Jornal das Oficinas 207

Com a nova norma Euro 7, as emissões de
partículas dos travões entram em foco pela
primeira vez. Assim, a partir de Janeiro de
2025, na melhor das hipóteses, aplicar-se-ão também
requisitos rigorosos para a emissão de partículas
dos travões e dos pneus em todos os automóveis
de passageiros. A TMD Friction está a ajudar
na preparação da nova norma e tem em desenvolvimento
uma fórmula inovadora para pastilhas e
calços de travão que produzem baixos níveis de
partículas, com o objetivo de ajudar os fabricantes
de veículos em todo o mundo a avançar para uma
mobilidade livre de poluentes e sem emissões.
Como resultado de valores-limite cada vez mais rigorosos
e de tecnologia cada vez mais sofisticada,
as motorizações dos veículos modernos tornaram-
-se mais limpas e a poluição por partículas causada
pela emissão dos gases de escape diminuiu. No entanto,
apesar deste sucesso da indústria automóvel
e do número crescente de veículos elétricos, a
poluição por partículas finas - particularmente nas
cidades - continua a ser elevada. Como consequência,
as emissões de partículas não-escape são agora
o centro das atenções. Isto porque a maioria das
partículas finas no tráfego rodoviário já não são
causadas pelos motores de combustão, mas - independentemente
da tecnologia de condução - por
abrasão nos travões e pneus.
Na travagem regenerativa, o travão é utilizado
com menos frequência e, por conseguinte, é criado
menos pó de travão. É possível que os veículos
elétricos de hoje já estejam a cumprir os futuros
valores-limite para as emissões de travões agora,
sendo inteiramente concebível que os veículos elétricos
possam continuar a utilizar as suas pastilhas
de travão atuais. Com a norma Euro 7, a batalha
contra as partículas foi alargada a estas emissões
de partículas, conhecidas por serem nocivas para a
saúde e o ambiente, a fim de se aproximar dos objetivos
da UE de mobilidade sem poluentes e sem
emissões.
Medindo o pó dos travões - mas como?
A chave para a nova norma Euro 7 é encontrar um
método que seja, por um lado, normalizado e reprodutível
e que, por outro lado, reflita a realidade
o mais de perto possível. Para desenvolver uma
abordagem adequada como base para a Euro 7 na
área das emissões de travões, foram selecionados
peritos das indústrias automóvel e fornecedoras
para formar o grupo de trabalho do Programa de
Medição de Partículas (PMP) da Comissão Económica
para a Europa das Nações Unidas (UNECE).
Desde 2016, como especialista em tecnologia de
revestimento e com a sua própria investigação,
desenvolvimento e produção, a TMD Friction tem
sido um membro ativo deste grupo de trabalho e
partilha a sua experiência no campo das emissões
de travões.
Enquanto os gases de escape combinados podem
ser registados de forma relativamente simples no
tubo de escape utilizando uma sonda, os componentes
do travão rodam sobre a roda. Isto resulta
na fuga das partículas não numa única direção,
mas sim, devido à rotação da roda e disco de travão,
em muitas direções diferentes; portanto, a
medição das emissões de pó de travão no veículo é
muito mais difícil.
Para garantir que os resultados da medição no
banco de ensaios possam ser aplicados à operação
real na estrada, foi desenvolvido com sucesso um
ciclo de testes padronizado: o ciclo de travagem
WLTP. O ciclo foi definido utilizando dados reais
do veículo e mapeia uma variedade de pontos de
operação do travão durante um período de tempo
prolongado. Isto assegura que este método de registo
da abrasão dos travões é reproduzível. Pretende-se
que as medições de emissões de travões
baseadas em bancos de ensaio sejam normalizadas
no futuro com este ciclo de travagem WLTP. Espera-se
que o regulamento técnico global oficial
seja publicado em 2023, para que um número suficiente
de dispositivos de medição especialmente
aprovados possa ser desenvolvido, acreditado e fabricado
antes da entrada em vigor do Euro 7.
Conhecimento especializado
Os engenheiros da TMD Friction não só estão a
avançar no caminho para a mobilidade com baixas
emissões, participando na conceção de métodos
apropriados para medir as emissões de partículas
de travão, como também estão a trabalhar
ativamente com os fabricantes de veículos numa
fórmula inovadora de revestimento que permite a
travagem com baixas partículas. Inevitavelmente,
a pressão do travão provocará a formação de pó
de travão preto; quando as pastilhas e o disco de
travão entram em contacto, pequenas partículas
são atiradas para o ar. Desde há muito tempo, a
TMD Friction utiliza misturas de pastilhas amigas
do ambiente para reduzir estas partículas finas.
No departamento de desenvolvimento da empresa,
onde todas as pastilhas para as marcas Textar,
Mintex, Don, Pagid, Cobreq, Nisshinbo e Bendix
são criadas tanto para o mercado de equipamento
original como para o mercado pós-venda, a proteção
da saúde e do ambiente, juntamente com a
segurança, são as principais prioridades.
A empresa produz todas as suas misturas de material
de fricção e é um dos poucos fabricantes de
pastilhas de travão autorizados a fornecer para a
produção em série. Com a sua própria divisão de
desenvolvimento e testes, a TMD Friction fornece
os conhecimentos necessários para desenvolver
uma formulação especialmente adaptada para
cada veículo e os seus requisitos que proporciona
o desempenho de travagem necessário. Para alcançar
o resultado final desejado, os engenheiros
misturam uma formulação complexa de até 43
matérias primas, utilizando apenas materiais selecionados
e de alta qualidade. Os requisitos do Euro
7 forçaram os engenheiros de desenvolvimento de
TMD Friction a enfrentar, mais uma vez, o desafio
de alcançar os melhores compromissos na seleção
dos componentes da formulação que permitem aos
veículos travar enquanto geram apenas quantidades
muito pequenas de partículas.
A interação das pastilhas de travão com o disco é
também aqui fundamental. Isto porque a erosão
do material do disco é um componente significativo
do pó dos travões, onde a quantidade de material
gasto do disco depende significativamente da
formulação selecionada das pastilhas dos travões.
Outro fator decisivo é o comportamento da temperatura
do disco de travão. Se for capaz de absorver
muito calor friccional e de o dissipar no ar ambiente,
isto pode reduzir significativamente o desgaste
e, portanto, a produção de partículas pelas pastilhas
de travão. Por esta razão, TMD Friction tem
sempre em consideração o disco de travão ao desenvolver
pastilhas de travão”. l
O verdadeiro DESAFIO NO PERÍODO QUE ANTECEDE O EURO 7 É O TEMPO
LIMITADO DE QUE OS FABRICANTES DISPÕEM PARA DESENVOLVER NOVOS
MATERIAIS QUE REDUZAM as EMISSÕES DE PÓ DE travÃO
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