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Jornal das Oficinas 207

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da Create, foi também homenageado pelo percurso<br />

ímpar dentro da empresa. “Para além dos seus conhecimentos<br />

profissionais, Carlos Abreu é um conselheiro<br />

e um modelo para muitos de nós. A sua<br />

vontade de partilhar conhecimentos e experiências<br />

contribuíram para criar uma cultura de aprendizagem<br />

e crescimento em toda a equipa”, disse Carlos<br />

Nascimento.<br />

Antes <strong>das</strong> intervenções finais, Pedro Proença, diretor<br />

de marketing da Create, fez uma análise realista<br />

e muito atual do setor da distribuição de peças,<br />

começando por lembrar que a tecnologia evolui<br />

mais rápido do que a nossa imaginação, e que por<br />

isso é necessário acompanhar as mudanças e dominar<br />

o maior número de situações:<br />

- Qual a arquitetura de construção e que sistemas<br />

estão presentes nos novos modelos que entram no<br />

mercado?<br />

- Quais os problemas mais recorrentes que irão<br />

surgir num parque com milhões de veículos híbridos<br />

e elétricos?<br />

- Quais os conhecimentos e que tipo de equipamentos<br />

as oficinas devem dispor para dar resposta<br />

às necessidades desses automóveis?<br />

- Como será a relação do setor pós-venda com os<br />

fabricantes?<br />

“Estas tendências são oportunidades para o setor<br />

pós-venda independente e com elas podemos construir<br />

o futuro, por isso estamos já hoje a investir em<br />

conhecimentos técnicos, diagnósticos, conectividade<br />

com as marcas, pass-thru e muito mais”, referiu<br />

Pedro Proença. “Na Create não aceitamos o papel<br />

de vítima dos erros cometidos pelos fabricantes de<br />

veículos. Somos distribuidores e assumiremos o<br />

nosso papel como tal, dispondo dos produtos e garantindo<br />

a sua disponibilidade. A nossa obrigação é<br />

observar as tendências do mercado, compreender o<br />

comportamento humano e aprender com os erros<br />

dos outros. Se continuarmos este caminho, dentro<br />

de vinte anos estaremos aqui com tanto ou mais<br />

sucesso do que tivemos até hoje”, acrescentou. Foi<br />

também feita uma referência especial aos conceitos<br />

oficinais A Oficina e Auto Check Center e assumido<br />

o compromisso de investimento e aposta forte no<br />

desenvolvimento destas redes. l<br />

O COMPROMISSO DA CREATE É APRESENTAR SOLUÇÕES INOVADORAS E INTEGRADAS<br />

CARLOS NASCIMENTO, CEO DA CREATE<br />

O discurso final, coube naturalmente ao responsável máximo por todo<br />

o projeto Create, Carlos Nascimento, tendo realçado o contributo dos<br />

mais de seiscentos colaboradores que constituem as várias empresas<br />

do grupo, para o sucesso alcançado e destacou o extraordinário e<br />

relevante trabalho da equipa diretiva: Pedro Proença, Rui Damas e<br />

Marcelo Lopes.<br />

“O passado grava memórias, constrói experiência e dá-nos a confiança<br />

para desafiar o futuro. Temos um passado rico e temos confiança na<br />

nossa capacidade de sermos bem sucedidos no futuro. O futuro foi, é<br />

e será feito de incertezas, ameaças e oportunidades. Num mundo em<br />

constante mudança e evolução, a única coisa de que temos a certeza é<br />

da mudança, o nosso sucesso depende da nossa capacidade de antecipar<br />

e de nos adaptarmos a novas realidades.<br />

O crescimento que estamos a viver é um sinal de grande vitalidade,<br />

por isso não nos devemos deixar enganar. Temos o dever de agir e de<br />

tentar adaptar-nos às necessidades atuais e futuras do mercado e dos<br />

nossos clientes. É por isso que escolhemos Driving Change como a nossa<br />

assinatura para esta celebração.<br />

Identificámos 4 pilares que serão estruturais no futuro do sector:<br />

- Mudança na tecnologia dos veículos;<br />

- Mudanças nos hábitos e perfis dos consumidores;<br />

- Mudanças na distribuição através de movimentos de consolidação;<br />

- Alterações na política e legislação ambiental com regras mais estritas<br />

para preservar o ambiente e concentrar-se na sustentabilidade <strong>das</strong><br />

