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PAGINAÇÃO 205

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82

Publicação da Revista Figuras&Negócios

BALAIO•COMER BALAIO•ACTUAL& BEBER

XAVIER DE FIGUEIREDO LANÇA NOVO LIVRO

A VIDA INVULGAR

DO “PRÍNCIPE DO CONGO”

O

“Príncipe do Congo” é uma

obra do género narrativa

histórica, inteiramente baseada

na pesquisa. O título está inspirado na

figura de Nicolau de Água Rosada,

um dos filhos de Henrique II, rei do

Congo no período 1842/1857. A vida

A gravura da

capa é um retrato

seguramente fiel

do Príncipe do

Congo, personagem

do livro. É da

autoria do pintor

italiano radicado

em Lisboa,

Pedro Augusto

Guglielmi. Data

de 1845, ano da

chegada a Lisboa

de D. Nicolau.

absolutamente invulgar de D. Nicolau,

contada no livro, começou quando

seu pai o escolheu para em 1845 se

deslocar a Lisboa, por onde estanciou

durante mais de um ano, numa missão

com vários propósitos – um deles

relacionado com a questão do tráfico

de escravos. O estatuto social a que a

viagem ao “Puto” e a sua subsequente

radicação em Luanda, onde se ilustrou,

lhe deram acesso, viria a não ser

estranho à sua trágica morte, em 1860.

A turbamulta às mãos da qual sucumbiu

fê-lo com isso “pagar” por alegadas

cedências de seu pai a Portugal, de

que o consideravam cúmplice.

A amarga ironia da vingança é

que no momento em que ela ocorreu

andava foragido das autoridades

portuguesas, contra as quais se havia

publicamente rebelado, movido pela

rejeição que lhe mereceram coisas

para as quais olhara como planos de

avassalamento do Reino do Congo

impostos por Portugal a D. Pedro VI,

fraco sucessor de seu pai, ao qual

dava o tratamento de primo-irmão.

O Reino do Congo ainda é um

Estado praticamente autónomo. Os

últimos 15 anos da vida de D. Nicolau

coincidiram temporalmente com uma

época de grandes mudanças em

Angola, de que viria a ser testemunha.

O fim da era do tráfico de

escravos, lento e difícil, foi a mais

importante dessas mudanças. Até por

ter desencadeado muitas outras, em

cascata. Ao “nefando comércio ilícito”,

como uma nova moral, mais puritana,

passara a ver o tráfico negreiro, viria a

suceder uma nova economia, baseada

em novas actividades: a agricultura,

as minas, as pescas e a indústria. A

transição de uma realidade para a

outra, fértil em acontecimentos pouco

conhecidos, está contemplada no livro.

A autoria do prefácio é do Almirante

Silva Ribeiro.

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82 Figuras&Negócios - Nº 205 - OUTUBRO 2020

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