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PAGINAÇÃO 205

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ÁFRICA

Texto Alírio Dias de Pina / Fotos DR

CABO VERDE

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS

COM RESTRIÇÕES

Pelo menos quatro partidos

políticos e onze grupos de independentes

concorrem às

eleições autárquicas de 25 de Outubro

em Cabo Verde. Apresentadas

que estão as candidaturas juntos dos

tribunais da Comarca em todo o país,

as formações concorrentes ultimam

agora os preparativos da campanha

eleitoral, que arranca, no dia 8, sem

o tradicional comício de massas e

contatos porta-a-porta com abraços

e apertos de mãos, isto devido às restrições

impostas pelas autoridades

sanitárias por causa da pandemia de

covid-19 que já causou cerca de 50

vítimas mortais no arquipélago.

Em disputas vão estão os órgãos

autárquicos dos 22 municípios cabo-

-verdianos, em que se prevê a luta

renhida sobretudo entre os dois

partidos do arco do poder (MpD,

no governo; PAICV, Oposição). Estes

concorrem em todos os concelhos

com candidatos próprios.

A fazer fé na afirmação do líder

do MpD, este partido no poder pretende

manter as atuais 18 câmaras

ou conquistar todas as 22 autarquias.

Uma possibilidade que parece

ser, segundo alguns analistas, pouco

provável. Isto diante dos desgastes

que o Movimento para Democracia

vem sofrendo face ao não cumprimento

das várias promessas feitas

aos eleitores nas eleições legislativas

e municipais de 2016. O partido liderado

pelo actual Primeiro-ministro

está, conforme observadores atentos,

na iminência de perder ou ficar

em maioria relativa em alguns municípios

importantes, como os das

cidades de São Filipe e do Mindelo.

Já o PAICV, cuja líder Janira Hopffer

Almada mantém um optimismo reservado,

almeja conservar as duas

câmaras que gere neste momento

(Santa Cruz em Santiago e Mosteiros

na ilha do Fogo) e recuperar entre

quatro e seis câmaras. Segundo previsões

de alguns dirigentes, as de São

Filipe, Brava, São Lourenço dos Órgãos,

Paul e Ribeira Grande de Santiago

(Cidade Velha) são as que estão

mais ao alcance do maior partido da

oposição – há várias outras que pode

disputar.

A nível da sociedade civil, o destaque

vai para pelo menos onze grupos

de cidadãos independentes que

anunciam concorrer a essas eleições

autárquicas: 4 em Santiago (Praia,

Assomada, Tarrafal, São Domingos),

dois em São Filipe do Fogo, um em

São Vicente, um no Sal, um na Tarrafal

de São Nicolau e um outro na

Ribeira Grande de Santo Antão.

Face às restrições impostas pelas

autoridades sanitárias devido à pandemia

de covid-19, a campanha eleitoral

deve arrancar no dia 8 e vai decorrer

sem os tradicionais comícios

de massas e contatos porta-a-porta

com apertos de mãos e abraços a

pessoas.

AComissão Nacional de Eleições

(CNE), citada pela Lusa, garante aos

eleitores “que tudo está ser feito e

preparado para que possam exercer

o seu direito de voto de forma segura

e com respeito por todas as normas

sanitárias em vigor”, mas admitindo

que estas eleições “são especiais”.

“Vão acontecer no contexto da

covid-19, o que desafia a Administração

Eleitoral a adequar alguns procedimentos

que integram o processo

eleitoral, tendo em vista garantir o

cumprimento das regras sanitárias

vigentes, a qualquer momento, designadamente

o respeito do distanciamento

físico, da higiene das mãos,

da etiqueta respiratória, do uso de

máscaras”, lê-se no comunicado.

A pensar nisso, a CNE de Cabo

Verde anunciou que vai iniciar este

mês a formação dos membros das

mesas eleitorais para estas autárquicas

de 25 de outubro, processo que

vai abranger cerca de 7.000 pessoas.

Figuras&Negócios - Nº 205 - OUTUBRO 2020 71

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