soluções.<br />

Cada um destes pilares, e certamente o futuro será construído sobre<br />

mais pilares, tem múltiplas ameaças, desafios e oportunidades.<br />

O que acreditamos é que qualquer que seja o tipo de veículos do futuro,<br />

estes continuarão a necessitar de reparações e manutenção, que<br />

presumivelmente serão diferentes dos atuais, exigindo novos componentes,<br />

equipamento e serviços. Na Create, já começámos a preparar-<br />

-nos para estes veículos e tecnologias através de equipas de formação<br />

e clientes. O que está a tornar-se cada vez mais evidente para nós é<br />

que a matriz do nossos fornecedores também irá sofrer alterações<br />

significativas.<br />

Os hábitos dos consumidores estão a mudar e com eles a conveniência<br />

e a proximidade estão a tornar-se mais importantes. Estamos<br />

agora ligados a fornecedores e oficinas. Todos queremos estar ligados<br />

ao cliente e ao veículo; não temos a certeza de como e que modelo<br />

de negócio podemos explorar de uma forma sustentada e rentável.<br />

Os primeiros a fazê-lo irão certamente ganhar uma vantagem competitiva<br />

invejável. O que podemos fazer é trabalhar e investir tanto<br />

quanto o nosso âmbito e dimensão nos permitam, a nossa visão é ter<br />

um sistema integrado e não um sistema ligado. É aí que estamos a<br />

investir o nosso tempo e parte da rentabilidade que resta.<br />

E por falar em rentabilidade, falemos do terceiro pilar da mudança: a<br />

consolidação da distribuição. O tamanho é um fator crítico de sucesso:<br />

sem tamanho não há capacidade de manter stocks cada vez mais<br />

diversificados e maiores; sem tamanho não há capacidade de investir<br />

em soluções para o mercado e para os clientes; sem tamanho não há<br />

crescimento e sem crescimento não há sustentabilidade. Portanto, a<br />

solução é ser pequeno e sobreviver ou ser grande e crescer.<br />

A consolidação por parceria, fusão ou aquisição tem sido um tema<br />

recorrente no setor há muito tempo. Há vinte anos atrás foi criada a<br />

Create, não como um grupo, mas como um consolidador no mercado.<br />

Recentemente há muitas notícias, de ambos os lados da fronteira, com<br />

movimentos de consolidação que irão provocar mudanças estruturais<br />

no mercado. Face a estes factos e estas mudanças significativas, quais<br />

são as reações da maioria dos fabricantes. Praticamente nenhuma:<br />

querem crescer com os clientes existentes e, ao mesmo tempo, explorar<br />

oportunidades com novos clientes. Por outras palavras, eles querem<br />

um dia de neve para esquiar e uma noite de Verão para desfrutar<br />

dos terraços.<br />

A iberização do mercado português é um claro retrocesso no desenvolvimento<br />

do mercado nacional: as empresas competentes que acrescentam<br />

valor ao mercado, têm que competir com os seus fornecedores<br />

para manterem a sua quota de mercado. Está na hora dos nossos fornecedores<br />

definirem que papel querem desempenhar nesta história: o<br />

de fabricantes e desenvolverem alianças sustentáveis e duradouras ou<br />

o de distribuidores tornando-se assim nossos concorrentes. Devemos<br />

concentrar o valor da nossa oferta na preparação dos nossos clientes<br />

para novas realidades e exigências do mercado, tais como ADADS ou<br />

pass-thru; em vez disso, passamos os nossos dias a competir com muitos<br />

fabricantes. Uma distribuição sem valor empobrece o mercado e<br />

um mercado pobre perde jogadores em todos os canais. Devemos também<br />

estar unidos e salientar que existem fabricantes que escolheram<br />

o papel que desejam desempenhar no futuro; a eles expresso a nossa<br />

gratidão e apreço, assegurando-lhes que, enquanto dependerem de<br />

nós, terão na Create um parceiro para a viagem do futuro.<br />

Finalmente, o ambiente e a sustentabilidade. As mudanças espera<strong>das</strong><br />

terão impactos importantes e limitadores no nosso negócio. O motor<br />

desta mudança é a nossa consciência e os regulamentos europeus que<br />

inevitavelmente surgirão para reduzir as emissões poluentes, limitando<br />

a atividade ou tributando-a de forma insensata. Na Create estamos<br />

a trabalhar arduamente para reduzir a nossa pegada poluente, não<br />

limitando as entregas ou o número de clientes, mas aproximando-nos<br />

do cliente e utilizando modelos que reduzem o número de quilómetros<br />

percorridos e, portanto, as emissões de CO2. Não podemos garantir o<br />

sucesso, mas podemos assegurar que nos estamos a preparar para as<br />

mudanças que o presente e o futuro exigem.” l<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Abril I 2023 57

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