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Brazil Yearbook - 1994_ocr

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Contas Nacionais<br />

As Contas Nacionais visam a<br />

representar a vida econômica do País<br />

através de um conjunto de<br />

informações quantitativas, de modo a<br />

possibilitar tanto o conhecimento das<br />

características e transformações estruturais<br />

como o acompanhamento de sua<br />

evolução a médio prazo.<br />

Historicamente, o desenvolvimento das<br />

Contas Nacionais está ligado à ampliação<br />

do papel do Estado na gerência da<br />

economia e à redescoberta da<br />

importância da análise macroeconômica.<br />

Neste contexto, tem como base a teoria<br />

Keynesiana e teve em Richard Stone seu<br />

principal artífice em termos conceituais e<br />

metodológicos l. As Contas Nacionais<br />

representam uma resposta à necessidade<br />

do Estado conhecer o meio em que atua e<br />

as modificações que o afetam, de modo a<br />

determinar sua própria ação e prever suas<br />

repercussões. Estatísticas dispersas sobre<br />

produção, consumo, rendimentos, preços,<br />

comércio exterior, etc., por mais numerosas<br />

que sejam, são insuficientes. É necessário<br />

que sejam inscritas em um esquema<br />

coerente que ponha em evidência suas<br />

relações recíprocas. Estabelecer este<br />

esquema, quantificar seus elementos a<br />

partir da reorganização e síntese das<br />

informações econômicas disponíveis e<br />

interpretar esta representação do conjunto<br />

da economia é a função das Contas<br />

Nacionais.<br />

Os trabalhos sistemáticos de Contas<br />

Nacionais datam do pós-guerra. As<br />

Nações Unidas, em nível internacional mais<br />

amplo, e a Comunidade Econômica<br />

Européia, no âmbito dos países-membros,<br />

desenvolvem, desde então, trabalhos de<br />

normatização dos avanços na área, num<br />

esforço de definição de modelo<br />

conceituai padronizado que, tomado<br />

como referência, garanta tanto a difusão<br />

de conhecimentos atualizados como<br />

também, e sobretudo, a comparabilidade<br />

das informações entre países. A Revisão 3<br />

do Sistema das Nações Unidas (System of<br />

National Accounts - Rev. 3 SNA- 1968)<br />

incorporou progressos alcançados nas<br />

duas décadas anteriores, quando, nos<br />

países mais avançados, evoluiu-se, de<br />

modo geral, da postura tradicional de<br />

mc;-,suração dos agregados<br />

macroeconômicos e apresentação dos<br />

resultados em Contas Consolidadas, para<br />

construção de sistema amplo e articulado<br />

de informações, voltado à descrição dos<br />

processos econômicos. Avanços<br />

posteriores, incorporados na Revisão 4 do<br />

Sistema das Nações Unidas, concluída em<br />

1993, não implicam em mudanças de sua<br />

estrutura e concepção, mas, somente, na<br />

conceituação e tratamento metodológico<br />

de áreas específicas.<br />

No Brasil, os trabalhos de Contas<br />

Nacionais foram iniciados pela Fundação<br />

Getúlio Vargas - FGV - , ainda na segunda<br />

metade da década de 50, visando à<br />

mensuração da renda nacional. O<br />

prosseguimento desse esforço resultou na<br />

montagem de um sistema consolidado de<br />

contas anuais e um conjunto de quadros<br />

complementares, construídos para o ano<br />

de 1939 e de 1947 em diante, dentro da<br />

adaptação da proposta de contas<br />

standard das Nações Unidas, 1952.<br />

Nas últimas três décadas, a evolução<br />

dos trabalhos na FGV centrou-se na<br />

melhoria das estimativas dos agregados<br />

macroeconômicos, num esforço de<br />

incorporação de novas recomendações e<br />

normas internacionais no tratamento de<br />

questões específicas e de pesquisas de<br />

fontes alternativas de informação, sem<br />

acompanhar, contudo, a mudança de<br />

concepção implícita na proposta de 1968.<br />

O IBGE passou, a partir de 1973, a<br />

responder pela coordenação do Sistema<br />

Estatístico Nacional, delegando à FGV o<br />

prosseguimento dos trabalhos de Contas<br />

Nacionais. Ao mesmo tempo, o IBGE<br />

iniciou o projeto de elaboração da Matriz<br />

de Relações Intersetoriais de 1970, visando<br />

à sistematização deste tipo de trabalho<br />

(construção de matrizes a cada cinco<br />

1 Ver a respeito Costa.<br />

Margaret Hanson. "Prêmio<br />

Nobel de Economia 1984:<br />

Richard Stone". Literatura<br />

Econômica. v. 8. n. l.<br />

fevereiro de 1986. p. 41-6.

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