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1 - 108 VEGETAÇÃO E RECURSOS FLORÍSTICOS ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL - <strong>1994</strong><br />

da terra em suas largas calhas.<br />

Atualmente a irrigação vem modificando<br />

este tipo de uso.<br />

Em Roraima, na fronteira com a<br />

Venezuela, esse tipo de vegetação é<br />

encontrado entre o relevo dissecado do<br />

monte Roraima e a planície do rio Branco.<br />

Este posicionamento contribui para a<br />

ocorrência de um período seco<br />

prolongado (estimado em cinco a seis<br />

meses secos), que se altera com um<br />

período de chuvas torrenciais. As<br />

temperaturas médias são sempre<br />

superiores aos 15ºC.<br />

Um número expressivo de gêneros<br />

vicariantes áridos da Caatinga e do<br />

Choco, inclusive plantas espinhosas,<br />

compõe a florística dessa área:<br />

Aspidosperma, Tabebuia, Schinopsis,<br />

Cassia, Mimosa, Piptadenia, Astronium e<br />

Spondias. O estrato campestre é<br />

dominado pelas gramíneas<br />

hemicripofíticas comuns ã Savana, como<br />

Andropogon e Trachypogon, abundância<br />

de Aristida e ervas terófitas.<br />

Entre a serra da Bodoquena (MS) e o no<br />

Paraguai, a partir do rio Apa, encontra-se<br />

a segunda maior área de ocorrência da<br />

Savana Estépica no Brasil. Daí expande-se<br />

margeando aquele rio até o paralelo 19ºS<br />

e, com algumas disjunções, sob a forma de<br />

contatos, chega mais para o norte, até as<br />

proximidades do paralelo 15°S. Nesta<br />

situação, seu período seco oscila entre três<br />

e cinco meses, com altas temperaturas no<br />

verão - médias em torno de 25ºC - e com<br />

baixas térmicas no inverno, em face das<br />

massas polares que penetram através da<br />

Depressão do Rio Paraguai.<br />

A sua vegetação é caracterizada por<br />

dois estratos com fisiologias divergentes;<br />

enquanto o lenhoso é estacionai e<br />

estépico, com os gêneros Copernicia,<br />

Astronium, Piptadenia, Aspidosperma,<br />

Acacía, Mimosa, Zizyphus e Celtís, o<br />

graminoso é savanícola, com Andropogon,<br />

Arístida, Axonopus e Panicum, entre muitos<br />

outros que formam um tapete contínuo,<br />

que serve de proteção, com a própria<br />

serrapilheira, aos brotos regenerativos ao<br />

nível do solo.<br />

No Sul do País, a disjunção chaquenha<br />

do "Parque de Espinilho" ocorre na planície<br />

alagável situada no extremo sudoeste do<br />

Estado do Rio Grande do Sul. Encontra-se<br />

ainda bastante preservada e seus ecótipos<br />

naturais revestem terrenos de deposição<br />

recente, localizados entre os rios Quaraí e<br />

Uruguai. Compõem a Florística dessa área<br />

os gêneros Prosopis, Acacía,<br />

Aspidosperma, Scutia, Celtis, Parkinsonia e<br />

Acanthosyrís, entre outros.<br />

Região da Estepe (Campos<br />

gerais planálticos e Campanha<br />

Gaúcha)<br />

O termo Estepe, de procedência russa<br />

(cmenne), foi empregado originalmente<br />

na Zona Holártica e extrapolado para<br />

outras áreas mundiais, inclusive a<br />

Neotropical Sul-Brasileira, por apresentar<br />

homologia ecológica.<br />

Esta área subtropical brasileira, onde as<br />

plantas são submetidas a dupla<br />

estacionalidade- uma fisiológica,<br />

provocada pelo frio das frentes polares, e<br />

outra seca, mais curta, com déficit hídrico,<br />

apresenta uma homologia fitofisionômica,<br />

embora floristicamente seja diferente da<br />

área original holártica.<br />

O core da Estepe brasileira é a<br />

Campanha Gaúcha, com disjunções em<br />

Uruguaiana e no Brasil meridional (Campos<br />

Gerais).<br />

A Campanha Gaúcha, homóloga da<br />

vegetação campestre dos climas<br />

temperados, tal como o Pampa Argentino,<br />

é caracterizada por uma vegetação<br />

essencialmente campestre, que cobre as<br />

superfícies conservadas do Planalto da<br />

Campanha e da Depressão do Rio<br />

lbucuí-Rio Negro, com solos eutróficos,<br />

geralmente cálcicos, às vezes solódicos,<br />

reflexos de um clima pretérito mais frio e<br />

árido. Dominam as gramíneas cespitosas<br />

(hemicriptófitos) dos gêneros Stipa e<br />

Agrostis; gramíneas rizomatosas (geófitas)<br />

dos gêneros Paspalum e Axonopus: raras<br />

gramíneas anuais e oxalidáceas (terófitas);<br />

além de leguminosas e compostas<br />

(caméfitas). As fanerófitas são<br />

representadas por espécies espinhosas e<br />

deciduais dos gêneros Acacia, Prosopís,<br />

Acanthosyris e outros. Nas áreas do<br />

Planalto Meridional (Campos Gerais) a<br />

Araucaria angustifolía, de origem<br />

australásica, mas de distribuição<br />

afro-brasileira, ocorre nas<br />

florestas-de-galeria, imprimindo caráter<br />

diferencial com a Campanha Gaúcha,<br />

pois a florística campestre da Estepe do Rio<br />

Grande do Sul e a das áreas situadas no<br />

Planalto Meridional são muito semelhantes<br />

e atualmente foram igualadas pelo fogo<br />

anual e pelo intenso pastoreio.<br />

Região da Campinarana<br />

(Campinas do Rio Negro)<br />

É um tipo de vegetação restrito às áreas<br />

do alto rio Negro e adjacências dos seus<br />

afluentes, penetrando na Colômbia e na<br />

Venezuela, onde ocorre em áreas<br />

semelhantes. Reveste as áreas deprimidas,<br />

quase sempre encharcadas, sendo<br />

caracterizada por agrupamentos de uma<br />

vegetação arbórea fina e alta do tipo<br />

"riparia", que é resultante da pobreza de<br />

nutrientes minerais do solo (oligotrofia). Na<br />

"Campinarana" brasileira ocorre o<br />

"domínio" monoespecífico da palmeirinha<br />

Barcella odora (piaçabarana), além de<br />

várias espécies dos gêneros Aldina,<br />

Henriquezía, Leopoldina e outros.<br />

Região da Floresta Ombrófila<br />

Densa (Floresta Tropical Pluvial)<br />

Ocorre sob um clima ombrófilo sem<br />

período biologicamente seco durante o<br />

ano e, excepcionalmente, com dois meses<br />

de umidade escassa. Assim mesmo,<br />

quando isso acontece, há uma grande<br />

umidade concentrada nos ambientes<br />

dissecados das serras. As temperaturas<br />

médias oscilam entre 22°C e 25ºC. Esta<br />

Região Fitoecológica ocupa parte do<br />

espaço amazônico e estende-se pela

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