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Pai Rico, Pai Pobre - Robert T. Kiyosaki (2)

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poderiam voltar a me chamar de pobre. Mas consegui me manter em silêncio.

Quem sabe tivesse torrado os miolos e queimado um fusível. Mas no fundo do coração eu

queria loucamente esses 2 dólares a hora.

O sorvete estava se derretendo e escorregando pela minha mão. As formigas se

deliciavam com a pasta melada de baunilha e chocolate. Pai rico olhava para dois garotos que

o olhavam de volta embasbacados. Ele sabia que estava nos testando e ele sabia que parte de

nossas emoções queria topar a parada. Sabia que todo ser humano tem uma parte fraca e

necessitada de suas almas que pode ser comprada. E sabia que todo ser humano também

tinha uma parte da alma que era forte e que jamais se deixaria comprar. A questão era saber

qual prevaleceria. Ele tinha testado milhares de almas ao longo de sua vida. Ele testava almas

toda vez que entrevistava um candidato a emprego.

— OK, 5 dólares a hora.

De repente fez-se um silêncio dentro de mim. Alguma coisa tinha mudado. A oferta era

grande demais e se tornara ridícula. Nem muitos adultos ganhavam 5 dólares por hora em

1956. A tentação se esvaiu e a calma se instalou. Lentamente me virei para a esquerda para

olhar Mike. Ele devolveu meu olhar. A parte de minha alma que era fraca e necessitada

estava silenciada. A parte que não se vendia estava à frente. Então uma calma e uma certeza

sobre o dinheiro invadiram meu cérebro e minha alma. Sabia que Mike também chegara a

esse ponto.

— Muito bem — disse pai rico suavemente. — A maioria das pessoas tem um preço. E

tem um preço por causa de duas emoções humanas, o medo e a ambição. Primeiro, o medo

de não ter dinheiro as leva a trabalhar arduamente e, quando recebem o contracheque, a

ambição ou o desejo as leva a pensar nas coisas maravilhosas que podem ser compradas.

Então se define o padrão.

— Que padrão? — perguntei.

— Acordar, ir para o trabalho, pagar contas, acordar, ir para o trabalho, pagar contas...

Suas vidas então são conduzidas sempre por duas emoções: medo e ambição. Ofereça-lhes

mais dinheiro e elas continuarão o ciclo, aumentando também as despesas. É isso que chamo

de “Corrida dos Ratos”.

— E há outro jeito? — perguntou Mike.

— Sim — disse pai rico. — Mas poucas pessoas o descobrem.

— E qual é esse jeito? — perguntou Mike.

— É o que espero que vocês descubram enquanto trabalham e estudam comigo. É por isso

que acabei com todas as formas de pagamento.

— Alguma dica? — perguntou Mike. — Estamos um pouco cansados de trabalhar muito,

especialmente sem receber.

— Bem, o primeiro passo é falar a verdade — disse pai rico.

— Nós não mentimos — falei.

— Não disse que estavam mentindo. Disse para falar a verdade — retrucou pai rico.

— A verdade sobre o quê? — perguntei.

— Sobre como estão se sentindo — respondeu pai rico. — Vocês não precisam falar para

mais ninguém. Só para vocês mesmos.

— O senhor está dizendo que as pessoas que estão no parque, as pessoas que trabalham

para o senhor, a senhora Martin não fazem isso? — perguntei.

— Duvido — disse pai rico. — Elas têm medo de ficar sem dinheiro. Em lugar de

enfrentar o medo, elas reagem em vez de pensar. Elas reagem emocionalmente em lugar de

usar suas cabeças — disse pai rico batendo nas nossas cabeças. — Então, elas se veem com

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