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O mesmo se aplica às ações. Frequentemente, meu corretor liga e sugere que eu aplique
uma considerável quantia em ações de alguma empresa que, segundo ele, está a ponto de
fazer alguma coisa que aumentará o valor delas, como lançar um produto novo. Então,
durante uma semana ou um mês, aplico meu dinheiro nessas ações, enquanto seus preços
sobem. Depois, tiro aquela soma inicial e paro de me preocupar com as flutuações do
mercado, porque tenho de volta meu dinheiro inicial e agora sou dono de um ativo que,
tecnicamente, me saiu de graça.
Sem dúvida, em muitas ocasiões perdi dinheiro. Mas somente jogo com dinheiro que
posso perder. Diria que na média de dez investimentos faço uns dois ou três gols de placa,
cinco ou seis não são lá essas coisas e perco em dois ou três. Mas limito minhas perdas ao
dinheiro que apliquei neles naquele momento.
As pessoas que odeiam o risco põem seu dinheiro no banco. E, a longo prazo, qualquer
poupança é melhor do que nenhuma poupança. Mas leva muito tempo para você recuperar
seu dinheiro e, em muitos casos, você não leva nada de graça. Eles costumavam dar
torradeiras,[28] mas atualmente isso está ficando mais caro.
Em todos os meus investimentos precisa haver algo mais, algo de graça. Um imóvel, um
lote de terreno, uma casa, ações, escritórios. E o risco deve ser limitado ou deve ser uma ideia
de baixo risco. Há livros inteiros que tratam deste assunto de modo que não me estenderei
aqui. Ray Kroc, do McDonald’s, vendia franquias de hambúrgueres não porque gostasse do
sanduíche, mas porque queria os terrenos das franquias de graça.
Investidores sábios devem dar mais atenção ao retorno sobre o investimento: são os ativos
que você obtém de graça depois que você recebe seu dinheiro de volta. Isso é inteligência
financeira.
8. ATIVOS COMPRAM SUPÉRFLUOS. O poder do foco. O filho de um amigo estava
desenvolvendo um hábito desagradável de gastar demais. Aos 16 anos naturalmente
desejava ter seu carro. A desculpa: os pais de todos os seus amigos tinham comprado
um carro para o filho. O garoto queria pegar suas poupanças e dar a entrada para o
carro. Foi aí que o pai me procurou.
— Você acha que devo fazer o que ele quer ou deveria fazer como os outros pais e dar
um carro para ele?
Minha resposta:
— A curto prazo pode ser bom, mas o que você lhe terá ensinado a longo prazo? Você não
pode usar seu desejo de ter um carro e incentivar seu filho a aprender alguma coisa?
De repente se acendeu uma luz e ele foi correndo para casa. Dois meses depois voltei a
encontrar meu amigo.
— Seu filho já está com o carro? — perguntei.
— Não. Mas lhe dei US$3 mil para comprar o carro. Falei para ele usar meu dinheiro em
lugar do seu dinheiro, reservado para a universidade.
— Você foi bastante generoso — respondi.
— Nem tanto. O dinheiro veio acompanhado de uma condição. Segui sua orientação para
usar seu desejo por um carro como incentivo para que aprendesse alguma coisa.
— E qual foi a condição? — perguntei.
— Bom, primeiro voltamos a jogar seu CASHFLOW. Jogamos e tivemos uma longa
discussão sobre o uso sábio do dinheiro. Fiz para ele uma assinatura do Wall Street JournaI e
comprei alguns livros sobre mercado de ações.
— E daí? — indaguei. — O que fez?
— Falei que os US$3 mil eram dele, mas que ele não poderia comprar o carro direto. Ele