geral da
Republica (PGR)de Angola de constituir
arguidos os generais Dino e Kopelipa,
no caso que envolve a construção de
imóveis por uma companhia chinesa,
tem merecido as mais diversas reações
no País.
De facto, a Justiça e a luta do Presidente
João Lourenço contra a corrupção
no “olho do furacão”. Analistas
defendem,no entanto, que a inocência
ou a culpa das figuras suspeitas de uso
indevido dos fundos públicos terá de
ser provada em tribunal e não por via
da imprensa, como foi o caso de Irene
Neto, esposa de Carlos São Vicente e filha
do primeiro Presidente da República,
Agostinho NetoEm carta distribuída
à imprensa recentemente ,Irene Neto
acusou as autoridades políticas e judiciais
de estarem a ‘alimentar” um circo
mediatico que representam o julgamento
e a condenação na praça pública
do marido. Carlos São Vicente está
detido preventivamente por suspeita
de crimes de peculato e lavagem de capitais,
acusação que Irene Neto nega.
Um observador do caso, discorda
de Irene e argumenta que a prisão
de São Vicente e outros, mormente de
gestores públicos, reside no facto de todos
actos lesivos ao Estado terem sido
praticados com base num pressuposto
legal criado pelo próprio governo, que
visava a acumulação primitiva de capitais.
Dentre outros, está o caso dos dois
generais Dino e Kopelipa respectivamente,
que foram ouvidos pela Direccao
Nacional de Investigação e Accao
Penal (DNIAP) da Procuradoria Geral
da República (PGR), por haver fortes
indícios de terem beneficiado dos negócios
que o Estado fez com a empresa
China International Found(CIF).
Inclusivamente, os dois generais
comprometeram-se colaborar com as
autoridades judiciais e entregaram
imóveis, fábricas, supermercados e
40 Figuras&Negócios - Nº 205 - OUTUBRO 2020