Brazil Yearbook - 1994_ocr

ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL- 1994
NOMENCLATURA, CONCEITOS E DEFINIÇÕES
6- 51
Sistema Nacjonal de Pesquisa
de Custos e lndices da
Construção Civil - SINAPI
Referências Básicas -As séries mensais
de Custos e Índices de Custos referem-se ao
custo do metro quadrado de uma
construção no canteiro de obras, não se
incluindo as despesas com projetos em geral,
licença, seguros, instalações provisórias,
depreciação dos equipamentos, compra de
terreno, administração, financiamentos, nem
com os equipamentos mecânicos
(elevadores, compactadores, exaustores e
outros), bem como os lucros da construtora e
da incorporadora.
Bases Cadastrais (pesquisas
básicas) -As bases cadastrais do SINAPI
foram estabelecidas a partir de três
pesquisas básicas: Pesquisa de Locais de
Compra - PLC -; Coleta Especial de Preços e
Salários - CEPS -; e Pesquisa de Especificação
de Materiais - PEM. A primeira, PLC, definiu o
painel de informantes, ou seja, o cadastro de
locais; a segunda, CEPS, objetivou selecionar
os insumos incluídos na coleta mensal; e,
finalmente, a PEM, que identificou os
materiais através de suas descrições
completas, permitindo acompanhar, mês a
mês, o comportamento de preços de um
mesmo produto.
A Coleta -A pesquisa de preços de
materiais de construção e seNiço e salários
de categorias profissionais é feita junto a
estabelecimentos comerciais e empresas de
construção. A partir dos preços e salários
coletados são calculados os preços e
salários medianos para o cálculo dos custos
e índices de custos da construção civil. O
período de coleta ocorre nos seis primeiros
dias úteis do mês de referência.
Abrangência Geográfica - os
resultados se referem às Unidades da
Federação.
Metodologia de Cálculo
Estrutura de Cálculo - A estrutura de
cálculo do custo do metro quadrado está
organizada, hierarquicamente, em três
níveis, estabelecidos segundo critérios
técnicos de engenharia: Projeto,
Serviço/Quantidade e
Padrão/Especificação/Composição.
Projeto: é a representação gráfica da
construção; no SINAPI, calcula-se o custo
do metro quadrado de construção para
um conjunto de 25 projetos, dos quais 21
residenciais e 4 comerciais.
Serviço/Quantidade: serviço vem a ser
as atividades necessárias à execução da
obra, cada qual com uma determinada
quantidade, considerando-se um total de
157 seNiços para os projetos residenciais e
118 para os projetos comerciais.
Padrão/Especificação/Composição:
traduz-se no fato de, a cada seNiço,
associarem-se diferentes especificações,
as quais, por sua vez, atendem a
determinados padrões de acabamento -
alto, normal, baixo e mínimo - que diferem
basicamente pela qualidade do material
empregado. A execução de cada seNiço,
segundo um padrão de acabamento
associado a uma dada especificação,
exige um conjunto de materiais e
mão-de-obra em quantidades específicas
determinadas, denominado Composição
Técnica que é relativa a uma unidade de
medida do serviço.
Cálculo dos Custos
Custo do Projeto: calcula-se o custo do
projeto a partir dos custos de todas as
especificações alternativas, multiplicando-se
os coeficientes da composiçãq pelos
respectivos preços ou salários. A
especificação alternativa de menor custo,
em cada serviço, aplica-se a sua
quantidade e obtém-se o custo do serviço
naquele projeto. Segue-se que a soma dos
custos dos seNiços resulta no custo do
projeto, em cada padrão de acabamento.
Dividindo-se o custo total pela área
construída do projeto, chega-se finalmente
ao metro quadrado. Esta operação é
realizada independentemente para cada
área geográfica, tanto para os projetos
residenciais quanto para os comerciais.
Custo Médio: consideram-se apenas os
custos dos projetos residenciais no padrão
normal de acabamento, no cálculo do custo
de cada área geográfica. Ele é a média
ponderada de 21 projetos residenciais. A
ponderação é atribuída de acordo com o
peso (importância relativa) de cada projeto,
no município mais populoso de cada área.
Os pesos foram obtidos através de
informações do Inquérito Mensal sobre
Edificações - IMSE -, realizado pelo IBGE entre
1979 e 1982. Calculados os custos médios em
cada área geográfica, passa-se aos níveis de
Estado, Grande Região e Brasil,
ponderando-se cada custo médio pelo seu
respectivo peso. Utilizou-se como variável de
peso o crescimento populacional ocorrido
entre 1970 e 1980. Assim, o peso de cada
área no Estado é obtido pela relação
aumento de população na área e aumento
de população de todas as áreas cobertas
pelo SINAPI. Decidiu-se pela variação
populacional como ponderador,
aceitando-a como aproximação da
demanda por novas construções, em cada
área geográfica.
Cálculo dos Índices de Custos : a partir
dos custos médios, fixando-se uma
data-base, calculam-se os índices de custos
dos Estados, d~ Grandes Regiões e do Brasil.
Este é, então, o lndice Nacional do SINAPI.
Para a série de índices, iniciada em janeiro
de 1985 e encerrada em fevereiro de 1986,
a data-base foi dezembro de 1984. Devido
ao Plano de Estabilização Econômica (D. L.
2.284/86), implantado pelo governo,
iniciou-se nova série, tendo como
data-base 28 de fevereiro de 1986.
Em maio de 1987 foi alterada a
abrangência geográfica do SINAPI, que
passou a considerar 26 áreas. Por isso, se
fez necessária uma descontinuidade da
série, fixando-se nova data-base, ou seja,
maio de 1987.
Em dezembro de 1989, com a implantação de
novos cadastros de locais e de insumos, foram
encerradas as séries com base em maio de
1987 e iniciadas novas séries de custos e índices
com base em dezembro de 1989.
E a partir de outubro de 1993 foi iniciada a
produção do SINAPI no Estado do Tocantins.
O quadro a seguir apresenta as principais
características do Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil - SINAPI.