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frequência, em vez de confiar em sua sabedoria íntima, a maioria das pessoas acompanha a
multidão. Fazem apenas o que todo mundo faz.
Conformam-se em vez de questionar. Muitas vezes, repetem sem pensar o que lhes foi
dito. Ideias como “diversifique” ou “sua casa é um ativo”. “Sua casa é o maior investimento.”
“Você terá uma redução nos impostos endividando-se mais.” “Consiga um emprego seguro.”
“Não assuma riscos.”
Diz-se que, para muitas pessoas, o medo de falar em público é maior do que o medo da
morte. De acordo com psiquiatras, o medo de falar em público é provocado pelo medo do
ostracismo, o medo de aparecer, o medo das críticas, o medo do ridículo, o medo de se tornar
um pária. O medo de ser diferente impede que muitas pessoas busquem novas formas de
resolver seus problemas.
É por isso que meu pai instruído dizia que os japoneses davam o maior valor ao poder do
espelho, porque somente quando nós, como seres humanos, nos olhamos no espelho,
encontramos a verdade. E a principal razão pela qual as pessoas dizem “Procure segurança”
é o medo. Isso vale para tudo, esporte, relacionamento, carreira ou dinheiro.
É esse mesmo medo, o medo do ostracismo, que leva as pessoas a se conformarem e a
não questionarem opiniões aceitas ou tendências generalizadas. “Sua casa é um ativo.” “Faça
um empréstimo consolidando suas dívidas e livre-se delas.” “Trabalhe com mais afinco.” “É
uma promoção.” “Algum dia chego a vice-presidente.” “Poupe.” “Quando tiver um
aumento, vou comprar uma casa maior.” “Fundos mútuos são seguros.” “Bonecas Tickle Me
Elmo estão em falta, mas ainda tenho uma reservada para um cliente que não apareceu.”
Muitos dos grandes problemas financeiros são causados pelo desejo de se acompanhar a
maioria e não querer ficar atrás do vizinho. Ocasionalmente, todos nós precisamos nos olhar
no espelho e seguir nossa sabedoria interior e não nossos medos.
Quando Mike e eu estávamos com uns 16 anos, começamos a ter problemas na escola.
Não éramos maus garotos. Apenas começamos a nos distanciar da maioria. Trabalhávamos
para o pai do Mike depois das aulas e nos fins de semana. Muitas vezes, Mike e eu passávamos
horas depois do trabalho sentados junto do seu pai enquanto este se reunia com diretores de
banco, advogados, contadores, corretores, investidores, gerentes e empregados. Ele era um
homem que deixara a escola aos 13 anos, e agora dirigia, instruía, comandava e questionava
pessoas com alto nível de escolaridade. Elas acorriam a seu chamado e se preocupavam
quando ele não as aprovava.
Esse era um homem que não tinha acompanhado a multidão, um homem que pensava por
si próprio e detestava as palavras “Temos de fazer assim, porque todos fazem assim”. Ele
também odiava ouvir “Não é possível”. Se você quisesse levá-lo a fazer alguma coisa bastava
dizer “Acho que o senhor não consegue isso”.
Mike e eu aprendemos mais assistindo a essas reuniões do que em anos de escola,
incluindo a faculdade. O pai de Mike não tinha uma instrução formal, mas tinha
conhecimentos financeiros e, em consequência, era bem-sucedido. Ele costumava repetir
para nós: “Uma pessoa inteligente contrata pessoas mais inteligentes do que ela mesma.”
Portanto, Mike e eu tínhamos o privilégio de passar horas ouvindo e, no processo, aprendendo
com pessoas inteligentes.
Mas, por causa disso, Mike e eu não podíamos acomodar-nos ao dogma padrão que nossos
professores pregavam. E isso criava problemas. Sempre que um professor falava “Se vocês
não tirarem boas notas, vocês não se sairão bem no mundo real”, Mike e eu franzíamos as
sobrancelhas. Quando nos diziam para seguir as normas e não nos desviarmos das regras,
víamos por que esse processo de ensino desestimulava de fato a criatividade. Começamos a