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os gestos expressivos de isadora duncan no contexto

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99comparece <strong>de</strong> quando em quando para ler seus poemas, muitas vezesacompanhado <strong>de</strong> Picasso ou do jovem ator Marcel Herrand. O serãotermina em <strong>no</strong>itadas n<strong>os</strong> botec<strong>os</strong> da Cote. (LEVER, 1988, p. 340).Seroff, era freqüentemente chamado a Paris, então Isadora chegava aohotel <strong>de</strong>pois das <strong>no</strong>itadas com o dia clareando, sempre acompanhada <strong>de</strong> algumjovem forte, operário ou estivador, conquistado <strong>no</strong> balcão após negociações, e elesnão cobravam nada, acreditava que aquele realmente a <strong>de</strong>sejava.A promiscuida<strong>de</strong> torna-se para ela uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>voradora, irresistível,obsedante. Busca incansável, insaciável. Uma promiscuida<strong>de</strong> droga, tirana, emfrenesi. (LEVER, 1988, p. 340).Com suas esperanças sempre frustradas e seus <strong>de</strong>spertares comg<strong>os</strong>to <strong>de</strong> amor perdido, com sua ronda infernal <strong>de</strong> corp<strong>os</strong> e r<strong>os</strong>t<strong>os</strong>, tod<strong>os</strong>diferentes e tod<strong>os</strong> <strong>de</strong>sesperadamente <strong>os</strong> mesm<strong>os</strong>, com a amarga solidãointima como preço a pagar pelo turbilhão <strong>de</strong> um instante, com o perigoespreitando em casa esquina e, sobretudo, com a angustia implacável elancinante do tempo que foge. Busca imp<strong>os</strong>sível, ao termo da qual ela sereencontra face a face com a angustia. Nesses moment<strong>os</strong>, o álcool e apequena morte que se seguem evitam olhar a outra face, a verda<strong>de</strong>ira,aquela que põe fim a tudo e à qual ela aspira com toda a sua impotentefraqueza. Tão fácil e tão difícil... “Se eu tivesse a coragem <strong>de</strong> Serguei”,suspira ela as vezes. Mas, à forças <strong>de</strong> repelir, acaba-se por não maisacreditar. A coisa se converte <strong>no</strong> leitmotiv d<strong>os</strong> fins <strong>de</strong> <strong>no</strong>ite impregnad<strong>os</strong><strong>de</strong> vapores turv<strong>os</strong>. (LEVER, 1988, p. 240-241).Certa <strong>no</strong>ite, ela convida seus amig<strong>os</strong> para dançar para eles, sua condiçãofísica já não era a mesma, e em um momento que ela sai <strong>de</strong> palco para trocar <strong>de</strong>roupa, <strong>os</strong> convidad<strong>os</strong> ficam petrificad<strong>os</strong> em seus lugares, não ousam seentreolharem, em um silêncio constrangedor, vergonh<strong>os</strong>o, com sentimento <strong>de</strong> culpa.Jean Cocteau rompe o silêncio e <strong>de</strong>clara dizendo que Isadora havia lhes dado aresp<strong>os</strong>ta, que Isadora havia matado a feiúra e celebrado a verda<strong>de</strong> do corpo!(LEVER, 1988, p. 342).Jean fala a seu amigo Picasso:O importante, para ela, é viver em massa, para alem do belo e do feio,empunhar a vida e vivê-la nariz a nariz, olh<strong>os</strong> n<strong>os</strong> olh<strong>os</strong>. È a escola <strong>de</strong>Rodin, Meu velho. Isadora é um Rodin. Pouco se lhe da que o vestido

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