30admirava, observa que Isadora tem algo a dizer com seu corpo e a contrata. Isadoraaceita, pois ira manifestar a sua Arte <strong>de</strong> dançar na Alemanha.Em uma semana, está em Berlim e se surpreen<strong>de</strong> por ser tão parecida comGrécia. Isadora não se adapta ao cotidia<strong>no</strong> daquela trupe, ainda mais que uma dasjovens meio amalucada tenta a estrangular, alegando ser mandada por Deus aassassiná-la. Sob o choque <strong>de</strong>ssa emoção, fez um retor<strong>no</strong> a si mesma, seus sonh<strong>os</strong>humilhad<strong>os</strong>, suas esperanças traídas, seus amores ridícul<strong>os</strong>, estava tão solitária,que sentia vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> gritar.No dia seguinte, pe<strong>de</strong> a sua mãe que venha encontrá-la em Viena, issoocorre e ela leva Isadora à casa <strong>de</strong> Alexan<strong>de</strong>r Gr<strong>os</strong>s, que a viu dançar e paragarantir o seu futuro, a contrata para dançar na Hungria-Budapeste. (DUNCAN, p.81-82-84-88).Em abril <strong>de</strong> 1902, fez apresentações <strong>no</strong> Teatro Urânia, pela primeira vezdançou para um verda<strong>de</strong>iro público, com o repertório <strong>de</strong> sua escolha. O Teatro nãoesvaziava durante um mês, foi um triunfo, a dança improvisada sobre o DanúbioAzul é o <strong>de</strong>lírio. (LEVER, 1988, p. 76).Três dias <strong>de</strong>pois Isadora dançou a fam<strong>os</strong>a Marcha <strong>de</strong> Rakovzy com umatúnica vermelha, símbolo da revolução húngara. (LEVER, 1988, p. 79). Relata RogerGaraudy:dançou vestida com uma túnica vermelha, <strong>de</strong>safiando a or<strong>de</strong>m repressorada monarquia austríaca, em homenagem a<strong>os</strong> revolucionári<strong>os</strong> húngar<strong>os</strong>.“No dia em que foi anunciada a revolução russa, tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> que amam aliberda<strong>de</strong> foram invadid<strong>os</strong> por uma gran<strong>de</strong> esperança... Com minha túnicavermelha, sempre dancei a revolução e a luta d<strong>os</strong> oprimid<strong>os</strong>”. (GARAUDY,1980, p. 59)Nesta época durante essas apresentações triunfantes com o empresárioGr<strong>os</strong>s, ela conheceu em seu camarim Oscar Beregi, que a convida para ir vê-lorepresentar a peça “Romeu e Julieta”, <strong>no</strong> Teatro Real. Ela aceita, e, ao findar a
31apresentação ele comenta que ela o inspirou. (LEVER, 1988, p. 76-77).Depois <strong>de</strong> <strong>no</strong>ites e <strong>no</strong>ites, apenas conversando sobre Arte e Fil<strong>os</strong>ofia, o seu“Romeu” a carrega até o canapé, Isadora sentia um misto <strong>de</strong> pânico e êxtase.Finalmente, <strong>de</strong>scobre o amor.Para Isadora e até mesmo a sua Arte nada valia diante <strong>de</strong> um instante <strong>de</strong>amor, este minuto, era para ela, uma glória suprema. Pelo amor, ela abdicava <strong>de</strong>tudo e aceitava a dissolução, a <strong>de</strong>struição e a morte. Sabia que quando ainteligência era <strong>de</strong>rrotada <strong>de</strong>sta forma, era um mergulho <strong>no</strong> abismo e por vezesarrastava o espírito a<strong>os</strong> maiores <strong>de</strong>sastres. (DUNCAN, p. 90-93).Comenta Isadora:Que me julguem aqueles que pu<strong>de</strong>rem, mas que antes acusem anatureza ou Deus <strong>de</strong> haverem feito <strong>de</strong>sse minuto supremo o bem mais<strong>de</strong>sejável do universo. Infelizmente o <strong>de</strong>spertar é tanto mais amargoquanto mais belo foi o sonho. (DUNCAN, p. 94).Ao final da temporada em Budapeste, Isadora partiu com seu “Romeu” pararepousar alguns dias <strong>no</strong> campo. Nunca conhecera semelhante abrasamento d<strong>os</strong>sentid<strong>os</strong>. A ponto <strong>de</strong> perguntar a si mesma se tudo o mais: a dança, o pensamento eaté essa distância critica que ela sempre interpôs entre suas paixões e seus at<strong>os</strong>não vão se apagar na glória suprema <strong>de</strong> seus corp<strong>os</strong> unid<strong>os</strong>. Já se sente disp<strong>os</strong>ta aabdicar <strong>de</strong> tudo por essa convulsão do instante, que sempre consi<strong>de</strong>rou como umnaufrágio se a inteligência não interce<strong>de</strong>sse. No exato momento que sua carreiraalça vôo, em que sua vida assume um sentimento, sim, ela renunciaria à dança, sim,aceitaria a dissolução, a <strong>de</strong>struição, a morte. (LEVER, 1988, p. 79-80).Apesar <strong>de</strong> todas as satisfações que o público dava a Isadora, quando elaestava sozinha, tinha muita sauda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu “Romeu”, e certamente trocaria tudo,todo seu triunfo e toda sua Arte, por um único momento em seus braç<strong>os</strong>. (DUNCAN,p. 94).
