PAGINAÇÃO 205
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DOSSIER
CARREGAMENTO DE
PETRÓLEO PARA SAM PÁ PODEM
COMPROMETER MANUEL VICENTE
Dois mil milhões e trezentos mil dólares e o montante
apurado pelos serviços de investigação da PGR de um
pagamento feito pela Sonangol a favor do empresário sinobritanico
Sam Pam, o principal rosto do CIF, China Internacional
Fund, detido em Pequim pelas autoridades de
segurança da China por alegados envolvimentos em escândalos
de corrupção em Angola e na Venezuela em 2013.
Esta operação, segundo
notícia o semanário português
Expresso,terá sido
sustentada com carregamento
de petróleo,o principal
suporte das relações
que,de forma nebulosa,envolveram a
Sonangol e a Sinopec, petrolífera chinesa
trazida para Angola por Sam Pá e
parceira da empresa então liderada por
Manuel Vicente na exploração do bloco
18.
As provas da transferência foram
exibidas no pretérito dia 16 aos generais
Helder Viera Dias “Kopelipa “,
antigo chefe da Casa Militar de José
Eduardo dos Santos e Leopoldina do
Nascimento “Dino”, antigo chefe das
comunicações da presidência, pelos
investigadores da Direcção Nacional de
Investigação e Accao Penal(DNIAP) no
âmbito de um alegado crime de corrupção,
peculato, branqueamento de capitais,
burla e falsificação que os generais
são acusados.
Na apresentação de provas,o general
Dino acompanhado do seu advogado,
Sérgio Raimundo, terá reagido com
perplexidade, alegando estar completamente
alheio a operação, visto não
ter pertencido aos quadros da Sonangol.
A descoberta desta operação está
agora a dar consistência as suspeitas
levantadas pelas autoridades judiciais
angolanas sobre a utilização indevida
de recursos da Sonangol para pagamento
de serviços que na perspectiva
dos investigadores da DNIAP se afigura
fraudulenta e altamente dos interesses
do Estado.
‘Não no Banco Nacional de Angola
nenhuma prova de entrada de fundos.
As mercadorias entraram pela porta de
cavalo, não pagaram os direitos alfandegários
e andaram a construir, a seu
bel-prazer, sem nunca se terem habilitado
ao direito de superfície, como se
fosse a casa de mãe Joana”. desabafou
ao Expresso uma fonte familiar da PGR.
Consumada a transferência ,as investigações
perseguem agora o rasto
da operação, visando apurar os eventuais
beneficiários em Angola. ”Há sus-
38 Figuras&Negócios - Nº 205 - OUTUBRO 2020