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da Create, foi também homenageado pelo percurso<br />
ímpar dentro da empresa. “Para além dos seus conhecimentos<br />
profissionais, Carlos Abreu é um conselheiro<br />
e um modelo para muitos de nós. A sua<br />
vontade de partilhar conhecimentos e experiências<br />
contribuíram para criar uma cultura de aprendizagem<br />
e crescimento em toda a equipa”, disse Carlos<br />
Nascimento.<br />
Antes <strong>das</strong> intervenções finais, Pedro Proença, diretor<br />
de marketing da Create, fez uma análise realista<br />
e muito atual do setor da distribuição de peças,<br />
começando por lembrar que a tecnologia evolui<br />
mais rápido do que a nossa imaginação, e que por<br />
isso é necessário acompanhar as mudanças e dominar<br />
o maior número de situações:<br />
- Qual a arquitetura de construção e que sistemas<br />
estão presentes nos novos modelos que entram no<br />
mercado?<br />
- Quais os problemas mais recorrentes que irão<br />
surgir num parque com milhões de veículos híbridos<br />
e elétricos?<br />
- Quais os conhecimentos e que tipo de equipamentos<br />
as oficinas devem dispor para dar resposta<br />
às necessidades desses automóveis?<br />
- Como será a relação do setor pós-venda com os<br />
fabricantes?<br />
“Estas tendências são oportunidades para o setor<br />
pós-venda independente e com elas podemos construir<br />
o futuro, por isso estamos já hoje a investir em<br />
conhecimentos técnicos, diagnósticos, conectividade<br />
com as marcas, pass-thru e muito mais”, referiu<br />
Pedro Proença. “Na Create não aceitamos o papel<br />
de vítima dos erros cometidos pelos fabricantes de<br />
veículos. Somos distribuidores e assumiremos o<br />
nosso papel como tal, dispondo dos produtos e garantindo<br />
a sua disponibilidade. A nossa obrigação é<br />
observar as tendências do mercado, compreender o<br />
comportamento humano e aprender com os erros<br />
dos outros. Se continuarmos este caminho, dentro<br />
de vinte anos estaremos aqui com tanto ou mais<br />
sucesso do que tivemos até hoje”, acrescentou. Foi<br />
também feita uma referência especial aos conceitos<br />
oficinais A Oficina e Auto Check Center e assumido<br />
o compromisso de investimento e aposta forte no<br />
desenvolvimento destas redes. l<br />
O COMPROMISSO DA CREATE É APRESENTAR SOLUÇÕES INOVADORAS E INTEGRADAS<br />
CARLOS NASCIMENTO, CEO DA CREATE<br />
O discurso final, coube naturalmente ao responsável máximo por todo<br />
o projeto Create, Carlos Nascimento, tendo realçado o contributo dos<br />
mais de seiscentos colaboradores que constituem as várias empresas<br />
do grupo, para o sucesso alcançado e destacou o extraordinário e<br />
relevante trabalho da equipa diretiva: Pedro Proença, Rui Damas e<br />
Marcelo Lopes.<br />
“O passado grava memórias, constrói experiência e dá-nos a confiança<br />
para desafiar o futuro. Temos um passado rico e temos confiança na<br />
nossa capacidade de sermos bem sucedidos no futuro. O futuro foi, é<br />
e será feito de incertezas, ameaças e oportunidades. Num mundo em<br />
constante mudança e evolução, a única coisa de que temos a certeza é<br />
da mudança, o nosso sucesso depende da nossa capacidade de antecipar<br />
e de nos adaptarmos a novas realidades.<br />
O crescimento que estamos a viver é um sinal de grande vitalidade,<br />
por isso não nos devemos deixar enganar. Temos o dever de agir e de<br />
tentar adaptar-nos às necessidades atuais e futuras do mercado e dos<br />
nossos clientes. É por isso que escolhemos Driving Change como a nossa<br />
assinatura para esta celebração.<br />
Identificámos 4 pilares que serão estruturais no futuro do sector:<br />
- Mudança na tecnologia dos veículos;<br />
- Mudanças nos hábitos e perfis dos consumidores;<br />
- Mudanças na distribuição através de movimentos de consolidação;<br />
- Alterações na política e legislação ambiental com regras mais estritas<br />
para preservar o ambiente e concentrar-se na sustentabilidade <strong>das</strong><br />
soluções.<br />
Cada um destes pilares, e certamente o futuro será construído sobre<br />
mais pilares, tem múltiplas ameaças, desafios e oportunidades.<br />
O que acreditamos é que qualquer que seja o tipo de veículos do futuro,<br />
estes continuarão a necessitar de reparações e manutenção, que<br />
