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Revista dos Pneus 63

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Reportagem Gestão<br />

Preparar a empresa para o futuro<br />

Os proprietários que não se encontrem em posição de<br />

investir fortemente nos principais recursos da empresa, nos<br />

seus funcionários e no equipamento, vão ser radicalmente<br />

ultrapassa<strong>dos</strong> e qualquer tipo de recuperação será<br />

praticamente impossível<br />

margem de manobra para cobrar um preço<br />

justo o suficiente para que possa reinvestir<br />

no negócio. Um técnico novo pode ser muito<br />

dispendioso mas se tiver empatia com os<br />

clientes vale cada cêntimo.<br />

Em caso de dúvida relativamente à sua<br />

empresa, comece por analisar a experiência<br />

de cliente. O aspeto exterior, a sala de<br />

exposição, a primeira conversa com um<br />

funcionário. A imagem que os funcionários<br />

transmitem aos clientes, a forma como os<br />

funcionários conduzem os veículos. Cada<br />

uma destas situações é um potencial ponto<br />

de pressão para o cliente, proporcionando-<br />

-lhe uma desculpa para questionar se o<br />

preço será demasiado elevado ou se será<br />

altura de escolher outro local. No mundo<br />

atual, o preço base para serviços automóveis<br />

e relaciona<strong>dos</strong> com pneus é elevado.<br />

GERIR FUNCIONÁRIOS PODE SER<br />

UMA PARTE COMPLICADA DO NEGÓCIO<br />

Um escorpião pede a um sapo que o ajude<br />

a atravessar um rio. O sapo hesita, com receio<br />

de ser picado, mas o escorpião argumenta<br />

que se o fizesse, ambos morreriam<br />

afoga<strong>dos</strong>. Tendo isto em consideração, o<br />

sapo concorda, mas a meio da travessia o<br />

escorpião pica efetivamente o sapo, condenando<br />

ambos. Quando o sapo pergunta<br />

ao escorpião porquê, o escorpião responde<br />

“estava na minha natureza fazê-lo.” Esta perspetiva<br />

retratada pela fábula, de que não é<br />

possível mudar certas naturezas ainda é<br />

comum na generalidade das pessoas. A<br />

mensagem é que o escorpião é fundamentalmente<br />

violento e não vai mudar. Está na<br />

sua natureza. É o seu comportamento. No<br />

que toca a funcionários, o seu comportamento<br />

é construído ao longo do tempo, é<br />

um processo subconsciente e repetido que<br />

dá origem a uma rotina. Com o passar do<br />

tempo, torna-se extraordinariamente difícil<br />

eliminar essa rotina e começar de novo.<br />

Não é impossível, mas é altamente improvável.<br />

Por vezes, poderá ocorrer um período<br />

de “lua de mel” no qual é encontrado um<br />

breve intervalo de paz, mas eventualmente<br />

na maioria das circunstâncias sem fatores<br />

motivacionais relevantes, o escorpião volta a<br />

picar. Este é um mau funcionário? Bem, esta<br />

é a pergunta errada. Envolve preconceito e<br />

não nos ajuda a encontrar a melhor solução<br />

para o funcionário e para a empresa. Temos<br />

de nos afastar e observar o panorama geral.<br />

Quando entrevista num novo funcionário<br />

para entrar na empresa e coloca perguntas<br />

apenas relacionadas com a montagem e<br />

reparação de pneus, para conhecer as suas<br />

competências técnicas, erra ao não explorar<br />

os hábitos, os comportamentos e a atitude<br />

do funcionário nos locais de trabalho anteriores.<br />

O novo funcionário revela competências<br />

adequadas para fazer o trabalho e é<br />

contratado, portanto tem valor (não queremos<br />

despedir a pessoa), mas a sua atitude e<br />

sistema de convicções sobre o trabalho não<br />

estão alinha<strong>dos</strong> com os da empresa (queremos<br />

despedir a pessoa). Diariamente, à<br />

medida que tentamos melhorar a empresa,<br />

deparamos com os maus comportamentos<br />

do funcionário, e isso está a deixá-lo<br />

desesperado. A empresa está agora numa<br />

posição muito difícil. Não é fácil encontrar<br />

talento, e se for despedido o funcionário vai<br />

deixar um vazio, e ficará trabalho por fazer<br />

o que resultará em perdas financeiras. Se o<br />

funcionário ficar acabará por infetar bons<br />

funcionários com maus hábitos e convicções,<br />

levando outros bons funcionários à<br />

demissão para procurarem melhores ambientes<br />

de trabalho. Os bons funcionários<br />

vão sempre demitir-se e procurar melhor,<br />

os maus ficam sempre, receando a perda<br />

de salário. Obviamente isto resulta também<br />

em perdas financeiras, mas no futuro, pelo<br />

que a empresa vai adiando o problema para<br />

mais tarde para não lidar com ele agora.<br />

Que ações devem ser tomadas se acreditarmos<br />

que vale a pena investir o tempo, o<br />

esforço e a energia necessários para salvar o<br />

mau funcionário? Geralmente, a equação de<br />

valor conclui que se tratou de uma má contratação<br />

e que a separação é a melhor decisão<br />

financeira tanto para o funcionário como para<br />

o empregador. O empregador deve procurar<br />

melhorar o processo de entrevista, que deve<br />

ser baseada na análise do comportamento<br />

e o funcionário deve refletir sobre como os<br />

seus hábitos e atitudes o estão a prejudicar<br />

financeiramente. Na maioria <strong>dos</strong> casos, sempre<br />

que um proprietário finalmente ganhou<br />

coragem para expulsar um mau funcionário,<br />

diz, “Já o devia ter feito há muito tempo.” E<br />

to<strong>dos</strong> os funcionários concordam. u<br />

74 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Junho 2021

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