- Page 2 and 3: Universidade Estadual Paulista “J
- Page 5: DedicatóriaDedico esta monografia
- Page 8 and 9: AgradecimentosEste trabalho só foi
- Page 10 and 11: A Marina por encontrar as ultimas p
- Page 12 and 13: AbstractIsadora Duncan was a dancer
- Page 15 and 16: 5I. IntroduçãoO movimento é a ex
- Page 17 and 18: 7impulsionaram a promover um tímid
- Page 20 and 21: 10contra o puritanismo. De tão uni
- Page 23 and 24: 13Ela levantou-se e protestou dizen
- Page 25 and 26: 15beijos dizendo que ela era a sua
- Page 27 and 28: 17O puritanismo era visto como um c
- Page 29: 19Isadora ganhava muito pouco, esta
- Page 32 and 33: 22dos Salões, onde dançou. (LEVER
- Page 34 and 35: 24Isadora consegue o dinheiro para
- Page 36 and 37: 26Um tempo depois ela conhece um jo
- Page 38 and 39: 28mundanas, só não havia conquist
- Page 42 and 43: 32Isadora sempre foi ansiosa por co
- Page 44: 34Em Viena, Isadora cai doente, foi
- Page 47 and 48: 37Quando voltam da sua viagem à Gr
- Page 49 and 50: 39Isadora tinha a idéia que podia
- Page 51 and 52: 41dança como arte de libertação
- Page 53 and 54: 43Isadora responde:Por que separar
- Page 55 and 56: 452004, p. 176-180).Em Moscou, o p
- Page 57 and 58: 47filhas de operários e de desempr
- Page 59 and 60: 49Era pretendido com esses exercíc
- Page 61 and 62: 51de uma hora para outra começa fa
- Page 63 and 64: 53obra. (LEVER, 1988, p. 143-144).E
- Page 65 and 66: 55perto do mar e em junho de 1905 v
- Page 67 and 68: 57Sinfônica de Nova Iorque, fecha
- Page 69 and 70: 59luxo que vivia agora, sente um mi
- Page 71 and 72: 61para a América.Depois Isadora at
- Page 73 and 74: 63Bataille, vem cumprimentá-la pel
- Page 75 and 76: 65Skene dizendo que todas as crian
- Page 77 and 78: 67reanimá-la. À noite, levaram os
- Page 79 and 80: 69esquecera havia tanto tempo.Depoi
- Page 81 and 82: 71com enfeites de buquês de flores
- Page 83 and 84: 73Na manhã seguinte, ele começou
- Page 85 and 86: 75Ela voltou para a Europa, por que
- Page 87 and 88: 77turnê pela Califórnia.Em são F
- Page 89 and 90: 79musical uma dissonância infeliz.
- Page 91 and 92:
81Isadora resolve agir, perambulou
- Page 93 and 94:
83(LEVER, 1988, p. 278).Depois que
- Page 95 and 96:
85Em junho de 1922 eles deixam Berl
- Page 97 and 98:
87marcará a aurora de uma nova era
- Page 99 and 100:
89Isadora nem sabia onde tinha ido
- Page 101 and 102:
91colocaria mais os pés naquele ho
- Page 103 and 104:
93tornou-se necessária.Isadora diz
- Page 105 and 106:
95xingamento em russo que ela conhe
- Page 107 and 108:
97existe no mundo essa coisa chamad
- Page 109 and 110:
99comparece de quando em quando par
- Page 111 and 112:
101E falava pra Mary sobre a saudad
- Page 113 and 114:
103gostaria de experimentar. E vira
- Page 115 and 116:
105Pela dança Isadora reinventa a
- Page 117 and 118:
107obras do compositor Ethelbert Ne
- Page 119 and 120:
109Oh, doce vida pagã apenas perce
- Page 121 and 122:
111patas aveludadas e deixa-se cair
- Page 123 and 124:
113Isadora e NietzscheIsadora tinha
- Page 125 and 126:
115Foi a primeira dançarina americ
- Page 127 and 128:
117primordial de que ele tanto fala
- Page 129 and 130:
119(1712-1778).Ele foi fundamental
- Page 131 and 132:
121nova sociedade. Era predominado
- Page 133 and 134:
123servindo à pátria nas guerras
- Page 135 and 136:
125a ginástica alemã.Criticava os
- Page 137 and 138:
127inteligência e expressão, o mo
- Page 139 and 140:
129Dacroze qualifica seu método co
- Page 141 and 142:
131Trata-se de uma educação execu
- Page 143 and 144:
133George Hebert (1875-1957), conti
- Page 145 and 146:
135Em 1930 fundamentou-se na ginás
- Page 147 and 148:
137III. CONCLUSÃO"Dancei desde o m
- Page 149 and 150:
139coreografias (Dança e/ou Ginás
- Page 151 and 152:
141Nas brincadeiras elas também po
- Page 153 and 154:
143Figura 6 Figura 7 Figura 8Figura
- Page 155 and 156:
145Figura 16 Figura 17 Figura 18Fig
- Page 157 and 158:
147IV. REFERÊNCIASACHCAR, D. Balle
- Page 159 and 160:
149AnexoFrases de Isadora:"Dançar
- Page 161:
151lobrigar no meu caminho. Apreens