presumivelmente serão diferentes dos atuais, exigindo novos componentes,<br />
equipamento e serviços. Na Create, já começámos a preparar-<br />
-nos para estes veículos e tecnologias através de equipas de formação<br />
e clientes. O que está a tornar-se cada vez mais evidente para nós é<br />
que a matriz do nossos fornecedores também irá sofrer alterações<br />
significativas.<br />
Os hábitos dos consumidores estão a mudar e com eles a conveniência<br />
e a proximidade estão a tornar-se mais importantes. Estamos<br />
agora ligados a fornecedores e oficinas. Todos queremos estar ligados<br />
ao cliente e ao veículo; não temos a certeza de como e que modelo<br />
de negócio podemos explorar de uma forma sustentada e rentável.<br />
Os primeiros a fazê-lo irão certamente ganhar uma vantagem competitiva<br />
invejável. O que podemos fazer é trabalhar e investir tanto<br />
quanto o nosso âmbito e dimensão nos permitam, a nossa visão é ter<br />
um sistema integrado e não um sistema ligado. É aí que estamos a<br />
investir o nosso tempo e parte da rentabilidade que resta.<br />
E por falar em rentabilidade, falemos do terceiro pilar da mudança: a<br />
consolidação da distribuição. O tamanho é um fator crítico de sucesso:<br />
sem tamanho não há capacidade de manter stocks cada vez mais<br />
diversificados e maiores; sem tamanho não há capacidade de investir<br />
em soluções para o mercado e para os clientes; sem tamanho não há<br />
crescimento e sem crescimento não há sustentabilidade. Portanto, a<br />
solução é ser pequeno e sobreviver ou ser grande e crescer.<br />
A consolidação por parceria, fusão ou aquisição tem sido um tema<br />
recorrente no setor há muito tempo. Há vinte anos atrás foi criada a<br />
Create, não como um grupo, mas como um consolidador no mercado.<br />
Recentemente há muitas notícias, de ambos os lados da fronteira, com<br />
movimentos de consolidação que irão provocar mudanças estruturais<br />
no mercado. Face a estes factos e estas mudanças significativas, quais<br />
são as reações da maioria dos fabricantes. Praticamente nenhuma:<br />
querem crescer com os clientes existentes e, ao mesmo tempo, explorar<br />
oportunidades com novos clientes. Por outras palavras, eles querem<br />
um dia de neve para esquiar e uma noite de Verão para desfrutar<br />
dos terraços.<br />
A iberização do mercado português é um claro retrocesso no desenvolvimento<br />
do mercado nacional: as empresas competentes que acrescentam<br />
valor ao mercado, têm que competir com os seus fornecedores<br />
para manterem a sua quota de mercado. Está na hora dos nossos fornecedores<br />
definirem que papel querem desempenhar nesta história: o<br />
de fabricantes e desenvolverem alianças sustentáveis e duradouras ou<br />
o de distribuidores tornando-se assim nossos concorrentes. Devemos<br />
concentrar o valor da nossa oferta na preparação dos nossos clientes<br />
para novas realidades e exigências do mercado, tais como ADADS ou<br />
pass-thru; em vez disso, passamos os nossos dias a competir com muitos<br />
fabricantes. Uma distribuição sem valor empobrece o mercado e<br />
um mercado pobre perde jogadores em todos os canais. Devemos também<br />
estar unidos e salientar que existem fabricantes que escolheram<br />
o papel que desejam desempenhar no futuro; a eles expresso a nossa<br />
gratidão e apreço, assegurando-lhes que, enquanto dependerem de<br />
nós, terão na Create um parceiro para a viagem do futuro.<br />
Finalmente, o ambiente e a sustentabilidade. As mudanças espera<strong>das</strong><br />
terão impactos importantes e limitadores no nosso negócio. O motor<br />
desta mudança é a nossa consciência e os regulamentos europeus que<br />
inevitavelmente surgirão para reduzir as emissões poluentes, limitando<br />
a atividade ou tributando-a de forma insensata. Na Create estamos<br />
a trabalhar arduamente para reduzir a nossa pegada poluente, não<br />
limitando as entregas ou o número de clientes, mas aproximando-nos<br />
do cliente e utilizando modelos que reduzem o número de quilómetros<br />
percorridos e, portanto, as emissões de CO2. Não podemos garantir o<br />
sucesso, mas podemos assegurar que nos estamos a preparar para as<br />
mudanças que o presente e o futuro exigem.” l<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Abril I 2023 57