27.11.2020 Views

PAGINAÇÃO 205

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

CULTURA

ral, face ao actual cenário?

AM- "Primeiro é o pão, para se

comer ". Depois é a arte. Foi o Bonga

que cantou esse pensamento. Os mais

velhos disseram, na sua ancestral sabedoria:

Um saco vazio não fica de pé.

O nosso saudoso primeiro presidente

Agostinho Neto poetizou e ensinou,

dentre outras coisas, que devemos

criar, criar amor com os olhos secos.

Devemos ter esperança e trabalhar

no futuro sem perder o norte, o prumo,

a orientação de onde nos vem a

sapiência, para melhorarmos e apoiamos

o desempenho e a argúcia da

nossa juventude nas artes. Os jovens

artistas precisam de ser apoiados. Mas

apoiados mesmo!...Não explorados, por

aqueles que encontram no seu labor

inicial, escassez de materiais e oporhavia

bonança? o que vamos fazer agora?

Interrogo-me eu próprio. Temos que

estar atentos ao que se passa com cada

um dos nossos colegas da arte e saber

do grau de ajuda que cada um de nós

pode precisar

F&N: Os criadores angolanos

estão em condições de aguentar os

efeitos provocados pela pandemia da

Covid-19?

AM- Temos que compreender que

se há crise económica nacional e internacional

e penúria financeira, para todos,

sem distinção, teremos que encontrar

soluções rápidas. Com o petróleo

existia a bonança, que hoje quase nos

tira a esperança.

Vivemos uma incomensurável penúria

financeira agravada com o deságio,

que corroeu em poucos anos as nossas

parcas poupanças.

E agora instalou-se a pandemia que

nos amedronta e nos impede de trabalhar

e produzir lives e alegres, estudar e

viajar, ir ao cinema, ao teatro, ao futebol,

aos espectáculos musicais e de danças,

enfim, as exposições de arte e de pintura.

Tudo se agravou. Essa é uma das

consequências da nossa própria visão.

Ou da nossa capacidade de prover e prever,

o que seria o nosso futuro. Ao longo

dos anos vivemos alegremente embalados

no baloiço confortável do petróleo.

Agora temos que aprender com os nossos

próprios erros e encontrar novas

fórmulas e formas de produzir alimentos

e riqueza. E sobreviver.

F&N: Que futuro perspectiva para

a cultura angolana, de uma forma ge-

Figuras&Negócios - Nº 205 - OUTUBRO 2020 47

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!