106movimentava. (KURTH, 2004, p. 39-40-48).Para Isadora a dança tinha três gran<strong>de</strong>s precursores: Beethoven, que a criouem ritm<strong>os</strong> po<strong>de</strong>r<strong>os</strong><strong>os</strong>; Wagner, em formas esculturais e Nietzsche o filósofo dadança, criou-a em espírito. (DUNCAN, p. 286).Isadora não tinha nenhum método, quando criança ensinava suas aluninhasseguindo sua fantasia e improvisando ao sabor do momento, ensinando as figuras e<strong>os</strong> mais bel<strong>os</strong> gest<strong>os</strong> que lhe passavam pela cabeça. Recitava poesia e ensina ascrianças acompanharem o sentido d<strong>os</strong> vers<strong>os</strong> com gest<strong>os</strong> e atitu<strong>de</strong>s.Procurava harmonizar seus moviment<strong>os</strong> com as impressões que ela sentiana música ou da poesia.Uma <strong>de</strong> suas primeiras criações inspira-se <strong>no</strong> poema <strong>de</strong> Longfellow: “Lancei<strong>no</strong> céu uma flecha”. (DUNCAN, p. 25).Desejava expressar as gran<strong>de</strong>s emoções da humanida<strong>de</strong>.Ela sentia que sinais invisíveis a conduziam, guiavam, reconstruindo a cadapessoa harmonia <strong>de</strong> seu corpo. Bastava ela se oferecer sem resistência.Para Isadora arte era antes <strong>de</strong> tudo o ritmo da natureza, o movimento dasondas, d<strong>os</strong> vent<strong>os</strong>, das nuvens, das flores, <strong>de</strong> tudo o que vive á volta <strong>de</strong> n<strong>os</strong>, até asmais ínfimas parcelas <strong>de</strong> matéria. É ai que se <strong>de</strong>vem buscar as formas mais belas,para <strong>de</strong>pois encontrar aquilo que se traduza mais fielmente à alma <strong>de</strong>ssas formas.Para ela, o espírito da dança, é a relação entre a tormenta e a paixão, entrea brisa e a doçura, entre o corpo e o universo. O acordo perfeito, o <strong>de</strong>lírioinconsciente. Isadora acreditava que isso não se inventava, criava-se, <strong>de</strong>scobria-se,pela inspiração e energia do universo, Depois isso tudo seria trabalhado. (LEVER,1988, p. 33-34).A dança é Dionísio, é Apolo, é Pã, é Baco e Afrodite. Isadora <strong>de</strong>scobre as
107obras do comp<strong>os</strong>itor Ethelbert Nevin, e começa a trabalhar Narciso, Ofélia, Ninfasdas Águas. Segundo Nevin suas musicas não eram feitas para a dança, porém<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ver Isadora dançar, ele a abraça com <strong>os</strong> olh<strong>os</strong> chei<strong>os</strong> <strong>de</strong> lagrimas “Foimesmo tudo isso o que eu vi, quando estava compondo a música”. Dança sobrepoemas <strong>de</strong> Omar Khayyam. (DUNCAN, p. 42-43).A arte a fez experimentar o profundo acordo com o ritmo do universo.Isadora busca subliminar pela dança as formas da natureza, elevá-las a<strong>os</strong>eu mais alto grau <strong>de</strong> significação.Como o amor parece lhe recusar alegrias, Isadora converge todas as forçaspara a sua Arte, procurando obter tudo o que o amor não queria lhe dar.Por long<strong>os</strong> dias e <strong>no</strong>ites inteiras aprofunda sua teoria, em seu ateliêprocurando uma dança que f<strong>os</strong>se, <strong>os</strong> moviment<strong>os</strong> do corpo, a expressão divina doespírito huma<strong>no</strong>. Durante horas permanecia em pé, imóvel, as mã<strong>os</strong> cruzadas naaltura do plexo solar, procurando a mola central <strong>de</strong> todo movimento, e qualquergesto, o cento da força motriz, da energia motora, o espelho fantasmagórico <strong>no</strong> quallhe apareceu a dança recém-criada. Concentra sua meditação <strong>no</strong> centro do torso,para qual convergem em ondas as vibrações da musica. Nessa <strong>de</strong>scoberta origi<strong>no</strong>ua teoria que ela apoio a sua escola.Isadora procurava a fonte da expressão espiritual, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se irradia pel<strong>os</strong>canais do corpo, inundad<strong>os</strong> <strong>de</strong> luz vibrante, a força centrifuga e refletora da visão doespírito.Depois <strong>de</strong> meses, ela apren<strong>de</strong>u a concentrar toda sua atenção nesse centro,e ao ouvir qualquer musica, <strong>os</strong> rai<strong>os</strong> e vibrações <strong>de</strong>ssa mesma musica se dirigiamem ondas para aquela única fonte <strong>de</strong> luz que estava nela, e on<strong>de</strong> refletiam umanuma visão espiritual.
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Universidade Estadual Paulista “J
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