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ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL- <strong>1994</strong><br />

RECURSOS HÍDRICOS<br />

l - 97<br />

território brasileiro: a do rio Amazonas, a do<br />

rio Tocantins, a do Atlântico Sul - trechos<br />

norte e nordeste-, a do rio São Francisco, a<br />

do Atlântico Sul - trecho leste -, a do rio<br />

Paraná, a do rio Uruguai e a do Atlântico<br />

Sul - trecho sudeste.<br />

Nas bacias localizadas na Amazônia os<br />

canais mais difusos e de maior<br />

penetrabilidade são utilizados<br />

tradicionalmente como hidrovias. O fato<br />

de a grande artéria Amazonas-Solimões ser<br />

possuidora de vasta rede de afluentes e de<br />

atravessar a região no sentido leste-oeste,<br />

vinculando a Amazônia brasileira a outros<br />

países, principalmente ao Peru e à Bolívia,<br />

muito contribuiu para a dominância<br />

dessas vias.<br />

A navegação fluvial se estende, ainda,<br />

aos rios Tocantins, Araguaia e Guaporé,<br />

como também ao Paraguai, ao Paraná e<br />

a alguns afluentes, constituindo as mais<br />

eficientes vias de transporte.<br />

O rio Tocantins é navegável em cerca<br />

de l 900 km, desde a cidade de Belém<br />

(Pará) até Peixe (Goiás), no Planalto<br />

Goiano. Todavia, considerando-se os<br />

perigosos obstáculos oriundos das<br />

corredeiras e bancos de areia durante as<br />

secas, só pode ser considerado utilizável,<br />

por todo o ano, de Miracema do Norte<br />

(Tocantins) para jusante. Já o rio Araguaia,<br />

que é navegável cerca de l 162 km, entre<br />

São João do Araguaia e Beleza, não conta<br />

no seu percurso com nenhum centro<br />

urbano de grande destaque. Apesar de ser<br />

na maior parte um rio de planície, não<br />

apresentando entraves à navegação, não<br />

é plenamente utilizado. O rio São<br />

Francisco, por sua vez, para ser navegável<br />

em qualquer época do ano, a jusante de<br />

Pirapora (Minas Gerais), depende da<br />

regularização de sua vazão, possível<br />

através da construção de reseNatórios.<br />

A Região Sul, por sua vez, caracteriza-se<br />

pela existência de uma densa rede de<br />

drenagem constituída por duas grandes<br />

bacias hidrográficas: a do Paraná e a do<br />

Uruguai, que, ao unirem suas águas no<br />

baixo curso, dão origem ao rio da Prata,<br />

constituindo a Bacia Platina; e por<br />

pequenas e médias bacias hidrográficas,<br />

na vertente litorânea: as bacias de sudeste.<br />

Nessa região predominam rios de<br />

planalto, com elevados gradientes, o que<br />

lhes confere um alto potencial energético.<br />

Essas características, por outro lado,<br />

permitem apenas uma precária utilização<br />

hidroviária, sendo a navegação restrita a<br />

pequenos trechos dos rios. A navegação<br />

fluvial apresenta maior importância em<br />

alguns rios da Bacia Platina, especialmente<br />

o Paraguai, típico rio de planície, que<br />

possui satisfatório nível de água durante<br />

todo o ano. Importante eixo hidroviário<br />

vem sendo implantado com o sistema<br />

Tietê-Paraná, denominado Engenheiro<br />

Catullo Branco, com uma área de<br />

influência de aproximadamente 70 milhões<br />

de hectares, abrangendo cinco Estados:<br />

São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul,<br />

Goiás e Minas Gerais.<br />

Potencial Hidrelétrico<br />

A descoberta, no século passado, de<br />

que o potencial energético, representado<br />

pelos grandes volumes de água ou pelos<br />

desníveis hidrográficos, poderia ser utilizado<br />

com vantagens, quer para a<br />

movimentação de máquinas, quer para a<br />

iluminação e o aquecimento, em lugar dos<br />

sistemas a vapor ou do complexo geração<br />

e distribuição de gás de iluminação,<br />

originou um certo desejo em identificar,<br />

localizar e explorar tais recursos,<br />

independentemente de uma visão mais<br />

abrangente das múltiplas utilizações e<br />

necessidade do recurso água.<br />

A utilização de energia hidrelétrica no<br />

Brasil teve início em 1883, quando da<br />

instalação da usina de Ribeirão do Inferno,<br />

em Diamantina (MG), seguida pela<br />

hidrelétrica de Ribeirão dos Macacos, em<br />

Honório Bicalho, Nova Lima (MG). Sendo<br />

Marmelos - O a primeira usina de expressão<br />

inaugurada, em 1889, tendo por finalidade<br />

a geração de energia elétrica para a<br />

iluminação pública de Juiz de Fora bem<br />

como para acionar o maquinário da<br />

fábrica de tecidos . Localizada à margem<br />

da estrada União Indústria, no rio<br />

Paraibuna, a 7 Km de Juiz de Fora, com<br />

potência instalada de 250 Kw.<br />

Nas décadas seguintes os estudos do<br />

potencial hidrelétrico e a implantação de<br />

empreendimentos foram realizados em<br />

função da proximidade e dimensões dos<br />

centros urbanos.<br />

A hidreletricidade, por se tratar de uma<br />

fonte energética renovável, apresenta dois<br />

problemas principais a equacionar no seu<br />

aproveitamento: a transmissão a longa<br />

distância, isto é, distâncias cada vez<br />

maiores entre os locais dos<br />

aproveitamentos nos diversos rios do País e<br />

os centros consumidores que exigem o<br />

transporte de grandes blocos de energia<br />

por uma rede de transmissão extensa e<br />

complexa; e as questões ambientais, por<br />

vezes provocando perdas e/ou alterações<br />

variáveis, nas regiões de influência direta<br />

dos aproveitamentos hidrelétricos. O<br />

sistema de transmissão brasileiro é<br />

constituído, basicamente, por dois grandes<br />

sistemas interligados, independentes entre<br />

si: os sistemas Sul/Sudeste/Centro-Oeste e<br />

Norte/Nordeste, e por sistemas isolados<br />

localizados nas Regiões Norte e<br />

Centro-Oeste do País.<br />

No Brasil, a energia hidráulica é a mais<br />

importante fonte primária para geração<br />

de energia elétrica pelo montante do<br />

potencial disponível e pela sua<br />

atratividade econômica, sendo diferente<br />

dos outros grandes sistemas elétricos do<br />

mundo, que são de base térmica. As<br />

centrais térmicas têm sido utilizadas<br />

somente com o objetivo de suprir as<br />

localidades isoladas ou para

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